Poemas
POESIA " TOTALIDADE DAS COISAS"
Descobriu,
Abriu diante do próprio olhar virgem,
Sem ideia de que pronto
Aquilo existia, estaria tanto tempo no conto imperceptível quase oculto, que
Não gostaria de passar duas vezes
Pelo mesmo rio, para o mesmo ponto.
Agora diferente, discursado de outro modo,
Coitadinha daquela fantasia, mente volumosa.
Tanto alarde, ansiedade agonia que cria,
Ria de alegria da descoberta como totalidade das coisas;
Mas que coisa!
Isso já existia e no tempo passado alguém
Discutia, talvez de outro modo que quase
Não se via, portanto sua descoberta
Não passa de alegrias para mais uma
Caverna dos mitos, onde certezas
Se perdem na revolução dos bichos.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
POESIA " A VIDA É SÓ PARA BRINCAR "
Para qual lugar estais levando sua vida?
O seu tempo é disputado pelo labor
antes da partida!
Aproveitaste seu lazer na terra
existindo ou foi sumindo pensando
que se assumindo eras eternos para
se deixar por um amanhã?
POETA Nilo Deyson Monteiro Pessanha
A POESIA É UMA PROSA
Mas como não entreter se a poesia é prosa
Um momento singular, feito duma quimera
Da flutuação e uma imaginação em espera
Ora triste, ora contente... mas harmoniosa!
Assim, cada verso, naquela direção airosa
Cheio de cheiro, do colorido da primavera
Que o encanto de um bardo nos assevera
E, sempre duma existência, a rima jeitosa
Ah poeta! Da poesia um criado e senhor
Num só sonho de inspiração a compor:
Desencavando a sensação inteiramente
Palavras da entranha que alegram o triste
Ou que entristecem a alegria, mas insiste:
Naquela emoção que prosa à toda a gente.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 julho, 2022, 16’14” – Araguari, MG
POESIA : PARÓDIA SUAVIZEI
Tenho alma muito prolixa,
Por eu ser uma coisa, desafio o que não sou;
Logo todos os dias, nas autênticas certezas subjetivas que se mostram precisas, não objetivas conflitam a realidade.
Essa forma efetiva ao senso de justiça,
Situa pura minha poesia, que liberta a dignidade de sua falta, bem logo surgem alternativas distantes que citam doutrinas.
As jurisprudências que nunca falei não são lei, mas direito se faz se fez, e segue a paródia sossegada em mim, onde em melhor versão se esconde a diversão na escuridão da lei cega quanto ao direito de ser-sentir-vir-vê -rrrr...
POETA NILO DEYSON MONTEIRO
POESIA " A NATUREZA LIVRE DO AMOR "
Conhece o amor?
Repare na atmosfera em nossa natureza,
Belas paisagens,
Ar e leveza,
Silêncio, paz interior;
Purificação das nossas certezas.
O amor trabalha assim,
Cuidado de tudo onde habita, limpa,
Purifica, evita brigas e une
Em conexão, o ser diante do nada,
Para sentirem a brisa pura na aurora
Da alvorada.
O amor é puro,
Não cobra nada,
Não arde em ciúmes por saber
Que dele não é nada,
Porquanto o amor é livre
Vive se entrega, nada espera,
Não tem posses, apenas se revela.
Não se apega!
Por natureza espera,
Cuida por amar,
Se doa em amar,
Vive para amar,
Morre por amar e volta,
Para quem aqui ficar.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
POESIA " PSICOLOGIA DO AMOR"
O amor é como um fantasma
Que se refugia na solidão da
Própria natureza morta,
Por trás de ermos sentimentos em túmulos,
Um dia,
Fui refugiar-me a tua porta.
Fria fazia,
O amor se contorsia
Enquanto me iludia com a graça
Da mais linda eterna história;
Mas olha, eterna glória vive,
Que linda natureza complexa ilusória
Se emprega ao amor que se explora.
Assim é a psicologia do amor,
Pensa pelo que sente
Sente pelo que sofre
Sofre por um afã, e,
Quando vive, vira um divã.
Sem ligar para o mundo real,
Quiçá que se chegue o amanhã,
Quando juntos na solidão nada
Vale atenção senão,
A sensação do momento presente
Quem em fração de segundos fica
eterno naquilo que sentes,
Daquilo que nunca mais voltará a não
ter acontecido,
Acolhidos pela loucura
Sem cura na psicologia.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
POESIA " TRINULA VOLATA"
Anjo de sorriso
esplêndido sonata,
Doce tilintar de prata com
Suave voz apaixonada,
Que canta sempre em trinula volata.
Quão doce delírio de ventura louca,
Vai-se minha alma toda nos teus beijos,
Ri-se o meu coração na tua boca.
Acolhedor dias risonhos,
Quando, macios beijos úmidos em
Ressábios teu riso esponta,
Despertando sonhos, sorrisos
Sem - vergonha.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
POESIA
" TEORIA MISTA DO SURGIR DO AMOR "
O amor dado foge regulamentos vários,
é dado de graça e onde fica não passa, para!
Vence, quebra o silêncio deixando bom perfume.
Eterniza, resume!
Faz sem pressa,
Mas agoniza a espera;
Teme a partida em não
Viver nesta vida e une,
Universos, assume!
Assim portanto, entre idas e vindas,
Fragmentos submersos do amor de uma vida,
Ão de explorar o complexo
Segredo desta força amar.
Toda informação científica
Não atinge suficiente onde ou como nasce
O amor em tanta gente;
Que só os poetas deuses sensíveis
Sabem decifrar enigmas pertencentes.
Enfim,
Teorias daqui, ditos escritos dali,
Resumindo teorias mil sobre o amor,
Não se explica em palavras,
Expressa-se pela dor,
Ou pelo viver recíproco presente,
Em cores, sorrisos luzes evidentes.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
SUPERAÇÃO
Quando poesias de amor eu escrevia
Entre poética e sentimentos singelos
Cercados de mágicos enredos, belos
De agrados e de venturas, eu me via
Eu era só agitação sem a monotonia
A essência atraente da emoção, elos
Onde construía a ilusão e os castelos
De um bem querer, o que mais valia
Cá estou, seguindo, e ainda escrevo
Sensações, estórias e em nada devo
Ao tempo... audaz... ligeiro... voraz
A esperança que no fado se repara
Com o oportuno desenlace, ampara
E que no prosseguimento se refaz!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 de julho, 2022, 16’29” – Araguari, MG
POESIA " ÊXTASE "
Sensação anormal não real tal-qual
eleva o astral, que derruba
A face caída da nostalgia,
Épicos instantes de alegria,
que, por segundos,
inconsciente pensa ser eterno fora
do inferno ser diante do nada;
Ah, mas feliz seria sem nada,
por dias diante no tal efeito vibrante,
se não fosse o direito delirante da turva realidade, que se intromete debochante,
Na aparição incomodante querendo dizer,
Com sarcasmo vibrante:
" acorda, já é dia, segue adiante com a vida
que tinhas antes de adormecer na opaca e medíocre existência, que
daqui a pouco vai escurecer,
viva por viver com aceitação a dura
realidade, não é por maldade,
mas a vida é mais dura do que
viver de miragens; humanos, selvagens ..."
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
RELÍQUIAS
Nestas velhas páginas amareladas
Duma poesia de outrora, de amor
Retalhos das prosas tão choradas
Sussurro em verso, versos de dor
Relíquias... eram ilusões doiradas
Que cá versam nostalgia e clamor
Os restos de poéticas enamoradas
Num soneto sofrente, sem pudor
Ai! verso a verso, vai, e tudo parte
A ideia se apaga, e vem outra arte
Nas lembranças, que doridas são!
E, passo a passo, que se esquece!
Tudo envelhece! e assim, fenece...
Deixando o seu cunho no coração!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 agosto, 2022, 05’40’ – Araguari, MG
ENTRELINHAS
Se o ledor pudesse ler as entrelinhas da poesia
Minha, que cada surpresa do fado me reservou
Entenderia os suspiros, a dor e toda a antinomia
Dos versos agridoces, que no meu versar chorou
A desdita está em cada poética, tanta a agonia
Imbuídas naqueles perdidos sonhos que sonhou
Cada desejo, num gesto que não era de alegria
E sim, apertos no peito, que o causar idealizou
Poeto sentimento, o sentimento inteiramente
E nunca indiferente, e tão pouco eternamente
Devaneio, amo, idealizo, busco ir sempre além...
Porém, do calvário não se pode ficar sem nada
Cada qual com seu traçado e com a sua estrada
Tudo passa! E do destino aquele servo e refém!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 agosto, 2022, 20’22’ – Araguari, MG
TANTO GOSTO DO CERRADO
Tanto gosto do cerrado, a árida poesia
De tuas planícies, teu chão cascalhado
Ao pôr os olhos em ti, o impar agrado
Sensações nas tuas, agradável melodia
E na tua imensidão, bárbara quantia:
De encanto, magia, plural e arrojado
Pois eu, encantado, junto ao teu lado
Sou bardo, cantador, que poética cria
Se a tua diversidade, enfim, consiste
Ser o diferente que a sensação sente
De aroma que só no teu chão existe
Inspiração que persuade divinamente
Ó intenso cerrado, que o belo insiste
Num pôr do sol acobreado e luzente...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08, outubro, 2021, 16’10” – Araguari, MG
Poético
O óbito leva o poeta
não a prosa
tua magia secreta
suspira gloriosa...
E a poesia, gazeta!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/10/2021 – Triângulo Mineiro
O Poeta e a Poesia
Quis saber do poeta
Donde vem a poesia
Disse: duma secreta
Arca maga e luzidia
Duma paixão direta
Onde tem a melodia
E a magia donde vem?
Do vento da primavera
Que sensação contém
E também a quimera
Onde tem e vai além
Do prazer que impera
E, o poeta e a poesia
Mais que imaginação
É em uma só sintonia
É em um uno coração
Da alma em sangria
Pra cantar a emoção!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20, outubro, 2021, 14:50 – Araguari, MG
dia do poeta
CERRADO LOTADO DE POESIA
Imensidão, profundo e denso labirinto
em que há diversos, e encanto brando
cheio de fascínio de detalhe destinto
teus cantos, extasiantes, só estando!
Do teu variado ser diferente, é ressinto
no teu rico entardecer o rubro vibrando
que nos surpreende e nunca é suscinto
é aquela graça que n’alma vai gafando
Ora o teu vento nos galhos musicando
e a passarada nos jatobás florescendo
canto e contos, todos, contigo rimando
Os ipês, caliandras, lobeiras, em junção
que, faz da sensação, prazer querendo
é o cerrado lotado de poesia, de sedução!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 abril, 2021, 14’28” – Araguari, MG
E A POESIA DISSE AO POETA
Ao poeta disse a poesia: “Vai infante,
e rime tua inspiração, tuas jornadas
cante, e que o teu canto seja avante
poético, com narrativas apaixonadas
Vai, prose com teu verbo sussurrante
de amor, tal o rubor das madrugadas
do cerrado, ardente, de belo instante
alucinante, com manhãs encantadas
Apóstolo do fado, e da doce emoção
desfie a tua estória com terna calma
à mercê do romantismo e do coração...
Trove o sentimento e os seus diversos
fascínios, todos tantos, vindos d’alma
e então, ver suspirar os versados versos.”
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18, abril, 2022, 16’48” – Araguari, MG
POESIA "NÃO QUERIA SENTIR"
Queria eu, ser como uma pessoa comum
Que se encanta com o belo,
Que se espanta com inédito
unindo elo entre opostos visto por um olhar comum, porém, não sou mais um.
Minha sensibilidade sente na atmosfera,
Sinto como que uma fera, rodeado por
Uma selva de ações em minha própria natureza; sem beleza, sofro por tantas coisas
Sem explicação convencional,
Então que tal, não tentar entender?
Talvez seja eu, dor, um período de perigo pra você que sem saber, busca lê por interpretação essa incógnita enigmática em mim, não faça isso, saí daqui enquanto tu ainda é normal, como sabes agora, sou anormal pelo fato aflorado de meu espírito poético, filosofal.
Não, não queria sentir o que eu sinto, não minto; talvez seja meu espírito um mito por não ser comum igual em total, que, por horizontes se permite ultrapassar a-diante, e, por ser gigante não percebe onde irá pisar, onde surgem dores e sorrisos opostos por ter ido e pisar, e pôr de pé sobre os meus ombros, quem comigo passou e vai passar, carreguei, vou carregar...
Por fim mas 100 ter finitude,
Toda e qualquer atitude minha daqui a pouco,
Não é de doido, tão pouco de um louco;
São e serão tão somente fragmentos de gentes que tentei abraçar em meu coração e, como não posso impedir no outro sensações de dores, vou guardando o que é verdade e deixar cair do coração o que ficará por saudades...
Vou aos poucos desaparecendo deste ano,
Neste tempo do qual não faz sentido ficar sem antes traçar uma ilusão de um porvir em melhorar um caótico lugar que ao tentar acertar; dores em partes opostas poderá provocar e sem falar de mim próprio que sóbrio, sem emoção por razão me nego, não vivo, apenas permito que o fluxo desta servidão voluntária se assente e eu presente sempre ausente daqui...
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
No entardecer do dia
atrás da Igreja, em poesia
o pôr do sol...
Sentidos, magia, o dia em bemol
A alma se expande em reverencia ao encanto
divino, poético... deslumbre... tanto! tanto!
Misericórdia, o dom maior...
do Criador!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19, abril, 2022, 18’55” – Araguari, MG