Poemas com Rimas de minha Rua
A poesia é um grande mercado para a minha fantasia. Nela encontro tudo que preciso para esculpir as palavras e sem a interferência da semântica dar-lhes a forma que eu quero que elas tenham.
Que a vida leve minha juventude, a beleza, o frescor da pele, o brilho dos olhos, a agilidade, mas não a essência, a sensibilidade, a capacidade que tenho de enxergar a vida com esse olhar encantado.
Beija com volúpia minha boca fria, com gosto de café dormido, toca com êxtase esse corpo inerte, e exiba a minha alma oca ao teu ego gigantesco como troféu ao teu egoísmo exacerbado.
Bata antes de entrar, pergunte se minha alma está em casa porque o meu corpo é fixo, mas todo o resto é alado.
Minha poesia não é neutra e muito menos silenciosa, minha poesia é o grito de muita coisa que calei.
Não é que eu esteja estranha, a questão é outra e muito simples: a minha vida não diz mais respeito a você e a tua não me interessa mais.
Minha mãe costumava dizer que nessa vida, a gente se acostuma com tudo. Podemos até nos acostumar, mas não devíamos. Jamais deveríamos nos acostumar com coisas que nos machucam, que nos diminuem ou que nos causam dor.
Cada vez que você me fere eu tento não deixar que a dor ofusque a minha razão, tento te perdoar e entender que você mais que eu é quem precisa de cura.
Minha alma se enche de gratidão quando me deparo com a grandiosidade do poder de Deus, assim que abro os meus olhos e renasco junto com o dia.
Todo mundo diz que amor não existe, mas minha mãe dizia que eu não sou todo mundo, então, vou contrariar o rebanho e continuar acreditando que ele existe.
Não coloque palavras em minha boca, uma coisa é ter respeito pelas escolhas dos outros, outra é concordar com tais escolhas.
Quanto mais eu amadureço, mais evidente fica a minha inaptidão para carregar pesos desnecessários, guardar sentimentos tóxicos e alimentar o que não acrescenta.
Não venha dar palpite em minha vida; dizer o que eu devo fazer ou não, como eu devo me comportar ou não. Não venha dar pitaco em minhas escolhas, tenho maturidade e sensatez suficientes para saber o que é bom para mim. Saia para lá com o seu olhar de reprovação, com a sua negatividade, seu pessimismo e, o seu olhar raso. Não queira me enquadrar na sua visão estreita, na sua concepção medíocre de mundo. Poupe-me da sua explanação sobre o meu caráter. Eu o conheço como a palma da minha mão, convivo com ele desde que nasci. A minha história sou eu quem escrevo, faço as adaptações necessárias e dirijo. Veja bem: ela é minha história e não a sua.
Tenho medo de um dia olhar no espelho de minha alma e ver-me pronta, acabada, completa, pois sei que nesse dia terá chegado a minha hora de partir.
Escrevo pra saciar esse apetite indômito que minha alma tem por poesia, por magia, pela beleza que transcende a matéria, que transpõe o umbral do tempo, pra adentrar a misteriosa infinitude do intocável.