Poemas de Charles Bukowski
Em geral, porém, era um mundo horrível, e eu muitas vezes me sentia triste pelos outros. Bem, ao diabo com isso. Peguei a vodca e tomei um trago.
Eu era um homem que prosperava com a solidão; sem isso eu era como outro homem sem comida ou água. Cada dia sem solidão me enfraqueceu. Não me orgulhei da minha solidão; mas dependia disso. A escuridão do
quarto era como luz do Sol para mim.
Escrever é quando voo, escrever é quando começo incêndios. Escrever é quando tiro a morte do meu bolso esquerdo, atiro-a contra a parede e a pego de volta quando rebate.
O problema é que os maus escritores tendem a ter autoconfiança, enquanto os bons tendem a ter dúvidas.
Por isso que você é assim meio louco. Não teve amor. Todo mundo precisa ser amado. Isso arruinou com você.
Por vezes chamei a escrita de doença. Se for isso mesmo, fico contente que ela tenha me contagiado.
Minha competição é só comigo mesmo: fazer direito, com poder, força, deleite e risco. Se não, esqueça.
Às vezes, não há nenhum aviso. As coisas acontecem em segundos. Tudo muda. Você está vivo. Você está morto. E as coisas continuam.
Somos finos como papel. Existimos por acaso entre as percentagens, temporariamente. E está é a melhor e a pior parte, o fator temporal. E não há nada que se possa fazer sobre isso. Você pode sentar no topo de uma montanha e meditar por décadas e nada vai mudar. Você pode mudar a si mesmo para ser aceitável, mas talvez isso também esteja errado. Talvez pensemos demais. Sinta mais, pense menos.
Nós nos ajustamos a novas condições e descobertas. Somos flexíveis. O amor não precisa ser um mandamento, nem a fé um ditado. Eu sou meu próprio Deus. Estamos aqui para desaprender os ensinamentos da Igreja, do Estado e do nosso sistema educacional. Estamos aqui para beber cerveja. Estamos aqui para acabar com a guerra. Estamos aqui para rir das adversidades e viver nossas vidas de forma tão plena que a Morte vai tremer para nos levar.
Porque, se não me sinto feliz, não sirvo para nada, e eu quero servir para alguma coisa.
Escrever é apenas o resultado daquilo em que nos transformamos dia após dia ao longo dos anos.
A alma de um homem ou a falta dela ficará evidente com o que ele conseguir cinzelar numa folha em branco.
Eu fui só, mas raramente solitário. Saciei minha sede na fonte que há em mim mesmo.
"Portanto, era verdade tudo o que eu estava pensando de mim mesmo. Todo mundo se imagina especial, privilegiado, isento. Até uma velha coroca horrorosa regando um gerânio na varanda pensa assim. Eu me achava especial porque tinha escapado das fábricas aos cinquenta e me tornado poeta. Grande bosta. Então, eu cagava na cabeça de todo mundo, igual aos chefões e capatazes tinham cagado na minha, quando eu vivia desvalido. Era a mesma coisa, só que ao contrário. Eu não passava de um bebum sacana e mimado com uma pequena, pequeníssima fama."