Poemas Apego
HORMÔNIOS
Apenas falando, você me injetou serotonina. Fiquei louco de alegria e minha única vontade era de partilhá-la com o mundo. Assim o fiz, compartilhei, compartilhei, compartilhei, até o momento em que o efeito da injeção passou, e eu me vi carente do teu afeto. No dia seguinte você não me aplicou serotonina, fiquei triste, e mesmo sem intenção, compartilhei...Custou entender que meu humor já não pertencia mais a mim, e sim ao reflexo da forma que você me tratava. Bobamente acreditei que tudo era reciprocidade, quando somente perdia-me em ti, a ponto de, agora, não saber quando realmente estou feliz.
IDAS E VINDAS
De um instante para o outro, todos se foram. Você também se foi, mas diferente dos demais, você sempre volta, e como eu amei as suas voltas. No espaço de repouso da tua ida, entendi que meu peito não desfalece de tamanha carência e pobreza por afeto.
Entre o trânsito acelerado, dei de cara com muitas placas, uma dizia-me "pare", a outra dizia-me "volta". Por muito amei as tuas voltas, mas ensinarem-me que eu não mereço ninguém que volte, mas alguém que permaneça comigo para sempre.
ALTO-MAR
Durante meu cruzeiro, relutei diversas vezes contra mim mesmo. Peguei teu coração, carreguei ele nas mãos, mas sempre que chegava perto do mar, desistia compulsivamente. Mês passado diferiu. Após tanto resistir, enfim, joguei teu coração no meio do oceano. Por sorte, ele é tão denso que só restou afundar, afundar e afundar... E meu sorriso novamente voltou a me encontrar, encontrar e encontrar...
Uma vez jogado e debruçado no meio daquele oceano, felizmente nunca mais te veria, felizmente não mais te resgataria, felizmente não me perderia outra vez. Alguns acharam-me cruel, mas basta! Se quiseres, que me sentenciem a cadeia. Por pouco fui jogado no hospício sem ser louco e das reais histórias vívidas me diziam, "ALUCINAÇÃO!".
Eu que vivi muitas vidas
Trilhei por muitas corridas
Conheci muito pouco
Te desejo, e que os céus me perdoem
se isso for apego , só sei que é anejo
o amor arranca nossas vestes
e nos deixa nus
desmitifica nossos achismos
revira nossos tabus
é no corpo que ele nos toca e deixa marcas
cicatrizes
e digitais
é no toque que ele nos envolve
nos deixa vulneráveis
e iguais
é vento etéreo que sopra em nossos cabelos
nos desejando livres
e aceitando nossas diferenças
é cachoeira que bate em nossos corpos
livra-se dos títulos e dos status
e mesmo em sua grandeza pede licença
se faz nos versos e estrofes de um inacabado poema
sem pontuações
com muitos fins e recomeços
nos tritura em mil pedaços
em muitos restos e cacos
nos devora
dilacera
e engole por inteiro
é a explosão que nos desfaz em estilhaços
adentra pelos poros e termina na saliva
e no beijo
e quando faz doer
o que machuca no fim não nos faz morrer
ele sempre retorna das cinzas
e se refaz em calmaria
verso
canção
poesia
Por que eu me apego tão fácil? Por que essa memória tão boa? Eu não podia ter um pouco de amnésia? Um pouco de amnésia não me faria mal, não mesmo.
O apego as aparências e as cerimônias na vida é tão somente o celebrar do vazio que insiste em existir.
E assim vou vivendo com leveza no coração. Sem apego. Sem saudade. Sem tristeza. Aprendi a filtrar emoções e desocupar espaços que estavam preenchidos com pessoas vazias.
A palavra “apego” é muito usada na religião budista. Os praticantes acreditam que este seja um defeito básico do ser humano que produz grande sofrimento. O problema não é possuir bens materiais e, sim, buscar satisfação nestes objetos.
"O apego ao passado pode nos privar das belezas do presente e das esperanças do futuro. Eu vivo fazendo acordo com o tempo...
Descobri que não posso vencê-lo. Apendi que o passado pode ser um quadro na parede, mas nunca uma mobília principal."
Parece que esse amor, veio acompanhado de renúncia, sem posse, sem apego, sem cobranças,não perdendo assim a essência do amor verdadeiro....
O apego é ferradura de vaca que só permite pastar no cercado do dono, enquanto o amor é asa de passarinho, pois só se entrega ao pouso onde o vento lhe for tranquilo e fresco.
Se exauri o apego, quando se perde o ENCANTO (essência da paixão). Ou seja: A esperança abandona a UTI, para um Adeus do Amor!
Me sinto estranha. Ao mesmo tempo que quero muito não gosto do apego. Não gosto da fixação em mim e em desejos que não saudáveis. Me sinto perseguida e isso me atormenta. Gosto de amar e ser livre somente no exagero equilibrado sentir o que me faz feliz. Não gosto de cobranças e não vou gastar minha saliva dizendo coisas que não sinto naquele momento. Tem horas que o excesso me cansa, eu gosto de ir atrás daquilo que eu quero na dose certa. Gosto de tudo compartilhado e não somente vindo de uma só pessoa.
A maior barreira que nos impede de irmos adiante é o apego exagerado ao que inevitalvelmente ficara para tras.
A pior das deficiências humanas... é a deficiência intelectual,
Ou seja, a acomodação, o apego, a mesmice!
"Mesmo levando vida mundana, o iogue que fielmente cumpre suas responsabilidades, sem apego ou motivação pessoal, trilha firmemente o caminho da iluminação."
"Guardar coisas velhas como apego sentimental é o mesmo que colecionar "lixo mental" causando possíveis frustrações“