Poemas Bonitos
Guardanapo 8:
Sentada na pedra que DRUMMOND havia dito...
Essa pedra eu vou carregar comigo!
Uma pedra na calça
É só um nó na barriga
avisando que vem coisa
ruim pela frente.
Nem com todas as palavras eu me encanto...
Sou fã de Drummond e adoro Caetano...
Nem com todas as filosofias eu repenso meus atos diante dos seus.
Eu sou discípulo de Cristo.
Mas tem um jeito de me olhar que convence.
Porque os olhos, eles simplesmente não mentem...
Drummond disse ... `No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra`.
Digo: se tens uma pedra no meio do caminho: tire-a.
Nem com todas as palavras eu me encanto. Sou fã de Drummond e adoro Caetano.
Nem com todas as filosofias eu repenso meus atos diante dos seus. Eu sou discípulo de Cristo.
Mas tem um jeito de me olhar que convence. Porque os olhos, eles simplesmente não mentem.
ADEUS CIRCO
Se Drummond estivesse errado
Não teria ficado um pouco dele
Aqui em mim
“Às vezes um botão. Às vezes um rato”
Ficou um risinho calado
Um fato histórico
Ficou um pouco de mágica
De circo
De carnaval
Lembranças tão coloridas quanto distantes
Um pouco dos (mala)bares
Um pouco dos rituais
E juntando tanto pouco
Fica um tantinho mais.
"Poeme-se
Leminski-se
Drummond-se
E que o mundo
Quintane-se...
Musique-se
Buarque-se
Lenine-se
E que o mundo
Caetane-se."
Invada minhas ruas
(Victor Bhering Drummond)
Cruze todas as minha ruas
Tropece em meus cruzamentos
Feche minhas avenidas, artérias
Vielas e becos pra você passar
Interrompa o guarda da esquina
Avance os sinais
Devore minha faixas de pedestre
Piche as paredes das minhas fantasias
Mas simplesmente não deixe o fluxo parar
Ele corre solto de dentro de mim pra você
E volta como uma enxurrada caudalosa
Pra mim, de dias ardentes e tempestuosos
De verão e paixão.
Meus caminhos
(Victor Bhering Drummond)
É por essa estrada desconhecida que vou
É neste caminho perdido que estou
Tentando me encontrar
É nessa trilha solitária que vou
Encontrando partes de mim
Que deixei soltas por aí.
Reconstruo cada uma delas
E sigo maduro, forte
Sendo eu mesmo,
Mas diferente
Porque a cada passou que dou
Revelo um novo eu de mim... (Estrada de Joinville a Rio Negrinho, Serra Dona Francisca-SC, Brasil)
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Ponte dos desejos
(Victor Bhering Drummond)
Seu rio caudaloso escorre sobre o meu
E juntos formam uma cascata de vida
Instrumentos de uma orquestra afinam-se
Para um grande recital.
É Terra, É Órion;
somos garoa de constelações.
Seu sol lapida minhas pedras
E meu céu devora as cores
De seu arco-íris
É fim de tarde
As cores invadem meu olhar
De um sentimento bom
É por-de-sol lá fora
E chuva de amores e desejos
Aqui dentro e nessa ponte
Onde deixei gravadas
As poesias desse entardecer
Amanhecendo dentro de mim.
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Pássaros ao entardecer
(Victor Bhering Drummond)
Sim, os pássaros voaram ao entardecer.
E sabiam que eu estaria exatamente ali
Com a câmera a postos à espera de seu revoar.
Buscava só uma casinha amarela, quase bucólica
Uma paisagem pra lá de conto de fadas
Um entardecer que revigorasse meus sonhos quando estou acordado.
Mas eles sabiam que eu precisava além de uma paisagem.
Que seria mais poético e encantador se junto com meus sonhos
Esse bando passasse e levasse junto meus desejos,
Para que além do cenário e do arco-íris, eles se tornassem realidade. (📷 @fabiolieblartndesign | Este cenário existe. É uma estradinha linda em Santa Catarina, ao pé da Serra Dona Francisca, chamada Estrada do Quiriri)
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Rastros de sangue
(Victor Bhering Drummond)
Deixei meu rastro carmesim pelas ruas
Sem feridas, sem desespero, sem drama.
Deixei meu rastro vermelho pelos caminhos.
Calma, não se preocupe,
Não estou de cama.
É apenas meu coração transbordando amor e paixão.
Facilitei as pistas para você me encontrar
Caso se perca por aí, na multidão.
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O homem e a ovelha - Victor Bhering Drummond
Parei pra alimentar a ovelha,
Cheias de silêncios, curiosidades e lãs
No frio que nos cercava
Na imensidão que nos admirava
Sabíamos que nada além do cheiro
Do Mato, da água correndo lá longe
Poderiam ser expectadores mais
Verdadeiros para aquele cumplicidade
Estabelecida entre o homem e o pobre animal indefeso.
A única coisa que nos separava era a capacidade dos meus versos de tocar seus pelegos. Entendi-me gente e ela na sua doce inconsciência de não se entender ovelha, permanecia ali tocada apenas pelo prazer de um objeto falante ser um instrumento para suas necessidades. E nesta conexão, percebi que só precisava deles: da simplicidade, daquele momento e da literatura escrita naquelas folhas ao chão.
(Colônia Olsen, maio de 2017)
Cabine Telefônica
(Victor Bhering Drummond)
Procurei a cabine mais próxima.
Não era para tentar contato
Te ligar, te encontrar.
Era para deixar ali rabiscados meus versos
Soltos ao relento, versando ao léu
Quem sabe nessa mistura rítmica
De pessoas indo e vindo
Entrando e saindo
Eles pudessem tocar mais corações
E assim mais vidas pudessem
Ser tocadas pelo ritmo das canções
Que faz adormecer as guerras
E despertar as paixões
A casa das memórias
(Victor Bhering Drummond)
A velha casa ainda estava lá.
Preservando memórias, mistérios
E provocando medos.
Eram só retratos na parede
Pinturas e rabiscos na alma
Incapazes de fazer mal a nenhuma
Criatura sequer.
Abri a porta, senti o cheiro das coisas guardadas.
Sentei no sofá; voltei nos anos
E encontrei a festa do dia do batizado
Sendo celebrada novamente
Nas sala do meu coração.
(Outono no Sul - Registros de uma Casa Velha, 2017)
Sobre cafés da manhã
(Victor Bhering Drummond)
Meu corpo pediu café da manhã
Minha alma pediu encontros
Minha existência pediu amores
Os amores pediram harmonia
Sentamo-nos todos à mesa
E celebramos essa tertúlia maravilhosa
De pedidos realizados e delícias
Tendo as araucárias como testemunhas curiosas.
(Pousada das Araucárias)
Não conto o tempo pelas ciências exatas de Pitágoras, conto pela ciência abstrata de Drummond.
Charles Valente
Suas curvas
(Victor Bhering Drummond)
Nos contornos de seus versos
Em suas costas esculpidas atrás das minhas
Sinto rios e mares de vida correndo e escorrendo pelas minhas canções
Se não pelo espelho que não vejo
Refletidos meus desejos,
Pelo reflexo de suas próprias águas caudalosas, carregando vozes guardadas,
Figuras pintadas
Nas paredes
Corpos deitados nas redes
Apenas contemplando as curvas
Que projetas atrás de mim.
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Excalibur
(Victor Bhering Drummond)
Cravei minha espada em ti
Ela não foi conduzida coercivamente
Como políticos ao cárcere obrigatório
Por seus ímpios atos;
Ela foi levada pelo seu doce olhar
Pelo perfume que exala de sua pele,
Seus dedos, suas entranhas.
Ali, naquela rocha profunda e lapidada
Pelos rios de seu quintal
Fluía uma cascata melódica e cristalina
De uma noite de amor sem ais e sustenidos.
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Verão no Claridge
(Victor Bhering Drummond)
Caminhando à beira d’água
Percebi que minha imagem
Era apenas um mero e efêmero reflexo
Preciso sim, olhar mais para dentro de mim
Para viajar rumo à descobertas menos superficiais;
E do lado de fora havia tanto a me fazer bem;
O azul do céu,
O próprio verde da água que não era um espelho, mas um poço de relaxamento
As histórias dos edifícios
E as estórias que meus passos deixarão
Com a alegria do meu samba e o drama do meu tango.
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Aquela esquina
(Victor Bhering Drummond)
Dobrei aquela esquina
Deixando pra trás todos aqueles
Que não souberam fazer poesias
Que não entenderam o que é sorrir pra simplicidade
Encontrei telas em branco esperando retratos de uma nova vida,
De novos sonhos,
De quimeras que deixem as ruelas,
E as ruas de meus livros mais calmas
E repletas de flores e lindas melodias.
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