Poemas Corpo

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O dia corre lá fora à toa e há abismos de silêncio em mim. A sombra de minha alma é o corpo. (...) Sou feliz na hora errada. Infeliz quando todos dançam.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Medo de perder você

Seu amor envolve o meu corpo, fecho os olhos, estremece o coração, quando sinto seu cheiro se espalhar em mim, nem sei como explicar como, teu corpo me afeta, te vejo sorrindo, meu sangue acelera, e quando seu olhar me paralisa, perco as palavras, e assisto você me invadir, eu suspiro e todo meu amor se abala, os olhos não piscam, eu perco a fala, quase fico louca e tenho medo só de pensar, entro em desespero só de pensar em TE PERDER!
Dez mil perguntas sem nenhuma explicação, quem sabe só você pode me dizer, mistérios e segredos me prendem a você, não me deixe, meu medo nunca vai acabar, você é minha realidade, minha cara-metade, meu coração bate por você, meu amor é seu, me dê a mão, segure forte e nunca me solte, posso me perder, isso não pode acontecer, tenho muito medo, medo de perder você!

MAR
DESVARIO

Mar ávido que alivia
A dor no peito
Peito estreito que
Não cabe no corpo
Oh desvario
Que me invade
E me faz refém
Oh mar desvario
Faz-me sempre forte
Oh mar desvario

SOL DA MANHÃ

Faz de mim meu amor a tua metade
Faz do meu peito
Do meu corpo, o teu lar
Faz da saudade
Uma recordação que habita em mim
Desnuda os meus medos
Por uns simples momentos
Por momentos ama-me
Tanto como eu te amo.
Procuro-te em sonhos calada
Nas horas tardias da madrugada.
Deixa-me padecer no teu beijo
Como no escárnio do amor que sinto.
Por uns simples segundos
Almanejo abraçar-te com o meu corpo.
Roubaste-me o coração
Onde vagueias pelas noites
Tristes do fado calado.
Peço-te meu amor, que me bombeies
O coração já tão fatigado
Que me desnudes o corpo
Que me dispas a alma
Que desvendas o coração
Nas juras provadas
Nas palavras caladas
Nas promessas de amor.
Dá-me um abraço para eternidade
Um beijo para calar os meus desejos.
Fica comigo esta noite
Esta noite quero acordar contigo
Para ver o sol pela manhã.

Calças Jeans
Pisava os chinelos.
Apertada pelas calças jeans
Manchadas.
Expunha o corpo
Nos passos que dava.
Músicas no ouvido
E a arrogância dos olhos
Saltava.

Espírito Feminino...

O que é ter o espírito feminino em companhia de um corpo físico?
Desde o início dos tempos a mulher tem o seu real significado, a Dona do útero, da fertilidade, da bonança, da vitória, a geradora do filho(a) ela traz no ventre a força da Divindade da criação. Nela tudo se dá em detrimento ao poder do amor.
Falar sobre a mulher não é complexo é simplesmente magnífico pois ela detém o poder mesmo quando os falsos dogmas impostos por uma sociedade hipócrita vem descrevê-la e rotula-la como uma simples doméstica, pessoa comum com pequenas funcionalidades. Talvez seria o medo do Homem, da figura masculina em perder o poder para a mulher sem saber que mulher e homem é uma dualidade, é um complemente, é o sol e a lua, andam juntos e não em seguimentos distintos.
Essa é a minha reflexão sobre o poder da mulher em sua plenitude e a represento através da imagem de uma das mulheres de minha vida física e espiritual... Oxum, divindade dos Rios, Detentora do equilíbrio entre a família, a fertilidade, a saúde, o amor, a magia e a verdade dos sentimentos.
Salve a mulher, Salve o seu poder...

Te desenhei em meus sonhos
delineei cada curva do teu corpo
pintei seu olhar azul clarinho
e fiquei a admirar-te um bocadinho

Seus cabelos esvoaçantes
carestia benigna
simpatia por tua beleza
simpatia por tua delicadeza

Olhando suas formas
deslizando sem pressa de hora
desejando teu toque respeitoso
decifrando teu sorriso malicioso

Vividamente
intensamente
ardentemente
secretamente

Sentimentos impudicos
pensamentos puros
envolvendo-me estou
encontrando em ti, quem eu sou

SALVAÇÃO

A idade se apresenta na face...
Mais ainda no corpo lesado pelas drogas.
Bebida, cigarro...
Licitas, não?
Sim! Símbolos da ganancia do homem.
Prazer, descontração, até quando então?
Digo-vos que até levar-lhe ao chão.
Foi assim com meu pai, e por que não com você que fuma e bebe?
O rumo que tens é o caixão.
Posso ser dura, por que não?
Se a dor que me corrói me leva ao chão;
Não para dentro do caixão,
Mas sim com joelhos no chão me ponho a orar então.
O que busco?
A Salvação!

PRIMAVERA DE QUEM AMA
Teus cachos enrolam meu corpo,
Doce armadilha que me tira o sono,
Me dá uma dose a mais de vida,
Uma flor que nasce em meio às ruínas.

Somos dois terroristas num amor fatal,
Contra aqueles que quiseram nosso mal,
Os lírios no campo servem para te dizer,
Nosso amor é dia, primavera e amanhecer.

Somos bregas em meio aos recalcados,
Caretas em meio aos alucinados,
Mas, que se dane a opinião de terceiros,
Porque nosso amor é primeiro.

Alberto Ativista, escritor e poeta.
brasilporoutrosolhos.blogspot.com

VAGA-LUME

A lombra homeopática
Em meus olhos vislumbrava
A escuridão envolta
A meu corpo que reluzia

Eu não sabia
Se era um infeliz sonhando
Com a felicidade
Ou se alegre pirilampo
Imerso nas quimeras humanas

Deixe esse corpo atirado no chão, deixe ele tostar ao sol...
Deixe as larvas tomarem ele por inteiro.
Já faleci mesmo, enquanto viva ninguém curou minhas feridas, ninguém me alimentou, ninguém me via deixando de existir. Agora nada importa!

Ele anda, anda sozinho
Perdido, ele anda perdido
A cabeça mata-lhe o sono
O corpo pesa cada vez mais
Não é segredo a ninguém
E ninguém vê o segredo
A infelicidade é cheia de vazio
O quente tem sempre metade frio
Ele anda e anda perdido
Chove e ele anda sozinho , perdido.
A chuva bate na sua face
Não chora
Não é verdade, nem realidade
Ninguém chora enquanto anda,
Enquanto leva com chuva
Ninguém o faz.
Ele anda, anda sozinho
Anda perdido
O corpo pesa-lhe
Ninguém sabe o segredo
Está cheio de infelicidade
E o quente tem sempre metade frio
A cabeça mata o sono
Mata o toque do andar
O toque do sorriso
O toque da infelicidade
A cabeça mata-o.

Vidro embaçado. .
A gente no carro..
Gemidos,sussurros, afago..
Corpo no corpo..
Sabor, prazer,pecado..
O Proibido é mais gostoso..
o ser humano adora desafios..

Fogo de amor

Na madrugada fria e silenciosa,
Rolo na cama com meu corpo nu,
Acordo com o calor do seu corpo,
E tudo parece estar em chamas.

Sinto sua pele suada colada na minha,
Seus lábios quentes e úmidos,
Minha língua dançando em sua boca,
Um balé divino de calor e de paixão.

O suor do meu corpo pinga sobre o seu,
Sinto seu coração na batida mais forte do meu,
Corações disparados, corpos colados,
Me enrolo loucamente em seus cabelos.

Minhas mãos percorrem sua pele ardente,
Minha boca desvenda sabores quentes,
A respiração é ofegante e cadenciada,
No ritmo alucinante do sangue em suas veias.

Aos meus ouvidos só gemidos e sussurros,
Barulhos ardentes de amor e paixão,
E no calor insano dos seus braços,
Chego ao ápice da minha loucura.

Estou deitado sozinho na minha cama,
Meu corpo molhado, meu sono abalado,
Na minha mente só você e a paixão que me consome,
E os momentos felizes ao seu lado.

Aqui eu escapo
De um mundo sombrio
Pensamentos gelados
Um corpo com frio

Crio versos e rimas
Pra tirar essa solidão
Expressar minha vida
Um poeta sem solução

Quero dizer
O que esta preso aqui dentro
Não preciso ser
Só quero um momento

SOBRE O EU

Pergunta: Se não sou a mente, a alma, o corpo, então, quem
está aqui? Sinto ser tudo isso e aqui reparo não ser.
Sinto uma enorme divisão.

Siddhartha Responde:
A divisão não existe! A não ser como subproduto da
incerteza.
Não olhe para a divisão, mas para onde a incerteza torna-se
um pesadelo. Verá que a incerteza também é existencial,
abençoada.
Tudo, na verdade, além da interpretação é livre.
Tudo que é interpretado, uma prisão.
Aquilo que a ilógica segue é ilimitado.
Aquilo que é produzido na ofi cina da lógica é limitado.
Não existe divisão porque não há como estar em dois
lugares ao mesmo tempo.
Aceite suas escolhas mesmo que elas sejam loucas ou
insensatas, que elas parecem sem responsabilidade ou
imperfeitas, e verá que não existe divisão, mas união.
Teu existir nunca foi dois, nem um. Mas nenhum!

Tenho dentro de mim duas mulheres brigando para dominar meu corpo.
Uma parece mocinha de novela, submissa, humilde, que não reclama,não questiona só obedece e sofre em silêncio. Que sofre pelo amor impossivél, que pensa nos outros antes de si mesma.
A outra parece ser uma mulher mais "real", é decidida, não baixa a cabeça para ninguém, que não derrama lágrimas por quem não luta por ela, ama a si mesma antes de amar qualquer outro ser...
E ai, qual você prefere?

Não me resuma em seus simples padrões, não me resuma.
pois não sou corpo, sou alma.
e vivo muito além do que meu exterior possa demostrar.

Analogia

Quando o olhar fala
A alma por todo cala
O corpo se veste de alegria
O abraço em laço irradia
Nos fazendo melhores
Imperfeitos e maiores
É o amor em sintonia
Como em uma poesia

Luciano Spagnol

Quero pra ti me entregar,
Me envolver no teu calor.
Em teu corpo me embriagar,
No mais intenso porre de amor.