Poemas Bonitos

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Há Dias

Há dias em que tudo que eu posso é me recolher.
Ocupar o mais solitário cômodo da casa, onde ninguém vai, onde a luz natural não alcança, onde quase nada chega. Só as menores coisas (ainda que, algumas, tomem tudo): fragmentos de grandes lembranças; um inseto ou outro; a esperança; o silêncio; a saudade.
E nesses dias toma-se banho mais depressa;
Come-se mais rapidamente;
Dorme-se maiscedo.
Mesmo nos dias mais quentes, tem-se frio (um frio interno),um tremor, uma angústia.
Pensamento desordenados, acelerados, destrutivos.
Nesses dias eu sou, apenas, uma lágrima de dor genuína que escorre pelo rosto e só o escuro do quarto e a solidão da alma a reconhecem.
A luz volta, eu sei.
A vida e os sonhos continuam.
Mas, por hoje, é isso.

O Tempo de Um Poema -

Diante da obra de um grande poeta,
em especial,
seus grandes poemas,
deveríamos ler,
somente,
um poema a cada sete,
quinze...
a cada trinta minutos.
(Dar tempo suficiente para digeri-lo por completo).

É preciso chorar (se for pra chorar).
Sorrir (se tiver que sorrir):
pensar, sentir.

É preciso deixar as facas cortarem,
rasgarem a carne fria
(sangrar).
Ou contemplar o corpo se acalmando
como no calor de um abraço,
quando a alma se sente
acolhida.

Um poema
não deve cortar o efeito
de um outro poema.
Um poema
é o presente respirar que,
aos poucos,
no tempo,
vai se apagando para um novo.

Mas no instante em que é lido,
é o teu íntimo inteiro:
consciente ou inconscientemente.

É o teu corpo
e alma
e pensamento
(centro supremo de tudo que te habita,
onde tu habitas em tudo).

É a tua cama,
o teu quarto,
a tua casa:
o Universo inteiro.

Ana -

Ana - que não era Ana -
era todas elas,
me ensinou (a muito custo),
andar sobre o fogo.

Fogo - que não era fogo -
era Ana,
que no mais frio dos invernos
queimava.

Ditos e feitos

Coloco
Tiro
Penso
Digo
Ando
Caio

Dou mais do que posso
Para quê?
Faço
Mas não recebo
Digo
Não me ouvem

Não me ouvem
Me escutem
Por favor
Me escutem
Romanos, amigos, compatriotas
Me escutem

Eu não brinco
Eu não finjo
Eu não existo
Mas eu sou
Eu digo, eu tenho opinião
Eu choro, eu morri

Meus olhos derretem
Minha boca salga
Meu rosto é correnteza
Meu nariz não uso

Eu não brinco
Eu não finjo
Eu sou o que faço
Eu sou abandonado

⁠Coitado do Meu Coração —

O trágico é que, para continuar, a gente
precisa matar tanta coisa boa que
sempre nos deu vida. — que desperdício!

Mas no dia em que der certo
(se algum dia der certo),
eu estarei pronto para ser
exatamente o que sou.

Por enquanto,
a gente olha, chora e se afasta,
tentando arrumar os pedaços
como puder.

(Coitado do meu coração:
Está sem entender nada
há séculos!).

Disse Victor Hugo: “A solidão faz homens de talento ou idiotas”; ocorre que eu sou um solitário bipolar.

Victor Hugo explorando a Catedral de Notre Dame de Paris encontrou a palavra "fatalidade" gravado a mão numa parede; a forte impressão dessa descoberta desencadeou a escrita do romance "O corcunda de notre Dame"

Inserida por marcialailin

⁠"A música está em tudo. Do mundo sai um hino." (Victor Hugo) Ela embala o sono do recém nascido, as brincadeiras de criança, os sonhos juvenis, os arroubos da adolescência, as paixões de adultos que lhes revira do avesso, as lembranças dos idosos e, finalmente o cortejo fúnebre.
Todos temos músicas especiais que traduzem sentimentos inexprimíveis, que tocam e aproximam almas, que se estendermos a mão quase tocamos a mão do outro que se encontra do outro lado do mundo. A música tem o poder de nos transformar em poetas sem usar papel ou caneta, escrevendo apenas no coração...

Inserida por cissa_leihte

Última flor do lácio, inculta e bela, / És a um tempo esplendor e sepultura”.

Amai para entendê-las. Pois só quem ama tem ouvidos, capaz de ouvir e de entender ESTRELAS.

Inserida por berepasin

⁠O Brasil ainda não está feito, como pátria completa. Como fazê-lo? Dar-lhe novas gerações de homens fortes e conscientes, dando-lhe estas duas necessidades, primordiais, básicas da defesa: o trabalho e a instrução.

Olavo Bilac
Últimas conferências e discursos (1924).
Inserida por pensador

Sem o pão e o livro, sem a riqueza e o ensino, não pode ter saúde, nem alegria, nem dignidade, nem alma,quem tem fome e não pode pensar.⁠

Olavo Bilac
Últimas conferências e discursos (1924).
Inserida por pensador

⁠Reconheçamos que o Brasil é um dos países mais pobres e menos instruídos do mundo. Reconheçamos isto, para que enfrentemos com denodo o mal que nos acabrunha.

Olavo Bilac
Últimas conferências e discursos (1924).
Inserida por pensador

⁠Quando se trate de defender a família e a pátria, a fraqueza é um crime e o descuido é uma desonra.

Olavo Bilac
Últimas conferências e discursos (1924).
Inserida por pensador

⁠As pátrias fazem grandes homens, quando já estão definitivamente constituídas.

Olavo Bilac
Últimas conferências e discursos (1924).
Inserida por pensador

⁠Quando um sujeito se mete sinceramente a querer salvar a pátria, perde-se ele e perde a pátria.

Olavo Bilac
Bilac: crônicas. São Paulo: Edusp, 2006.
Inserida por pensador

⁠"O melhor meio de deixar sem solução um caso qualquer, é fazê-lo discutido por muita gente junta."

Inserida por jorge_henrique_elias

Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários.

Carlos Drummond de Andrade

Nota: Poema pertencente ao livro "Amar se aprende amando" de Carlos Drummond de Andrade. Link

O sono guarda nossas angústias e decepções para devolvê-las, intactas, no dia seguinte.

Viver em sociedade requer instinto de formiga, dentes de leão e habilidade camaleônica.