Poemas Bonitos
Restos Marcantes -
Sei lá...
Talvez todo esse peso
que sinto carregar,
sejam restos marcantes de pessoas
que se foram vazias
(de mim).
Seja Feliz -
Ela
(ainda que fosse todo o motivo
daquela minha angústia
e tristeza),
num pequeno gesto de grandeza
me disse:
"O que eu posso fazer
para te ajudar?"
Eu
(com ódio da vida),
recolhendo todos os desejos
e vontades reprimidas
ao porão do meu sombrio
submundo,
num gesto covarde
com bravura, respondi:
Seja feliz!
Sentir-me De Novo -
Fecharam-me todas as portas e
janelas,
deixando-me de fora, com frio e
com fome, feito um cão velho,
desnecessário.
Depois de tantos anos de angústias,
humilhações, decepções,
eu consigo, enfim,
sentir-me de novo (ainda que mutilado,
fragmentado).
Há anos não me sentia assim.
Sei que, ainda,
não consegui o que desejo.
Mas já não me importo.
Agora tanto faz.
Ainda é cedo
para mostrar que já é tarde,
mas todo falso sentimento
- que me trazia sempre migalhas de esperança -
agora me parece tão pouco,
insignificante, desnecessário
diante da imensidão de ser,
ainda que só,
verdadeiro.
Amanhã Eu Não Existo -
Passamos a vida inteira
sem saber o quanto,
verdadeiramente, somos queridos,
admirados, amados.
Para quando,
de fato,
não pudermos mais saber
disso,
inevitavelmente, é revelado
(aos gritos).
Amanhã eu não existo.
Por Alguma Razão -
Por alguma razão
é preciso encontrar a Sorte
em meio às tentativas diárias,
ao caos cotidiano,
torcendo para que
Ela
(misteriosa, abstrata,
incompreensível),
nos encontre primeiro
e,
assim,
nos coloque a pensar e insistir
que é preciso encontrar
a Sorte...
Por alguma razão.
Estes Domingos -
E estes domingos
que a gente quese morre:
de tédio,
de cansaço da inércia,
de saudades?
Mas são,
exatamente,
estes domingos que alguma
luz superior me
alcança.
Talvez
pelo o tédio do dia
que nos traz a necessidade
de algo a ser preenchido.
Talvez
pela inércia do corpo
que movimenta
a mente, os sentidos.
Ou talvez
pela tristeza da alma de poeta
que se alimenta de dias cinzas, lembranças nostálgicas... saudades.
Se tu não sentes,
ouças-me:
A essência do poeta
é a beleza escondida nas
coisas tristes.
Inteira -
Enquanto não quiser vir inteira,
por favor, não
venha!
Não venha sem querer estar;
não venha para voltar (mesmo se,
às vezes,
for preciso ir).
Quando quiser vir inteira
para ficar,
venha!
Venha logo, venha cedo,
completa,
com todas as suas coisas:
manias, fracassos,
conquistas, desejos, sonhos,
ideias, feridas, medos...
joga tudo no chão, espalha pela casa
e corre,
corre e me abraça (demoradamente).
E depois
a gente vê o que faz
da vida.
Como Tem Sido Usado? -
Tenho sido,
frequentemente, usado pela
Poesia.
Ela me tem como um instrumento
de prazer, dor, desabafo e
acolhimento.
Tudo bem,
confesso que é tudo recíproco.
Pois cada um é usado
da maneira que mais serve:
a si mesmo e aos outros.
E você:
como tem sido usado?
Coincidências -
Coincidências
são os mesmos atalhos
tomados:
por instinto, intuição ou qualquer
outra força sábia, ainda que, às vezes,
inconsciente e imprecisa.
Contentamento ou Solidão -
O que diferencia
pessoas felizes de pessoas tristes
são, basicamente,
três coisas em conjunto:
A profundidade da alma, a lucidez
da mente e a sensibilidade
do coração.
Na falta,
tem-se contentamento.
No excesso,
solidão.
De resto,
normalidade ou fingimento.
Ridículas -
As pessoas mais fodas do mundo
são ridículas.
Fazem coisas
ridículas:
Amam pessoas idiotas.
Sonho e Realidade -
Sua realidade
é sempre aquela que te dá
a possibilidade
de sonhar.
E os sonhos deixam de ser
apenas sonhos,
quando passamos a acreditar
e lutar por eles.
Amizade Verdadeira -
Quando a amizade é realmente
verdadeira,
você é capaz de fazer qualquer coisa
por seu amigo
sem esperar nada em troca.
Porque é exatamente
o que ele faria por
você.
Realidade nº 01 -
É na hora que se coloca a cabeça
no travesseiro - naquele exame
de consciência depois de tudo
ter sido pensado, dito e feito - que
acabam-se os pseudônimos,
as máscaras caem, as cascas
se quebram e
cada um sabe a medida exata
de como está e quem
realmente
é.
Quando Me Dei Conta -
E depois de tudo,
quando me dei conta que,
mais uma vez,
aquele não era o meu dia,
aceitei como se
fosse
e fui dormir como se
aceitasse.
Ainda que tudo,
tudo amanhecesse.
Se a Certeza é a Morte, A Dúvida é o Nos Mantém Vivos? -
Sou fraco demais
para viver
e covarde demais para
morrer.
Só me resta,
então,
um meio - algum meio - ainda
que estranho, incerto e
solitário.
Entre a dúvida da vida (tão
certa) e a certeza
da morte (tão
duvidosa).
Em que
hora ou outra
(na carne e em
Poesia),
flerta-se com esses extremos
(amantes, cúmplices,
indivisíveis).
Até que um dia (sem meu
consentimento),
no Tempo, inevitavelmente,
um deles me leve
embora.
Mas
para onde:
uma nova vida ou
o nada?
Poesi@ Líquid@ Contemporâne@ -
E aquele print que você tanto
guardou,
para aquela pessoa em que você
tanto pensa,
não teve resposta,
não foi?!
Uma postagem inútil,
que dura 24, intermináveis,
horas, então, ali:
demoradamente, visualizada
às pressas;
naturalmente, ignorada
às tantas, sei lá o quanto (durando,
durando...).
Lembranças do Dia:
Expectativas X Realidade -
Status Quo:
d.e.s.p.e.d.a.ç.a.d.o.
Sou Um Artista -
Não sou um gênio: sou um
artista.
E,
muitas vezes,
um artista (ao contrário
dos gênios),
só domina sua própria
arte.
Ainda que essa, abrace
o essencial.