Poemas de Cazuza
Eu ontem fui dormir todo encolhido, agarrando uns quatro travesseiros e chorando bem baixinho bem baixinho, baby, pra nem eu nem deus ouvir. fazendo festinha em mim mesmo como um neném, até dormir. sonhei que eu caía do vigésimo andar e não morria. ganhava três milhões e meio de dólares na loteria e você me dizia com a voz terna, cheia de malícia, que me queria pra toda vida. mal acordei, já dei de cara com a tua cara no porta-retrato. não sei por que que de manhã, toda manhã parece um parto. quem sabe, depois de um tapa eu hoje vou matar essa charada. se todo alguém que ama ama pra ser correspondido; se todo alguém que eu amo é como amar a lua inacessível, é que eu não amo ninguém. não amo ninguém. eu não amo ninguém, parece incrível! não amo ninguém e é só amor que eu respiro.
Cazuza mas um grande poeta que perdemos para aids um cara muito batalhador que mesmo abalado com a doença magro e fraco que amou sua profisao
“Ah, Deus, me ajuda, por favor. Você não sabe quanto tempo faz que eu tento em vão, todo dia eu me esforço tentando mudar, mas alguma coisa sempre me empurra pra baixo, é verdade, não me deixe só aqui, sem amor. Não me deixe, Senhor.”
“Eu ontem fui dormir todo encolhido, agarrando uns quatro travesseiros. Chorando bem baixinho, bem baixinho, baby, pra nem eu nem Deus ouvir.” — Cazuza