Poemas Corpo
Como agir,como reagir?Seus olhos brilham como a lua sobre o mar,meu corpo vibra só de nela eu pensar.
Ah ... o amor, palavra tão pequena que faz o corpo todo tremer, a boca secar e o mundo colorido enxergar
Se quer alguma coisa lute por ela, com seu corpo, alma e mente. Se doe completamente para conseguir aquilo que quer.
A tragedia dessa geração e o corpo perfeito e a mente vazia, onde os conceitos de raciocínio perde o sentido e se transforma em alienados.
Hoje diria que me chove pelo corpo, que a água se faz rio em braços de lamentos, que a alma é uma inundação de espaços ocos e vazios. Hoje, o dia percorre-me a pele com o vento gélido do norte, com a neve branca que me deixa pálido, congelado as lágrimas em prantos. Nos momentos de solidão, em que não encontro os caminhos para sair deste labirinto, guardo-me, fecho-me na minha caixa, resguardo-me dos nadas que passam em velocidades vertiginosas à porta de minha morada. Depois sinto o calor de uma singela vela, que com seu frágil calor aos poucos derrete todo o gelo que me consome. Nesta trémula luz, é teu rosto que se projecta no branco cristalino das paredes desta caverna, onde apenas os vultos são memórias do reflexo da luz do dia. No róseo tom da tua pele, vejo as sombras dos meus dedos que contornam a tua silhueta, segurando-se ao calor eterno do teu amor. Aos poucos, neste abraço apertado, recebo a vida em sopros de beijos que os teus lábios vão depositando no meu corpo moribundo.
Você é feito ventania, aquela tempestade do fim de dia, a sua presença faz meu corpo todo estremecer, você agita o mar que existe dentro de mim. Ensina-me caminhar em meio este seu vendaval, me faça chegar até você para lhe dar a calma do meu amor. Eu sei que nesta sua bagunça, cabe um pouquinho de mim... ou talvez muito.
Eu só queria uma última dança. Sentir seu corpo junto ao meu enquanto o mundo gira sob os nosso pés.
O mundo precisa do amor que vem da alma porque aquele que vem do corpo ou da mente tem outros nomes e outros propósitos.
Mais uma vez encontrei conforto em seus abraços, doçura em seus beijos, desejo em seu corpo e sinceridade em suas palavras.
Entre a cabeça e o corpo qual a parte mais importante? A consciência que não separa uma coisa da outra.
"Sim, cairei mediante o cansaço do corpo e das desilusões dessa vida, mas com a alma ainda firme, jamais abatida".
Existe algo em você que me modifica. O corpo junto a alma são como um fruto. O corpo, o externo, é a casca, a parte mais vulgar. No interior concentra-se o espírito, o apreciável, o componente mais valioso. Estar ao seu lado e escutar as coisas que você diz fazem minha alma transpor. Vivo próximo ao surreal e distante de qualquer realidade que possa levar-me ao fim.
A água cai do chuveiro até atingir as minhas costas e percorrer as curvas do meu corpo. Olho até o líquido no chão que segue para o ralo. Ao entrar em contato com a minha pele, a água assume tons distintos. As cores diversificam-se conforme meu estado. O líquido é tingido pelas minhas emoções, ele sofre metamorfose ao tocar e correr pela minha pele que exala uma porção demasiada de sentimentos. A raiva faz a água contrair um tom vermelho sangue, a luz do banheiro adquire autonomia acendendo e apagando em intervalos incalculáveis. A felicidade gera um líquido verde, um aroma viciante, tranquilizante e sedutor ocupa o pequeno cômodo. O ódio gera uma lama escura, os músculos se contraem, as sobrancelhas tornam-se uma só linha, a locomoção é impossível, a escuridão domina o pequeno cubículo, os olho se tornam incapazes de ver. A água funde-se em tons marrons e cinzas ao deparar-se com a tristeza, o corpo se contrai, a respiração fica ofegante. As lágrimas são incontroláveis pelo consciente, jorram dos olhos como cachoeiras em meio a uma tempestade.
O amor transforma o transparente da água em azul reluzente, feito água do mar quando atingida pelo sol de fim de tarde, a água purifica o azulejo tirando a sua cor, focos de luz cintilante saem das paredes,do teto e do piso, o corpo assume uma postura leve, como se não existissem partes palpáveis. A respiração invade o interno, atinge todos os pontos e extremidades do corpo. Minha alma salta, gira freneticamente sem medo de obter lesões ao atravessar, com braços e pernas, as paredes. Um sorriso abrilhanta a minha face, a benevolência domina todos os cômodos da casa. Sou sentimento em carne e osso, meu corpo é um depósito formado para comportar minhas emoções colossais.
Deito na cama com os braços e pernas esticados em direções opostas. Formo com o corpo o desenho da antepenúltima letra do alfabeto. Sinto um formigamento na ponta de cada um dos meus dedos, como se meu interior estivesse saindo através das extremidades das minhas unhas. Encontro-me no vácuo, sem o meu espírito, vazio como o nada, assustadoramente oco. Vejo minha alma a me observar, flutuando próxima ao teto do meu quarto. Ela me fala das suas frustrações, do quão pequeno é o espaço para ela viver, das imensas limitações impostas pelo sistema vil e comprometido criado pelos indivíduos terrestres. Conta-me sobre a liberdade, desconhecida por praticamente toda a massa. Ela ri sarcasticamente e faz cara de decepção ao falar sobre as pessoas que se julgam libertas, quando estão a viver reféns de padrões estéticos; obrigadas a seguirem um modelo definido como certo; estagnadas às normas do capitalismo; presas aos conceitos e aos dogmas incodizentes aos anseios mais puros de seus instintos. Chora por viver junto à suas semelhantes que, talvez, morrerão sem descobrir essa vertente crucial da vida e ao mostrar suas asas estendendo-me a sua mão para levar-me a liberdade. O despertador anuncia o nascer de mais um dia, é hora de acordar.
Não leve no corpo as escórias dos ricos, nem no coração o lixo dos pobres de espírito, para que a sua alma não sofra de anorexia do espírito.