Poemas de Cazuza

Cerca de 189 poemas de Cazuza

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo

Perdi-me muitas vezes pelo mar
Com o ouvido cheio de flores recém-cortadas
Com a língua, cheia de amor e de agonia
Muitas vezes me perdi pelo mar
Como me perco no coração de alguns meninos

Porque as rosas buscam em frente
Uma dura paisagem de osso
E as mão do homem não tem mais sentido
Que imitar as raízes sobre a terra
Como me perco no coração de alguns meninos

Perdi-me muitas vezes pelo mar
Ignorante da água
Vou buscando uma morte de luz que me consuma

(Frederico García Lorca)

Cazuza
Cazuza o Tempo Não Pára

Cazuza disse: “Nunca cometa o mesmo erro duas vezes. A não ser que tenha sido bom.”.


Então deve ser por isso que eu vivo insistindo em nós.

Obrigado...Por ter se mandado
Ter me acordado pra realidade,das pessoas que eu já nem lembrava
Pareciam todas ter a tua cara
Obrigado
Por não ter voltado pra buscar as coisas que se acabaram
E também por não ter dito obrigado
Ter levado a ingratidão bem guardada
Pelos dias de cão, muito obrigado
Pela frase feita
Por esculhambar meu coração
Antiquado e careta

Vivo num 'clip' sem nexo
Um pierrot retrocesso
meio bossa nova e "rock'n'roll'

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor...

Ideologia

Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver

O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver

Não subestime a minha inteligência. Às vezes me faço de cego para enxergar mais longe.

Um lobo solitário uivando na escuridão. Do amor pouco sei. E quase tudo espero. Amando eu me acalmo e me desespero...

Se não der certo, meu coração é esperto.
Não vai parar de bater, para te esquecer meu bem.

Alguém entra na sua vida, rouba seu tempo, destrói sua confiança, agride sua autoestima, estilhaça o pouco que resta da sua esperança no amor. E sai ileso. Não adianta desperdiçar sofrimento por quem não merece. É como escrever poemas em papel higiênico e limpar o cu com os sentimentos mais nobres.

Qualquer droga faz mal. Eu acho que a maconha faz mal, a cocaína faz mal, álcool faz mal, mas eu... não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo.

Às vezes fico pensando que a AIDS parece mesmo coisa da CIA misturada com o Vaticano. Sei que é um pouco de loucura pensar isso, mas faz sentido, faz. Faz muito sentido.

Porque te dá um medo filho da puta: ser feliz, medo de amar, medo de ser bom. Tudo que faz bem pra gente, a gente tem medo.

Os jovens de hoje são bem caretas. Eu preferia ter vivido no anos 60. Mas já que vivo na época de agora, posso pelo menos falar mal dela.

Ah, minha criança, minha vingança é boba, passei a vida te esperando, entende? Quando eu te escondo o jogo, quando eu te trato mal é tudo medo, é tudo medo do amor.

Estou escrevendo numa tarde cinzenta, fria. Trabalho pra espantar a solidão e meus pensamentos. Perdi muito tempo com este segredo. Hoje eu assumi publicamente a doença. Dizem que gente grande faz assim. Talvez eu esteja ficando grande. Mas ainda tenho muitos medos: medo de voar, de entrar no palco, de amar, de morrer... de ser feliz. Medo de fazer análise e perder a inspiração. Ganho dinheiro cantando as minhas desgraças. Comprar uma fazenda e fazer filhos, talvez fosse uma maneira de ficar pra sempre na Terra. Porque discos arranham e quebram… as pessoas, esquecem. Amor, Cazuza.

“… São 7 horas da manhã, vejo Cristo da janela, o sol já apagou sua luz e o povo lá embaixo espera, nas filas dos pontos de ônibus, procurando aonde ir… São todos seus cicerones, correm pra não desistir, dos seus salários de fome, é a esperança que eles tem, neste filme como extras, todos querem se dar bem… Num trem pras estrelas, depois dos navios negreiros, outras correntezas… Num trem pras estrelas, depois dos navios negreiros, outras correntezas… Estranho o teu Cristo, Rio, que olha tão longe, além, com os braços sempre abertos, mas sem proteger ninguém, eu vou forrar as paredes, do meu quarto de miséria, com manchetes de jornal, pra ver que não é nada sério, eu vou dar o meu desprezo, pra você que me ensinou, que a tristeza é uma maneira, da gente se salvar depois… Num trem pras estrelas, depois dos navios negreiros, outras correntezas… Num trem pras estrelas, depois dos navios negreiros, outras correntezas…”

Inserida por PriAnjoCaido

Os marginais estão mais perto de Deus. Toda ovelha desgarrada ama mais, odeia mais, sente tudo mais intensamente, embora eu mesmo não me sinta assim. Talvez eu seja mais burguês do que transmito em minhas músicas. Eu convivo com essas pessoas e o que faço é uma espécie de defesa dele.

Inserida por brendacesar

Mas, em relação à minha vida, o que está acontecendo é uma busca muito grande de felicidade que eu estou encontrando...

Inserida por usuario277073

Cada aeroporto é um nome no papel, um novo rosto atrás do mesmo véu, alguém me espera e adivinha no céu que meu novo nome é um estranho que me quer...