Poemas Bonitos

Cerca de 8536 poemas Bonitos

O tempo passa
passa o tempo
gaveta abre, gaveta fecha.

O sol aparece, o sol se vai
caneta seca, caneta nova
ontem aluno, hoje escritor.

E escutando o professor
Guimarães dizia:
- Do morro vem o recado.

E naquele vai e vem
lembrei-me das loucuras machadianas
dos sentimentos do mundo de Drummond.

Legado imortal
Quem vai continuar?
No mundo de palavras curtas
abreviadas.

Que vive apontando
no arrasta e aperta
esquece-se de pensar.

E a tinta vai secando,
os dígitos sumindo
e o ontem bonito vai se enquadrando
perplexo.

Vai geração mexe
vai canção cresce
vai criança brinque

Invente, tente
não congele
vai.

A seu jeito
porque a sociedade está
e você é.

O ontem, o hoje, o amanhã
e quem sabe a gente se encontra
e aí então você me conta.
Inspiração (Poesia premiada em 2016)

⁠As pessoas foram duramente criticadas por Jesus depois de buscá-lo por conta daquilo que Ele poderia lhes proporcionar temporariamente.
Andar atrás de Jesus por qualquer motivo que não seja amor, não o agrada, pelo contrário, o aborrece.
Ref. João 6:35-67

Renato Mendes Urso

Inserida por renatomendesurso

⁠Esperança, o alento da alma,
Que nos leva a caminhar adiante,
Como uma chama que nunca se acalma,
E nos enche de força e constante.

Guimarães Rosa, com sua poesia,
Nos mostrou a força da esperança,
Que nos leva a uma nova alegria,
E nos leva além da dura lembrança.

Pois mesmo na solidão e tristeza,
A esperança nos traz um novo dia,
E nos dá a força da gentileza,
Para enfrentar qualquer agonia.

E assim, seguimos firmes na estrada,
Com a esperança a nos guiar,
Pois o amanhã será mais iluminado,
E nossa vida vai se renovar.

Que a esperança seja sempre presente,
Em nossos corações a nos guiar,
E que o amanhã seja melhor ainda,
Para que possamos continuar a sonhar.

Inserida por romeufelix

O vento por mais simples que seja tem a força pra tirar do lugar aquilo que não está firme.
Entender que algumas coisas precisa ir choca com a Vontade de querer que essas coisas devem ficar
Se foi embora é porque não estava firme o suficiente.

Quinta-feira

⁠Eu já tinha quatorze anos
Foi quando você nasceu.
Derrepente quarenta e um
quando meus olhos
Se envolveu...
Conheci enfim o sol
em uma noite de estrela.
Era só uma quinta feira
Toda beleza a se revelar
E o céu calado a se transformar...
Foi assim a sensasão
e uma felicidade me segurou o coração...

Sentir as vibrações
de seus olhos...
Eu estava perdido...
e você foi o ponto de partida...
Um farol no mar...
uma placa indicando a direção.
Um horizonte bonito e seguro...
quando você sorriu...

Sinto que no peito arde uma saudade
Algo invisível que só eu posso ver
Eu nunca enlouqueço só agradeço enfim...
Você existe e o silêncio sempre vem...
E me completa por dentro como ninguém faz.
08.01.2023

Não por orgulho meu, mas antes por me faltar o raso de paciência, acho q sempre desgostei de criaturas que com pouco e fácil se contentam.

Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

... nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio.

Tudo o que já foi, é o começo do que vai vir, toda a hora a gente está num cômpito. Eu penso é assim, na paridade. (...) Um sentir é o do sentente, mas outro é o do sentidor. O que eu quero, é na palma da minha mão.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Nota: Fala de Riobaldo, in Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa

...Mais

A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que não se misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data.

Ando a ver. O caracol sai ao arrebol. A cobra se concebe curva. O mar barulha de ira e de noite. Temo igualmente angústias e delícias. Nunca entendi o bocejo e o pôr-do-sol. Por absurdo que pareça, a gente nasce, vive, morre. Tudo se finge, primeiro; germina autêntico é depois. Um escrito, será que basta? Meu duvidar é uma petição de mais certeza.

Guimarães Rosa
Tutameia. In: João Guimarães Rosa: ficção completa, volume 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.

Nota: Guimarães Rosa, in Tutaméia

...Mais

Viver é muito perigoso... Querer o bem com demais força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por principiar. Esses homens! Todos puxavam o mundo para si, para o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as coisas dum seu modo.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Nota: Guimarães Rosa, in Grande sertão: veredas

...Mais

Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. (…) A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. (…) Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe; e se sabe, me entende.

Até hoje, para não se entender a vida, o que de melhor se achou foram os relógios. É contra eles, também, que temos que lutar...

Guimarães Rosa

Nota: Guimarães Rosa, in Tutaméia

Quantas mangas perfaz uma mangueira, enquanto vive? - isto, apenas. Mais, qualquer manga em si traz, em caroço, o maquinismo de outra, mangueira igualzinha, do obrigado tamanho e formato. Milhões, bis, tris, lá sei, haja números para o Infinito. E cada mangueira dessas, e por diante, para diante, as corações-de-boi, sempre total ovo e cálculo, semente, polpas, sua carne de prosseguir, terebintinas.

Guimarães Rosa

Nota: Guimarães Rosa, in Tutaméia

Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio.

Guimarães Rosa

Nota: A Terceira Margem do Rio, Primeiras Estórias, Guimarães Rosa

Quintana, Bandeira e Neruda
escreviam suas dores, as cores
deixando as almas em paz
Alimentavam assim, outros seres
aos leitores apaziguar
Seus escritos fazem até hoje
nos dias atuais, nossos corações
simplesmente pulsarem
Nossos grandes mestres, escritores
vem para nos inspirar

Inserida por DiCello

Nenhum amor é eterno certo? Isso significa que se Shakespeare, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade não fizeram poemas com juras aternas, nem amores eternos, quem criou essa coisa de pra sempre foi a gente e é por isso que sempre damos com a cara na parede né?! Nenhum amor é eterno, mais você tem que aproveitar todos como se fossem, porque cada amor é único, cada amor é um, tem que ser vivido da forma mais intensa possível, todos os dias tem que ser guardados na memória, e as lembranças ruins devem ser apagadas, e se deve aprender com os erros. Quando esse amor acabar, chore, mostre que realmente valeu a pena tudo o que vocês passaram. Depois que as lágrimas secarem siga a sua vida, um sorriso no rosto, e abra seu coração para um novo amor. Para viver tudo novamente. Para aprender com os novos erros, aprender com o outro novamente, para fazer loucuras, para rir, chorar, se emocionar, e enfim amar. É disso que a vida é feita. Quando dizem que o importante é ser feliz e ter saúde e que o resto não importa, eu te pergunto: Tem como ser feliz se não estiver apaixonado?

A mim este sol, estes prados, estas flores contentam-me.
(Heterônimo de Fernando Pessoa)

"O Poeta é um fingidor", Fernando Pessoa sabia bem o que quer dizer isso, pois levou a vida a inventar outras mil pessoas, com o fim de esconder quem de fato era: Um gênio incompreendido, um débil fingidor da sua real essência mortal e decadente... é dessa matéria que se forjam os poetas geniais.