Poemas com Rimas de minha Rua
Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.
Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo filho da...
A Cruz sagrada seja minha Luz
Não seja o Dragão meu guia
Retira-te Satanás
Nunca me aconselhes coisas vãs
É mal o que tu me ofereces
Bebe tu mesmo do teu veneno
Minha Mãe
Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
Tenho medo da vida, minha mãe.
Canta a doce cantiga que cantavas
Quando eu corria doido ao teu regaço
Com medo dos fantasmas do telhado.
Nina o meu sono cheio de inquietude
Batendo de levinho no meu braço
Que estou com muito medo, minha mãe.
Repousa a luz amiga dos teus olhos
Nos meus olhos sem luz e sem repouso
Dize à dor que me espera eternamente
Para ir embora. Expulsa a angústia imensa
Do meu ser que não quer e que não pode
Dá-me um beijo na fronte dolorida
Que ela arde de febre, minha mãe.
Aninha-me em teu colo como outrora
Dize-me bem baixo assim: - Filho, não temas
Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.
Dorme. Os que de há muito te esperavam
Cansados já se foram para longe.
Perto de ti está tua mãezinha
Teu irmão, que o estudo adormeceu
Tuas irmãs pisando de levinho
Para não despertar o sono teu.
Dorme, meu filho, dorme no meu peito
Sonha a felicidade. Velo eu.
Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
Me apavora a renúncia. Dize que eu fique
Dize que eu parta, ó mãe, para a saudade.
Afugenta este espaço que me prende
Afugenta o infinito que me chama
Que eu estou com muito medo, minha mãe.
►Saia da Solidão!
Quando entramos em depressão, nos fechamos
Em mais nada acreditamos
Em nós mesmo duvidamos
Buscamos o isolamento
Começamos então a afundar no lamento
"Estas sozinho", esse é o pensamento
Acabamos por acreditar
E com isso, abrimos a porta
E deixamos a tristeza entrar
Nada mais importa
Basicamente vamos nos desligar
E na solidão iremos boiar
Não enxergamos ninguém para nos ajudar
Mas temos que sair desta zona de tristeza
Devemos nos libertar, e o cadeado quebrar.
Pensas que estas só
Mas pense melhor
Há sempre alguém para nós
Não feche seus olhos, veja
A presença desse "alguém" perceba
E não se esqueça
Antes que a solidão te enlouqueça
Saiba que sempre haverá quem te apoiar
Você só precisa enxergar
A solidão, deixar pra lá
Desse mundo vazio saia já
Deixe a alegria, em ti, se expressar
Afinal, você é capaz
A tristeza deixe para trás.
Não é vergonha se sentir carente
Muitas pessoas vivem assim no presente
Começa a se sentir ausente
Se isolando sem ver ninguém
Mas como disse, há sempre alguém
Que te quer ver bem
Que te quer ver 100%
Não estás crendo?
Sinta o vento
Saiba que te entendo
Presencio o vazio a cada momento
Acredito fazer parte o lamento
Um certo tipo de sofrimento
Mas, assim como Prometeu
Me levanto novamente para mais um dia viver
Esse sou eu, prazer!
JOANINHA
Essa é a história de Joana dos Santos
Mais conhecida como Joaninha
Linda menina com tantos encantos
Seu sonho maior era entrar pra marinha
Tinha dois irmãos, mãe e padrasto
Numa casa simples da periferia
Rosto de boneca e corpo casto
Os vizinhos diziam que artista seria
Aos 11 anos tudo mudou
Joaninha tornou-se mocinha
Chegou na escola com o braço roxo
Sorriso amarelo e olhar de desgosto
Cada dia uma história contava
Bati na maçaneta, caí da escada
Escorreguei no banheiro
Cortei-me com o espelho
Dona Rosa, sua professora
Percebeu haver algo errado
Ela confessou à protetora
Que era violada por seu padrasto
Chorou amargamente
Disse que pra casa não voltaria
Dona Rosa tinha algo em mente
No dia seguinte o denunciaria
Ao acordar ouviu a manchete
Menina jogada em terreno baldio
Não entrou pra Marinha nem tornou-se artista
A pobre criança virou estatística.
Isso é ridículo
Passar na rua e você virar a cara
É tão ridículo
Até parece que não vivemos nada
Que tal mentir pra mim?
E dessa vez não caio na tua lábia
E já se foi o nosso conto de fada
E que se foda o nosso conto de fada
Eu queria ser igual os meus irmãos
Educados, letrados, doutores de verdade
Mas sempre tive um amor pelo underground
A rua me encantava mais que os campus da universidade
Hoje em dia todo mundo quer ser rua e favela
Quero ver disposição pra viver aqui dentro dela
Os polícia invadindo, tia andando com pressa
Goteira na telha nesse clima de guerra
Sabe, tá difícil amar, tá difícil esquecer, tá difícil achar alguém pra amar, mas que não seja você. Tá difícil chorar, tá difícil escrever, porque as lágrimas correm, na carta que escrevo pra você. Lagrimas malditas, que escorrem sem querem, chamam por teu nome, porque o que queria era te ver. Queria esquecer, e nunca mais lembrar, lembrar do teu sorriso, que ainda me faz viajar. Esquecer o teu olhar, queria esquecer você, mas é impossível esquecer, alguém que sempre vou amar, esse alguém sempre será você...
É-me impossível.
Vi-te hoje radioso, com um sorriso na cara,
E com simpatia contagiante.
Por escassos segundos senti que não havia amanhã,
Apenas aquele momento maravilhoso...
Senti felicidade aconchegando-me a alma...
Senti-me poderosa e rainha do meu trono...
As palavras ditas antes...? Quantas delas interessam?
Não certamente aquelas em que fiz promessas de te esquecer,
Ou de te tentar afastar de mim.
É-me impossível.
Cada dia é novo, especial.
Como tu, percebes?
É algo a que é impossível escapar, é um fenómeno inevitável.
Sim, aqueles preciosos momentos fascinam-me e ardem-me por dentro...
É-me impossível fugir de ti,
Da tua essência incandescente e frágil...
Vou lutar. E talvez cair (uma vez mais),
Pois sei que o amor é algo construído pouco a pouco.
Mas que a todos calha, com um pouco de sorte!
Penso que ainda será possível abraçar-me a ti,
Beijar-te sem medo,
Fazer-te feliz com todas as minhas forças,
Pronunciar ao teu ouvido a linda palavra de amor,
Que todos sabem dizer, mas poucos sabem sentir.
Sem ti, sou inércia.
Contigo, radiosidade e felicidade constante.
É-me impossível esconder o meu amor por ti!
Certa vez lhe perguntei se você voava.
Você me garantiu que não tinha asas.
Por que mentiu pra mim?
Senão,como poderia atravessar o mar,
e vir até a minha torre escura,
trazendo-me pão e luz.
Aprendi a conhecer o som do ar agitado,
do tremular da vida,e da oração sussurrada.
Você é capaz de dizer que realmente não
estava lá,do outro lado do mar?
Agora,a distância entre nós é
de apenas um passo.
Vejo seu rosto em plena luz.
Agora me diga:
Onde esconde suas asas?''
Aprendi uma vez a olhar o mundo de cabeça para baixo.Já pensaste como é que pode funcionar em determinados momentos?O que é ruim fica bom,o que é infeliz fica feliz,o que é triste fica alegre e, quando a gente olha para o chão,vê o céu.
Adoro o jeito que ela faz eu me sentir, como se tudo fosse possível, como... sei lá! Como se a vida valesse a pena.
Algumas pessoas estão destinadas a se apaixonarem uma pela outra, mas isso não significa que elas estão destinadas a ficarem juntas.
Você é a noite, e só a noite o compreende e o acolhe nos braços. Unido com as sombras. Sem pesadelos. Uma paz inexplicável.
''Quando olhava dentro de seus olhos, sentia-me como se estivesse sozinho no fim do mundo, numa praia oceânica batida pelos ventos. Sem nada, alem do rugido macio das ondas.''
As pessoas que param de crer em Deus ou na bondade continuam a acreditar no diabo. Não sei porquê. Não, realmente não sei porquê. O mal é sempre possível. E a bondade é eternamente difícil.
Deus tem cuidado de mim e de você! Não permita que a ansiedade no seu coração roube aquilo que Deus tem te dado!