Poemas

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CERRADO EM PRECE (soneto)

Cerrado é a candura do tardar do dia
Quando a poesia dos sinos, em trova
Choram o clamor do donzel ave maria
Canonizando ao encanto a boa nova

O sertão de alma sempre em prova
De messe varia no chão em teimosia
Toda a glória, resignação que renova
Do sereno à sequidão que então ardia

Da tua fulgência aos olhares é certo
Tua imensidão nos faz tão pequeninos
Céu de estrelas, em divinos pirilampos

E em uma prece a Deus Pai, decerto
Enaltecemos. Estes júbilos tão divinos
Da pluralidade de seus remotos campos

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, 14 de 2018
Cerrado goiano

Poesia do amor

Deixe-me imaginar
Sorrisos no ouvido
Abraço em forma de laço
O calor da tua voz, murmurado
No meu olhar atento, no compasso
Do passo das batidas do coração
Do meu, do seu, onde cada pedaço
Nos faz um todo na emoção...
Deixe-me sonhar, num só traço
Que liga o meu eu a sua paixão.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
fevereiro de 2016 - Cerrado goiano

termo

meus poemas são meus olhos
falam com o juízo do coração
na alma destrancam ferrolhos
enferrujados pela corrosão
dos desprezos e embrulhos
dos enganos da emoção
e mesmo assim,
entre rimas de dor
que escrevo sem fim
teimo nas estórias de amor

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 – Rio de Janeiro, RJ

ÚLTIMOS VERSOS (soneto)

Na poesia luzente, hoje triste e fria
Onde os versos eram para a gente
Na poesia feliz, que ti trovei um dia
Para sonhar, já perece, eternamente

Achei (ia perpetuá-la) à nossa valeria
Intocada a rima de amor contundente
Aquele olhar, sussurrado em melodia
Que nos fez delirar a alma ferozmente

E doravante, chora, a prosa na solidão
Que, outrora, era de convivo tão leve
Agora, cheias de rancor e de embraço

Aquele abraço que escrevia emoção
Que trazia sintonia, e hoje tão breve
Ó inolvidável amor, desatou-se o laço!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/03/2020, 10’57” – Cerrado goiano

POEMA EM SILÊNCIO (soneto)

Meu verso está amordaçado
As palavras dentro da vidraça
Represadas e tão sem graça
Estou calado, o poetar calado

Inspiração diluída na fumaça
O vazio estridente e arestado
Ácido em um limo agargalado
Inebriando tal qual cachaça

Meu pensamento está suado
Ofertado como fel numa taça
E na solidão, então, enjaulado

O poema em silêncio, bagaça
Oh! Túrgido sossego enfado
Diz nada, só tira a mordaça...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

AMOR QUASE SIDO (soneto)

Amores vem, vividos, amores vão
Na poesia voam e, na alma fundido
No tempo, o que é, e foi permitido
Nas palavras, dissertando o coração

Ama eu, ama tu, ele, ela, repartido
Lágrima, sorrido, a dura decepção
E num sempre porque, indagação
Nuns ficamos, outros nos é partido

Mas sempre desejado, imaginação
Onde? Quando? E é sempre sabido
Que dele quer, dele se tem emoção

E nesta tal torcida o amor é provido
O amor é sentido, sentido é a paixão
Sem porque nem como, os quase sido!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano

rastro

onde passamos
alguns deixam vaidade...
outros deixam pegadas, eu...
deixo poesia e amizade...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Amor com pimenta

Tantos poemas
Chorados
Tantos versos
Acabrunhados
Feitos nos proveitos
Da imaginação

Agora aqui estou
Imergido
Em pleno voo
De letras servido
Esperando
Uma nova emoção

Chega de vazio
Vazio leito
Peito vazio
Solidão como sujeito

Eu só queria
Poder compor
Afeto na caligrafia
Sem os rabiscos de dor
E nem porfia na teoria

E assim, uma canção
Que fale
Que ouça
Não cale
Respire
Suspire e esbouça
As videiras do coração

Compassivamente
Servindo-me de poesia
Verdadeiramente...
Sedenta!
De amor com pimenta.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
23/04/2016, 09'09"
Cerrado goiano

CONTUDO

Contudo vai haver um poema rimando tudo de mim
Contudo vai haver um eco ressonando tudo de nós, assim,
Tenho pressa
Tanta coisa, nada, o fim
Tudo interessa
A lua, as estrelas... enfim,
A lágrima que rola que me resta
Neste novelo de: não e sim
Me basta um olhar pela fresta
Do amor, inflamando outro estopim.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Fevereiro de 2015 - Cerrado goiano

As minhas poesias
Sei que balançam ondas
E ondas derrubarão
Os tubarões da hipocrisia.

Não é só poesia que faço
Tenho outras qualidades
A poesia é só uma ponte
Pro caminho da felicidade.

POEMAS

As vezes paro e penso
Nos poemas que compus,
Tanta idéias na cachola
Tanta glória, tanta luz.

Quando falam em poesia
Fico todo esfuziante,
É uma coisa magnifica
Que me enche de emoção.

Os poemas que escrevo
Na verdade são presentes,
Palavras ritmadas
Feita de coração.

Para crianças e idosos
Não importa a idade,
São tantos pensamentos
Muita criatividade.

São livres como o vento,
Nem um deles me pertence,
Os poemas que compus,
São presentes para o gueto.

O poeta é um faminto de poesia
um apaixonado sem intenção
que transforma noite em dia
usando apenas imaginação


⁠"se souberas falar também falaras
também satirizaras, se souberas,
e se fora poeta, poetaras."

⁠O amor é uma poesia
Que brilha sempre no amanhecer
Traz com consigo a magia quefaz tudo acontecer

⁠⁠Poema de um 2021 apaixonante.
De repente num momento fugaz o mundo se apaixonou por ti minha duquesa,
os fogos de artifício anunciam a tua essência.
As taças da realeza se cruzam e beijam-se e tocam-se,
e o champanhe borbulhante anuncia que o ano velho se foi e o ano novo chegou com novos amores, novos recomeços.
Cantamos uma só canção
um só hino:
o da Liberdade e do amor e felicidade
E o melhor ainda vem aí Duquesa,
e de como é bom viver.

⁠⁠Linda é a poesia que Deus escreve em cada detalhe do pôr do dia ! Feliz é quem tem a serenidade na alma para poder sentir a harmonia em cada verso do entardecer.
Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/06/2021 - Araguari, MG

⁠[...] vã̃ e breve, a vida tal uma curta poesia
expira, em terra funda, dura e fria
o teu canto, ali, acabará...
Eis o que aperta, e dói no coração
a morte é um mistério
fugaz... cheio de sensação
má́ ou boa, penoso critério
aqui apenas uma oração
em suporte
a realidade
um triste verso à morte...
versado com saudade!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/06/2021, 5’10” - Araguari, MG

⁠PÁGINA ÍNTIMA

Meus poemas tão cheios de ilusão... os perdi
os deixei de cantar, mansos, estão no destino
apertando a sensação, tão solitários, os dilui
lastimando ou rindo no meu poético destino

Era boa canção de um coração de um menino
singelos versos, e que não feria, se então sofri
feliz fui, muito adquiri no trançado do figurino
pois não sabendo, entretanto, que iniciava ali

Aí, cada pranto, cada sorriso, cada um norte
e a sorte, a quimera, a inspiração, ora brando
ora forte, mas sempre com o sonhador porte

Ó página íntima, tão cheia de ilusão querida
Da lembrança, saudade, a lágrima chorando
Sigo eu em outros poemas, à minha vida! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG – 25/07/2021, 15’55”

⁠EMPRAZAR

Na minha poesia eu te citei, bendita
Dita. Em ti falei dos amores e de ilusão
Das dores e duma certa estorva ferida
Outras emoções e as afeições em vão

E vejo, agora, ao envelhecer da vida
Que sentimentos nos encontros serão
Espinhos e flores, na mesma medida
Pois, o destino são sementes ao chão

Brotarão ou não, depende do fraterno
De se ser amigo, de a alma enamorada
Sem as promessas do agrado eterno...

Em troca, cada minúcia é ter contigo
A vivida canção à sensação dedicada...
No detalhe, amor e paixão, bendigo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/08/2021, 06’58” – Araguari, MG