Poemas Caridade
Sou grato a Deus por ter me permitido viver o suficiente para compreender que devo dedicar um pouquinho do meu tempo, ao meu próximo sedento de alimento material e espiritual.
Infeliz e equivocado é todo irmão que em qualquer fraternidade se acha possuidor de tudo que a fraternidade poderia dar.Em poucas palavras é uma das duas coisas, um tolo bastardo sonhador por se contentar em sonhar com tão pouco ou um infame buscador do infinito tão longínquo que nunca conseguiu sair de si mesmo.
Não é ficção e sim realidade vergonhosa e triste do estado cultural brasileiro que muitos dos maiores e mais importantes baluartes de nossas artes e de nossas culturas tenham que chegar ao final da vida enfrentando abandono, grande miséria e fome, dependendo exclusivamente da boa vontade, caridade de alguns fieis amigos e da realização de shows beneficentes.
Não acredito em celebração natalina cristã alguma em qualquer parte do mundo sem o amor incondicional ao próximo, muita oração pela paz, celebração da vida e a caridade.
Muitos me perguntam qual meu interesse mas poucos entendem que o meu verdadeiro objetivo é viver e fazer o máximo que puder em todas as direções sem ter interesse algum.
Infelizmente aprendi por vida da pior forma possível que quando se deseja fazer uma factível ação assistencial, caridade e beneficência a um grupo de necessitados pobres e miseráveis internos em uma das muitas instituições filantrópicas espalhadas pelo mundo em geral, temos que ofertar doações de produtos alimentícios brutos, vestimentas grossas e utilitários de muita baixa qualidade e em maior quantidade, para que os mesmos sejam entregues verdadeiramente aos pobres e necessitados. Pois se as doações forem feitas em menor quantidade e com itens de uma qualidade superior, geralmente são extraviadas, subtraídas de forma imoral por pessoas sombrias das administrações e mesmo negociadas como valores extras entre um pequeno grupo de privilegiados que vivem de forma nociva, oportunamente a margem da ingenua boa vontade alheia sem o menor remorso, constrangimento, ética e muito menos consideração. Sendo assim, infelizmente por amor deve se dar o pão mas para saciar a fome mesmo de quem realmente precisa, ele deve ser bastante, frio, duro e quase estragado.
A pior parte do amor e da compaixão é que nem todos amargurados estão preparados, para enfim, receber.
O maior pecado mortal na vida de alguém ocorre quando estamos diante de um infortúnio na vida de outrem que onde podemos fazer o bem e por egoismo, medo e insegurança, não fazemos.
Certo dia, um mestre em dizer coisas simples, falou-me: não há tesouro maior do que não querer nada para si próprio.
De que adianta você estender a mão para ajudar alguém que sente fome e depois ir às urnas eleger políticos que vão tornar a vida da pessoa que você acabou de ajudar ainda mais difícil?
Sim, somos livres para fazermos as nossas escolhas! E, independente da escolha alheia, devemos ter o discernimento de que, toda parte que nos cabe fazer, deverá sê-la feita. Quanto menos propagadas forem as nossas boas ações, mais nobres elas serão. Pois, os melhores aplausos são aqueles provindos dos atos ocultos à caridade, expostos pelo nosso mais íntimo e silencioso sentimento de ajudar ao próximo e de dever cumprido em favor do bem.
O tomar conta do outro por impulso natural e por desejo, seja de pessoa, animal ou planta, é comungar com o outro e com a essência da criação, além de uma das maneiras mais eficazes de se conectar com o Universo em si mesmo.
Nós todos temos apenas três vidas, aquela que vivemos, aquela que queríamos ter vivido e aquela "eterna" que está por vir.
Ao ajudarmos o próximo, somos os maiores beneficiados, e nós que devemos nos sentir gratos pela oportunidade.
Diz o ditado que “é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe” quando se quer ajudar ao próximo, mas devemos atentar que nem sempre poderá ser assim, pois, às vezes, precisa-se dar primeiro o peixe para que o ser humano carente não morra de fome antes de conseguir aprender a pescar.
Tantos conhecimentos, tantas explicações. Tanto desenvolvimento e um único perpetuo lamento, como ainda tem tanta falta de amor, por este mundo.
Não tenha vergonha de comunicar suas necessidades aos santos. Vamos lembrar da união e fraternidade da igreja primitiva, onde não existia egoísmo e nem orgulho.
Como não tenho humanidade nem coração, sou forçado a me basear na experiência, que diz que a caridade começa em casa e, em geral, acaba em casa também.