Poemas Bonitos

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ESTRELA

Estrela, lua, sol, solidão,
Como está indo meu coração?
Indo na contramão,
Amando sem razão.

Estrela, sol, lua, selenita,
Onde anda a moça bonita?
Pela qual meu coração palpita,
E sofro de saudade infinita.

Sol, lua, estrela fria,
Estrela tão alta que luzia,
Sozinha no fim do dia,
Assim o poeta já dizia.

E assim segue minha sina,
De certa rotina,
E a moça que me fascina,
Será minha glória ou ruína?

Autor: Agnaldo Borges
19/09/2014 - 00:28

INSACIÁVEL

Queria sorver,
Em teus lábios o mel,
Em teus braços o calor,
Em teus olhos o céu,
Em teu coração o amor.

Queria poder,
Teu nome murmurar,
Um te amo sussurrar,
Em teu pescoço sentir,
Teu cheiro, meu elixir.

Queria saber,
Por que o tempo é inexorável,
O coração ingovernável,
A vingança implacável,
E o amor que tenho insaciável.

Autor: Agnaldo Borges
09/10/2014 - 02:45

LIVROS DE INFÂNCIA

Eia em marcha meu Rocinante,
Vamos em busca de sonhos, vamos avante,
Não tenho tempo para bobagens ou inimigos,
Apenas quero viver e cuidar dos amigos,

Daqueles que me cativaram,
Isto o príncipe me ensinou,
Em nossas viagens,
Ou navegando rios com perigos,
Com Huckleberry Finn,
Ou em visitas as princesas de nossos sonhos,
São muitas aventuras e estórias sem fim,
Tempos felizes e risonhos.

Ah! Branca, Cinderela e Rapunzel,
Cachinhos e minha pequena Sereia,
Brincávamos debaixo do sol com nuvens por véu,
Construindo castelos de areia,
Sonhando acordados,
Dormindo felizes e inocentes,
Sem especiais cuidados.

Aventuras mil com Simbad, João e Maria e o Gato de Botas,
Protegidos pelo Soldadinho de chumbo, em todas as rotas,
Abrigados na casa de tijolos e fazendo guerra de travesseiros,
Fomos na meninice grandes felizes e arteiros.¹
As vezes enfrentando vilões,
Como em Ali Babá e os quarenta ladrões
Em outras ficamos no meio,
Da vida do patinho feio,
Ouvimos a resposta do espelho,
Corremos com Chapeuzinho Vermelho,

E o medo do Saci, da Mula e do Caipora,
Do Curupira, da Cuca e outros bichos,
Que enfrentamos em duelos,
Dentro e fora do Sítio do Pica-pau Amarelo,
Ah! Seu Bento,
Por sua causa e de outros,
Tive muito passatempo.

Agora saímos desse cenário,
Pra trás ficam sonhos, feiticeiras e leões
Ficam também armários,
Assim como imaginações.
Ai que saudades eu tenho...²

Você consegue sentir que me faz bem?

Não está doendo
Eu já consigo até sorrir
Você não me faz recuar

Quando eu penso em desistir
Eu lembro que cheguei aqui
Por que vim te procurar

E as coisas ficaram mais bonitas
Por que agora as vejo
Através da simplicidade do seu olhar

Você consegue sentir que me faz bem?

Eu tenho que me deixar envolver
Assim como um surfista
Que se deixa levar pelas ondas do mar

As ondas vão e vem
E você precisa dessa liberdade também
E eu não vou te segurar

A gente vai se separar
Mas a minha vida vai continuar a ter outro valor
Pois ela mudou ao te encontrar!

Você consegue sentir que me fez bem?

O passado cresce como musgo
nas paredes do presente,
até que não haja paredes
livres para o presente.
Até que não haja presente
e nem existam paredes.

Por causa dos nossos olhos
O mundo é cheio de cores.
E por causa dos ouvidos
O mundo é cheio de sons.
Se as pessoas, de repente,
ficassem cegas e surdas,
o mundo teria cores,
o mundo teria sons?
Quem o testemunharia?

Há algo imóvel,
que move tudo.

Há o vazio
em todas as coisas.

Há o silêncio
por trás de todos os ruídos.

Há uma essência
comum a todos os seres.

Há o imortal escondido
em todas as mortes.

Há o eterno disfarçado
em todas as aparências
do transitório.

A carne é sonho transitório.
Quando dormimos, voltamos
à nossa essência onírica.
Quando morrermos, seremos
o sonho definitivo
que, um dia, foi homem,
que pensava ser real.

Só os mortos não mudam.
deserdados do futuro,
exilados do presente,
são imagens estéreis,
que não mais se reproduzem.
Só os vivos são férteis,
gerando suas imagens
constantemente no mundo.

Da janela do presente
observa-se o presente
com os olhos do passado.

Da janela do presente
observa-sse o futuro
como extensão do passado.

Quando somos o presente,
não há futuro e passado,
porque só há o presente
observando o presente.

O tempo vazio.
O espaço vazio.
O coração vazio.

Um oco que não tem fim.

A solidão sem fronteiras.

Um silêncio surdo-mudo
é testemunha do nada.

O futuro é o próximo ato,
o próximo passo,
o próximo fato.
Ele existe enquanto não existe
e morre logo que se torna hoje.

O real nos parece um fluxo e no fluxo não há modelos. Daí, a eterna controvérsia dos que admitem, como Heráclito, que o fluxo ou devir é a realidade e dos que entendem, como Parmênides, que o real é imutável e o devir é aparência. Os modelos, portanto, são nossas formas perceptuais e transitórias de apreender, a cada momento, o fluxo. Assim, cada forma perceptual do fluxo só é real em relação ao percebedor no momento da percepção e só se torna aparência ou Maya se prossegue além da percepção.
O real é o agora. O agora é sempre inédito. Quem vê, não precisa de palavras, pois só se fala para aqueles que não viram. E o que se diz, já não é: o presente é mais rápido que o laço da palavra. Por isso, quem fala, não vê, porque, se fala, fala do que já não vê. O eu não existe no presente: surge, quando a experiência já terminou. O eu é o passado.
Cada percepção do real é única e irrepetível. Jamais saberemos o que perdemos, ja-
mais repetiremos o que experimentamos. A riqueza do viver não consiste na acumulação do vivido, mas na capacidade de viver plenamente o momento que passa. Nenhuma experiência deve deixar restos ou saldos, pois eles deformam as novas percepções da realidade.

Cada vez mais se constata que a atividade psíquica não é um produto exclusivamente fisiológico. Sabe-se, experimentalmente, que a ausência da atividade onírica provoca estados psicóticos, os quais, inclusive, podem levar é morte, caso persistam por muito tempo. A importância da vida mental para o organismo ficou comprovada nesses experimentos.
O homem, quando dorme, apenas muda o nível de sua atividade psíquica. Se o que ele percebe, em estado de vigília, é real, por que real seria o que ele percebe oniricamente?
Qual, na verdade, a diferença entre o que passou e o sonho? A memória não prova o que aconteceu, pois o presente, agindo sobre o passado, o modifica. Só o presente, então, parece real. Mas, o presente é instantâneo e está influenciado pela memória e pelas expectativas do futuro.
O sonho é o que não se tornou fato e o passado é o fato que se tornou sonho, pois a memória tem a mesma estrutura do sonho.

A dúvida é a ginástica da inteligência.
Duvidar não é apenas negar o que existe, mas negar que o que existe seja a única coisa que existe. Negar, assim, é ampliar a visão da realidade. A dúvida que apenas nega é destrutiva.
O dogma é o cansaço da razão.
O homem que não duvida, cansou de crescer.
A dúvida é a saúde do espirito. Duvida-se, porque se quer mais. Porque se sabe que o que se sabe é provisoriamente necessário e necessariamente provisório. Porque o saber não tem fim. E o provisório não é irreal, enquanto provisório.
A dúvida é a fé de que há algo mais além do que se crê e a fé é a dúvida de que todo
real é só o que conhecemos.

Aonde vai quem morreu,
quando o seu onde perdeu?

Onde está quem não está
seja aqui ou seja lá?

Se o quem se fez invisível,
agora é carne impossível,
sem onde e quando, desfeito
no nada de que foi feito.

Queridas ondas.


Se não fosse às ondas que arrastam essas mágoas
Nem sei que seria de mim e de minhas paixões
Pois é o mar quem me renova somente em vê-lo
E me concede um sentimento diferente das ilusões.

Se não fosse aquele céu azul que vejo pela manhã
Minhas manhãs seriam mortas e entristecidas
Meus dias seriam séculos passados a limpo
E entre tantas histórias renasceriam feridas.

Se eu não estivesse tão cansado e triste
Eu até me entregaria ao mundo que me cerca
Mas não vou arriscar meu orgulho e caminho
Vou me cuidar, antes que eu também me perca.

Se não fosse aquele mar grandioso
Eu me sentiria tão pequeno, mas não menos importante,
Se não bastassem aquelas mágoas
O mar levou muitas outras coisas importantes.

Se eu tivesse ficado um pouco mais quieto
Talvez nem precisasse agora chorar
Mas Já que as ondas vão e voltam
Quem sabe um dia eu possa me encontrar.

A música dos ventos.


Hoje eu quero que meus amigos não notem minha dor
Quero que meus pais não liguem para minhas trabalhadas
E que meus pés suportem minha longa caminhada
Por que busco um outro caminho.
Hoje eu quero que minhas mãos não se cansem
Por que sei que serão muitas linhas escritas
Hoje espero que a poesia não me deixe
E que o silêncio fique quieto ao meu lado
Hoje eu quero que a noite quase não cheque
Só assim terei mais tempo pra me ver.
Hoje espero que meu suor seja doce
E que minha loucura seja a mais forte
Mas também espero que algum dia ela passe
Hoje eu quero que os pássaros voem comigo
Quero ir pra longe, pr’eu chorar
E nem ver que meus olhos estão feridos
Assim como minha alma que esta despedaçada
Hoje eu quero voar alto, e soltar gritos.
Eu quero que hoje seja especial
Um simples dia ou até mesmo sem nada.
Hoje eu quero ser estrela.
Quero ser a música dos ventos.
Hoje eu quero tudo o que me foi prometido
Hoje eu quero ver os fins dos tempos,
Hoje eu quero que meus amigos estejam comigo
E que meus pais me abracem pela última vez
Porque sem estes, eu serei apenas pó.
Eu serei o pó, que do pó me fez.

⁠Vida Confusa..

Amanhã um novo dia,
E nele, transporte lotado,
Transito engarrafado,
Tudo devagar a caminhar,
É nova semana
Renovados os sonhos meus e os teus,
Realidade que não muda.
Eta vida confusa meus Deus

⁠PODERIA SER DIFERENTE.

Poderia ser diferente
Se a pressa fosse contida,
Se a angustia fosse aliviada,
Se a dúvida fosse esclarecida.

Poderia ser diferente.
Se a esperança fosse avivada,
Se algumas palavras não fossem ditas,
Se a confiança fosse cultivada.

Poderia ser tão diferente.
Se o encontro fosse mantido,
Se a promessa fosse cumprida,
Se o sonho fosse concebido.

Tudo seria bem diferente.
Se a pressa submetesse à espera,
Se a dúvida cedesse à confiança.
O amor, não seria uma quimera.