Poemas Bonitos

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Clímax -

O motivo
pelo qual um Poema começa
é lindo:

a essência,
o gesto,
o desabrochar.

Porém,
minha curiosidade,
meu encantamento,
meu interesse maior
- quase que obsceno -
é saber como,
no ato,
um Poema
termina.

No Fundo -

A gente ouve e vê tanta coisa:
conselhos,
frases de efeito,
reflexões...

Coisas,
de fato, úteis,
necessárias que,
de alguma forma,
ajudam,
nos mostram algum sentido,
alguma luz,
alguma direção.

Mas o que,
de fato, a gente ouve
e vê,
ainda é muito pouco,
raso,
impessoal,
impreciso, perto do que,
realmente, lá no fundo,
a gente sente.

E isso,
ninguém explica.

Terrível Mal-estar -

Este
foi um domingo
em que eu só cheguei
até o portão de casa,
e somente para abri-lo
pela manhã
e fechá-lo à noite - em momento
algum fui
lá fora.

Ironicamente,
tudo que eu botava para dentro
voltava em seguida,
em agoniantes e sucessivos vômitos.

A minha irmã
(um pouco mais do que de costume),
foi minhas pernas e braços
me fornecendo alimentos, remédios - cuidados.

Passei o dia inteiro
com um terrível mal-estar
depois de passar a madrugada
bebendo,
consideráveis copos
de lembranças,
sentimentos malresolvidos
e saudades incuráveis.

Ah!
Teve um pouco de cerveja também.

Gente Maldita -

Tem gente cuspindo na cara
de "Deus".
Em meio a preces
e orações,
tem gente cuspindo na cara
de "Deus".

Frequentando academias
e festas e igrejas e shoppings,
e cuspindo na cara de "Deus".

Cuspindo a sorte:
zombando da dádiva da vida,
da misericórdia,
do livramento,
do perdão.

Entre crianças e jovens e idosos,
tem gente muito, muito má,
cuspindo na cara
de "Deus".

Juntando as mãos em oração,
falsificando fé, crença, respeito,
dignidade, esperança, amizade,
amor.

Pedindo,
fervorosamente,
força e coragem e saúde e dinheiro
e, descaradamente,
rindo, rindo e cuspindo na cara
de "Deus".

Gente maldita,
hipócrita, sem caráter!

Poupem as crianças! Poupem as crianças!
Ao menos, as crianças!

"Deus", perdoe-nos:
sabemos o que fazemos.

Fragmentado -

Tudo que me possue
hoje,
me tem frag

men

tad

o.

São restos deixados por outros
que, simplesmente,
usaram o que lhes convinha e
se foram (satisfeitos ou
não).

Não que eu não me doe por inteiro.
Aliás,
quando sou cativado pelo sentimento,
sempre me dou por inteiro
(apesar de não mais
sê-lo).

Ânsia -

São nestes dias
de datas comemorativas
em massa,
que a humanidade mais
vomita falsidade, superficialidade,
mediocridade e hipocrisia.

A generalização fede a
vômito de algo
podre.

A Viagem (As Pequenas Grandes Coisas) -

Muitas pequenas grandes coisas têm passado por despercebidas nesta rara, às vezes longa, às vezes breve, jornada que é a vida de cada um de nós.
A correria e o excesso de informações - em sua maioria, fúteis - dos nossos dia, têm nos afastado do que realmente importa: o olhar, o toque, o sentir, o dizer, o ouvir (pequenos gestos e cuidados diários).
Perdemos a percepção de evolução, do gasto, da mudança.
Temos nos colocado no automático: o pragmático e mecânico cotidiano das tarefas diárias, sem a, muitas vezes necessária, atenção nos detalhes que, quase sempre, determina o resultado.
Nos relacionamos por conveniências; nos olhamos por desconfiança; nos atraímos por novidades.
Logo, o espanto, a surpresa: a criança cresceu, a flor murchou, a relação esfriou, a oportunidade passou, algo, dolorosamente, se perdeu.
Sim, temos perdido muito tentando ganhar, sabe se lá o quê.
Conheço pessoas que passaram a vida inteira acumulando dinheiro e perdas.
Certamente e infelizmente, o dinheiro acumulado nunca reparará as perdas.
Não desperdicemos a oportunidade de amar em excesso: o outro, a família, os amigos, seres, lugares, sensações e, de vez em quando, parar, descer do “veículo” e admirar a paisagem desta "estrada".
Pois, nesta viagem, entre o despertar e o adormecer, o grande barato não é a inevitável, angustiante e misteriosa chegada. Mas sim, as paradas, as pequenas grandes coisas e pessoas que encontramos pelo caminho e que nos fazem, ainda que momentaneamente, esquecer o fatal e irreversível destino dos que aqui nascem.
Não compre a ideia de um depois, apesar de achar que estamos vivos pelas incertezas.
O Tempo que temos é o agora, e Tempo é tudo.
Assim, sigamos na busca.
Entre erros e acertos: tentativas.
Entre lágrimas e sorrisos: emoções.
Entre o início e o fim: viva... vida.

(Poesia e boas escolhas).

Sobre Estrelas e Namorados -

E num momento raro de inveja: elas se jogavam.
Se atiravam na imensidão do pequeno instante de um beijo.

Sinônimos -

Domingos aos que trabalham.
Segundas aos desempregados.
E que as boas oportunidades apareçam para todos (de alma leve), diariamente.
Amém!

Ego -

Ah, não!
Quantos likes são necessários
para se tocar uma alma?

Sobre O Dia dos Pais -

Os superpoderes de alguns super-heróis são a capacidade de amar e se doar por sua família.
A honestidade, dignidade e determinação.
A simplicidade do dito e feito é parte do seu mundo.
Sabedoria, em poucas palavras, é: fazer o necessário da melhor forma possível.
Confiar no Tempo, na justiça do Tempo, no amor.
Os verdadeiros heróis merecem muito mais que só um dia no ano: merecem o respeito, carinho, gratidão e cuidados diários dos seus protegidos.
Obrigado por tudo, meu herói!

O Que é ? -

O amor é uma coisa que, por conta de outras coisas, jamais saberemos, realmente, o que é.

⁠Antes de Ir —

Parece-me que é isto:
Eu deixei o melhor de mim (menino),
em algum lugar do passado.

Às vezes,
eu penso em esticar o braço para tentar alcançá-lo e, talvez assim,
resgatar, restaurar-me
de algum modo. — inútil!

É preciso prosseguir envelhecendo, entristecendo... antes de,
realmente ir.

⁠Até Caber Neste Silêncio —

Tem sido muito difícil,
extremamente complicado ter que
matar algo que nasceu tão bonito — inesperadamente lindo — cheio de vida
e possibilidades.

Mais ainda, porque vem sendo minha inspiração maior desde que chegou.
Desde então, me resgatou, me
acolheu, me impulsionou pra vida.

Eu senti que poderia voar. — voos maiores,
de desafios maiores — e quando precisasse (sereno), poderia voltar ao chão e descansar em braços quentes, seguros e acolhedores.

Mas não.

Houve sempre algo mais importante que eu;
Alguém mais interessante que eu.
E não importava o que eu fizesse (e fiz tanto): eu era sempre deixado de lado.
Virava algo qualquer — comum — incondicionalmente descartável.

Assim vi,
com o tempo,
que as derrotas,
as mágoas, as decepções
foram me diminuindo, me encolhendo,
reduzindo-me até caber neste
silêncio. — que agora é tudo.

⁠⁠Estamos Por Um Triz —

A grandeza da vida é proporcional
aos seus mistérios.
Temos o conhecimento sobre diversos assuntos:
Conquistamos terras, mares e céus;
Somos dotados de inteligência, criatividade
e sabedoria.

Mas há muito mais coisas entre o céu
e a terra;
Entre o corpo e a mente;
Entre o palpável e o intangível.

As tragédias, o inexplicável, o inesperado
estão aí para mostrar-nos o quão somos frágeis, vulneráveis e impotentes diante
das grandiosas e misteriosas
forças da vida.

Mas afinal, o que é viver:
Se já nascemos programados pra morrer?

Estamos por um triz!

⁠Na Borda —

⁠Às vezes,
Deus pode estar na borda de um
copo de cerveja ou de vinho
que, de algum modo e por
alguns instantes, acalma
as dores da alma de
uma pessoa.

⁠Amanhã

O amanhã virá ? não sei,
Ninguém sabe...

Eu queria que o meu viesse cheio de transformações com, desejos realizados, milagres na saúde. Muitas mudanças, alegrias, empatias das pessoas, amor, abraços, perdão, danças e risos muitos risos

viver sem medo de amar
porque esse, como dizia Drummond ficou mais abaixo dos subterrâneos, ele e rouba os sonhos.

não quero reticências, não quero meias verdades, quero ser forte e de decisões acertadas, estar a frente, ir a luta e cair na "folia"

Mas e o seu amanhã como será?

⁠⁠Luz de Sol Poente —

Ultimamente,
eu tenho saído de casa para andar.
Chega aquele horário — aquele próximo
ao de fim de tarde — e eu sinto uma necessidade de sair e ir até
o outro lado da cidade para
caminhar — sozinho — sob a
branda luz de sol poente.

Caminho olhando o horizonte
alaranjado (se assim está);
Olhando as pessoas que cruzo
e me passam, sentindo o
vento virgem e comum
de cada instante.

Às vezes,
apresso-me — dou alguns
piques — para poder voltar
antes do escurecer
total.

A volta leva-me até o pico mais alto da cidade, de onde se vê tudo ou quase
tudo: as avenidas e ruas;
As casas, comércios e igrejas;
Os postes e suas luzes;
O vai e vem dos carros, dos animais
e das pessoas minúsculas;
Menos o coração de
um homem.

Depois retorno,
descendo pelo lado oposto
ao que subi, cruzando a rua
onde mora um sonho.
E ainda que eu passe, é nessa rua
que o meu coração fica.

⁠Suas Madrugadas —

⁠Ela é louca, e há nessa loucura energia suficiente para abastecer
a cidade inteira, mais o coração
de um homem.
(E isso pode ser tão bom
quanto muito ruim).

Mas como tocar o coração de quem a vida, muito cedo, se fez revolta?
Como tocar o coração de um animal feroz, arisco, amedrontado que está sempre em posição de ataque?
Não se sabe por onde começar a atenção, o carinho, o afeto,
antes que ela se revolte com tudo,
com todos (por alguma razão).

Cheguei cedo ou tarde demais?

Mas afinal,
o que ela faz das tardes
e noites?
Das manhãs, em parte, eu sei.
Mas o que ela faz de suas
tardes e noites?
Talvez só tendo suas madrugadas
então saberei o que ela faz
de suas tardes
e noites.
Mas somente com suas
madrugadas e um "cantinho-afeto"
no seu tosco e áspero coração juvenil, tristemente malcuidado.

Desabafo de um amante

Há de acontecer um dia
Em que meu coração não velará mais pelo teu;
Que repotuo-o ufano

Me queres de rojo
Pois me deseja rendido aos teus pés
E neles deseja o meu selo

Haverá um dia, em que ir-me-ei, nem que tardança, arrebatar-me por outra
E se valer a pena, a chamarei de amante, só pra te ver arrufada

Inserida por EstevaoSoledade