Poemas
SONETO CAIPIRA
Fogão de lenha na poesia a poetar
Panela a chiar, vastidão pela janela
Cheiro da noite no negror sem tramela
Desprendendo olor na roça aformosear
O entardecer se tingindo de canela
No céu estrelas soturnas a navegar
Em uma sensação de paz, de amar
Amassando jeito matuto na gamela
É só silêncio, cigarro de palha a pitar
Saudade esfumaçada na luz de vela
Arando sensos num canoro devanear
Depois, uma pitada de solidão donzela
Acalentando as lembranças a revigorar
Ah, gostoso a vida caipira na sua tutela
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
QUASE POESIA (soneto)
Poesias, que já inspiraram, amarrotadas
por mãos, também, que as aprimoram
as suaves e tristes, também as amadas
as dos beijos suspirosos, que já se foram
Umas indesejadas, outras atormentadas
dos sonhos fanadas, no coração moram
tem as dos emaranhados destrançadas
e as que as centelhas da criação imploram
Umas que morrem na alma silenciosas
outras cheias de viços e bem amorosas
as desventuradas, primeiras, derradeiras
Aí! Quem melhor que vós, oh primorosas
para coroar-me, poeta, e ter-te gloriosas
evocando, quase poesia, por belas prosas?
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2016, 17 de novembro
Cerrado goiano
Poema para o amigo
É para você, este poema
Intitulado: - "pro amigo"
Nele a afeição é o tema
Nosso carinho, eu bendigo...
Receba este real presente
O trago do apreço comigo
É do coração vertente
Do afeto venho festejar contigo...
Pois, só ele deixa saudade
Amor. Só ele nos traz abrigo
E a lembrança de nossa amizade.
Feliz por ser seu amigo!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
dia do amigo
SONETO ABSTRATO
Na prosa do poeta, não só tem poesia
às vezes de tão vazia, o abstrato pinda
arremata cada imaginação, e aí, ainda
nada lhe completa, nada tem harmonia
Tu'alma inquieta, o verso na berlinda
a solidão, a lágrima, a dor em romaria
se perfilam no papel em uma rima fria
e assim, a privação na escrita brinda
Neste limitado querer, sem simpatia
o silêncio, o belo, no feio prescinda
e a inspiração, então, fica sem orgia
Aí, o soneto sem quimera, não finda
e os devaneios perdidos na ousadia
sem fantasia, a ausência é provinda
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 09 de 2016
Cerrado goiano
Fiz algumas poesias falando de uma mulher,
Por ela ser muito linda e minha inspiração,
Escrevi-lhe inúmeras vezes,
Já disse qual a razão.
Então ela me disse:
"Por que não escrever do que tu ver no dia a dia,
De tudo ao teu redor?"
Faça isso talvez será melhor.
Pensei no que me disse e isso resolvi fazer
Agora estou lhe escrevendo só para lhe agradecer,
Por tudo que me falaste, algo novo pude aprender.
Não sei se é poesia
Ou se é poema somente,
Só sei que eu lhe escrevo
Muito alegre e sorridente.
Inspiração
Uso a poesia para falar de meus silêncios
Para a magia das palavras ter companhia
Em cada rima o hospício de meus suplícios
Assim, falo e ouço, escrevo o real e fantasia
Dou importância na simplicidade do fictício
Vivendo na levitação da imaginação, do só
Que possa vir e me trazer algum auspício
Assim, somos fadados, na matéria e no pó
Tudo na sorte com os seus diversos vestígios
E nos desperdícios das palavras dou um nó
Me perco no desenrolar de cada emoção
Pois cada trova no meu poetar é um cipó
Onde eu gangorro solitário na inspiração
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Poetizando o cerrado
entre arbustos, secura, a poesia escorre
pela inspiração viscosa da vida, no cerrado
os dedos empoeirados, no papel morre
pra ressuscitar no pôr do sol encarnado
e em cada degustação, mais é mais criação
invencionice dum poeta ávido em poetar
sem biografia, cá um forasteiro na ilusão
a estilhar poema nos dias da terra sem mar
entre troncos tortos, torta emoção, todavia
o fado me pôs nesta sangria, chão sulcado
onde escavo entre pedregulhos a arritmia
do coração: saudoso, murmurante, calado
e nas madrugadas amarfanhadas, despertam
as manhãs numa mesmice e numa tal inação
me pondo no esquecimento que me apertam
a solidão do selado e árido chão do sertão
nas sombras da noite sem sono, ao relento
a ternura do vento enxuto, seca as lágrimas
guardadas nas tralhas do esquecimento
em pesados e brutos passos, de lástima
(entre os outonos meu poetar foi estacionado...
no cerrado!).
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06 de abril de 2016
Cerrado goiano
A Poesia
E foi no cerrado,
veio a poesia pra me buscar
Me trouxe do mar, de lá cheguei
verão, inverno, do chão
comigo emoção, contigo chorei
Não sei de onde pariu
se do silêncio ou comoção
só sei que nunca mais saiu
Não, não eram visões
nem palavras enfileiradas
nem a lua nas suas estações
Nem tão pouco inação...
pois, não mais ficaram caladas
desde então, só submissão
e no papel estão estacadas
E fui ficando ao teu lado
e ela balbuciando sentido
e eu de olhos fechado
nos sonhos me vi perdido
Alucinação? Ou asas da meditação?
E daquele vazio o mistério
se fez constante, pura sabedoria
escrevi a primeira linha, galdério
crivada de flechas, dor e arrelia
e assim me levou a sério...
E foi nessa idade,
chegou à poesia para me buscar...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Pablo Neruda
UM POEMA DE AMOR (soneto)
Onde escrever um poema de amor
Se branco está o papel sem pauta
E é preciso senti-lo sem sugar dor
Falando das partes sem sentir falta
Quero escrever um poema de amor
Rima-lo tal a poesia da luz da ribalta
Com acordes tão suaves de uma flor
E o perfume da cor duma doce flauta
Quero torná-lo cada vez mais viçoso
No silêncio de estar eterno amoroso
Sereno, para a longa noite do mundo
Onde escrever este poema carinhoso
Sentindo circular num verso desejoso
Expressando este tal amor profundo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
Das flores quero a poesia
em cada pétala e perfume
da brisa quero a melodia
em sussurros ou queixumes
Das pedras quero a areia
que conta a estrada a história
e sempre, sempre lastreia
toda a sua trajetória
Do mar quero ser marola
em placidez e plenitude
em cada movimento que evola
suavidade e cantos de solitude
Desse poema sem jeito
sem contagem de métrica
vem a certeza que espreito
a vida é mesmo poética
Então da vida só quero
as linhas traçadas em emoção
versos que as vezes nem espero
mas que nascem no coração
A POESIA QUE CHORA
A poesia que chora, desinspirada
Na solidão, que padecer me vejo
Na realização, e tão despovoada:
Sofre, implora, por um puro bafejo
Não basta ter a rima apropriada
Nem só desejo de lampejo: desejo
Assim, tê-la, no versar que agrada
Não, no amor findo, oco e sem beijo
No exílio e no vazio que me consome
Não basta saber que no tempo passa
Que tudo passa, quando só quero estar
A poesia que chora, ficou sem nome
Separada do sagrado e tão sem graça
Quando a trova teria de ser de amar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020, 05’53” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
DEIXA... (soneto)
Deixa que a poesia a dor devasse
A dor de amor que não é segredo
Pois, a todos tem o mesmo enredo
Mais cedo, ou tarde, se mostrasse
De todo o afeto, não tenhas medo
Tenhas no esperar que tudo passe
Aos desenganos encare a tua face
Nas perdas nem tudo é só degredo
Basta de pranto! enxugue a emoção
Deste amor que o poetar consome
Melhor o sofrer sobejo que ter ilusão
Ouça o poetar do coração, imerso
Que vocifera pelo certo sem nome
No tempo, se revela, o exato verso
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
[...] lá vem a lembrança
gerando cheiro de criança
saudade e nostalgia
evolando memória e poesia...
eterna dança...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Cerrado goiano
SAGRAS
Há os sonhos ocultos
dizer o que? Vultos...
Há a poesia derrocada
calhorda a sua fornada
O dedo em riste, olha
insiste, a alma desfolha
Não há poetar sonegado:
- o verso nunca é calado
Há desencontro na colisão
também o meu e seu perdão
O fado tem vida peculiar
o amor não, tem de amar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/09/2019
Araguari, Triângulo Mineiro
poemas
certos poemas
entram pela imaginação
e são como as emas
no cerrado. ciscam... ciscam
espalhando alguns temas...
e tão cheios de ilusão!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, setembro
Araguari, Triângulo Mineiro
AME PRIMEIRO (soneto)
Quem quiser ter poesia, que ame primeiro
O poetar onde, total, caiba na haste da flor
Ai dos que trovam, e dele não é por inteiro
Se apartam das quimeras e do afável amor
Os versos sorriem, enfim, ao ser certeiro
No peito do poeta que está um amador
No sonho passageiro, da ilusão é herdeiro
O bardo romântico, um eterno sonhador
Ai de quem, gerando-os, nada lhes trouxer
Ai dos que tem o dom e não tem o afeto
Hão de ali perder-te o que a emoção quer
Aí, no silêncio do senso um rimar inquieto
Coração sofredor e da ventura sem saber
Então, redigi solidão no corpo do soneto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/04/2020, 06’37” – Cerrado goiano
A minha primeira poesia
Passear em Martins
Vou ficar em uma casinha no Sítio canto e nas noites de lua apreciar seu encanto.
O Sol raiou no céu, vou mergulhar nas piscinas do chalé ou do hotel.
Para se hospedar em Martins não tem ingancho, temos as pousadas e o rancho.Existem pessoas que conhecem Martins desde menino, fala sobre toda a nossa história e até do Memorial Manoel Lino.
O Sol se e Pôs e a Lua traz o seu mistério.Á tardinha vou rever os amigos do jacú, da Cohab e do caminho do cemitério.
Á noite vou pedalar."Arrudiar" a pracinha do Jocelyn Villar.
Deitar com frio em Martins não é nada mal.Á noite ouvir o som das águas da cachoeira da Umarizeira. Acordar com as comadres conversadeiras pilando coloral.
Os flhos ausentes teem Martins no coração.A lagoa Nova, o Caminho da Bica e o lamarão.A deliciosa comida e o belo açude do Porção.
Quem vem passear em Martins, leva consigo fotos, lembranças e saudade.A igreja da Rua das Pedras e o centro da cidade.
"Quando a pandemia passar, venha conhecer a nossa cidade."
poeta Adailton Ferreira
Poema do Poeta VilaFranquense e Galego 🇵🇹🇪🇦
Nunca desistir - Amor próprio
Quem é puro e especial sempre será feliz á sua maneira, pessoas puras e únicas são pessoas com amor próprio, vivem e desfrutem da beleza da vida.
Se te elogiam e te admiram, trabalha mais no duro e vive na vida com garra na vida.
Se te criticam por inveja e ciúmes trabalha mais no duro ainda e vive na vida com garra na vida e simplesmente sorri para o mundo e o mundo sorrindo para ti...
Perdoa a quem recusou dar-te a mão depois de lhe dares o ombro. Perdoa a quem te virou a cara depois de tu te teres virado do avesso para ajudar. Perdoa a quem te abraçou para melhor te apunhalar pelas costas. Perdoa a quem precisou de te fazer mal para se sentir bem. Perdoa-lhes, não porque não saibam o que fazem, porque o fazem com intenção, mas porque tu não és o que fazem de ti. Perdoa. Não deixes que roubem a tua paz. Isso é que não tem perdão... A vida é isto, reflexão, compaixão, perdão, oportunidade, aconchego, família, amor e... Um caminho livre para seguir e ser poético e feliz.
Poema da vida do poeta vilafranquense e galego
Os teus lábios doces e sensuais são borboletas e flores raras do jardim de jasmin e são corações puros e belos.
Seriam flores de outras ocasiões especiais que têm bondade em tudo na natureza e na vida.
Aventuras, amizades ou amores de certas devoções
dores de prazer e excitação de novas canções.
Seria infeliz o que do amor vive só, ou em harmonia constante da
paixão ardente e vive desamparado de alegria ou
até do mar vive só o poeta apaixonado e insaciável pela vida.
Seria capaz qualquer olhar sedutor, junto ousó
ou em paz e alegre, se sozinho vivesse o amor
que de rosas vivem espinhos e flores e amores e paixões.
Vivem do prazer e da suave sensação do vento cru e gostoso e doce.
Não são loucos ou deuses, são deosso e com língua falam o que
mudos corações sentem e sem tamanho do mundo mas sim do universo.
Sentem quando algo bate mais forte simplesmente pelo prazer de desfrutar a vida.