Poemas com Rimas de minha Rua
Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida. Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado. É por isso que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue.
E a minha alma alegra-se com seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão.
A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias. Cada coisa é o que é. E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, e quanto isso me basta. Basta existir para se ser completo.
Nota: Trecho do poema “Poemas Inconjuntos” in Poemas de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa).
...MaisMesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo.
Me permitir ser um pouco insignificante. E na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir.
Nota: Trecho de Link
Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar.
A minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão.
É de minha responsabilidade não ficar triste, não deixar ninguém me magoar, não deixar que nada de ruim me aconteça.
Sou muito grato às adversidades que apareceram na minha vida, pois elas me ensinaram a tolerância, a simpatia, o autocontrole, a perseverança e outras qualidades que, sem essas adversidades, eu jamais conheceria.
Não caminhe detrás de mim, posso não te guiar. Não ande na minha frente, posso não seguir-te. Simplesmente caminhe ao meu lado e seja meu amigo.
Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão.
Eu a amo mais do que tudo no mundo, mais do que minha própria vida, e, por um milagre, ela me ama da mesma forma.
Separei-me de minha esposa porque ela era terrivelmente infantil. Uma vez, eu estava a tomar banho na banheira, e ela afundou todos os meus barquinhos sem nenhum motivo aparente.
Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, irriquieta na minha comodidade... Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz... Quando me entrego, me atiro, e quando recuo não volto mais.
O gosto de minha morte na boca deu-me perspectiva e coragem. O importante é a coragem de ser eu mesmo.
Obrigado por tolerar minha ansiedade, compreender minhas loucuras e ter me amado com todos os meus defeitos.
Não quero que finja sentimentos por mim, não quero que segure a minha mão se tem intenção de soltá-la. Só quero o que for verdadeiro.
Não preciso de amigos que mudem quando eu mudo e concordem quando eu concordo. A minha sombra faz isso muito melhor.