Poema Velhice

Cerca de 1028 poema Velhice

A velhice pode ser o nosso tempo de ventura. O animal está morto, ou quase morto. Restam o homem e a alma.

A velhice não está nas rugas que o espelho nos mostra, mas na alma que precisa do espelho para ser feliz.

"Vá para casa, tome conta do negócio de seu pai, cuide de seus pais na velhice deles. Case com a moça que está à sua espera, seja leal, seja simples, seja humilde. Esconda sua virtude, viva em silêncio."

O filho que não cuida dos seus pais na velhice não merece ser chamado de filho.

Quando pegarmos a estrada da velhice,que não aja espaço,para murmúrios e lamentações,e continuemos a caminhada,firme e forte,apesar das limitações,agradeçamos por chegar a envelhecer,porque quem não chega ,é porque já morreu.

Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo para você, não pense.(...)
Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.

Desconhecido

Nota: A autoria do pensamento tem vindo a ser erroneamente atribuída a Cora Coralina.

A velhice me dá certo medo. O medo de eu olhar pra trás, e descobrir quem eu realmente fui a vida inteira.

Para garantir uma velhice tranquilha e de paz, é preciso saber plantar boas sementes na juventude.

Estou chegando à velhice... Com isto me preparo para ter corpo, espírito, coração e mentalidade velhos. Isso me ajudará a viver em harmonia, sem os atritos pessoais bastante comuns observados nos que não acompanham a idade. Não quero ser diversão garantida para os mais novos, crendo compor ainda sua geração. O que preciso, de fato, e todos quantos veem o tempo avançar sobre sua estrutura, é ter um conceito enxuto de velhice.

⁠Busque a Deus em sua juventude e pouparás muitas lágrimas de amargura na velhice.

Morte que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).

Estou pensando [...]
Nos que a velhice fez brotar em seus sentidos
A impiedade do raciocínio ou a inutilidade dos gestos[...]

UMA DICA DO JAZZ

"O que há de belo na velhice é a poesia da inutilidade." É claro que esta ideia ou ponto de vista não é de um velho, mas pode bem ser de uma jovem que tenta interagir com um velho em profunda decadência física e mental...
Contudo, o velho tem a seu favor a experiência, conhece os atalhos por onde teve que passar, atalhos estes que certamente um jovem ainda não trilhou e nem conhece...
Sempre há uma justificativa para o absurdo, uma causa, um efeito e, a despeito do que podem pensar o velho e o jovem, ambos estão trilhando a mesma estrada, escrita pelo caos. Todavia, como no Jazz, aproveita melhor a falta de harmônia aquele que souber improvisar. A propósito, sou velho e toco jazz.

Evan do Carmo 14/12/2016

VELHO CHICO CARRETEIRO

Velho Chico carreteiro pela estrada empoeirada,
Com as marcas da velhice com suas mãos calejadas,
Com os seus cabelos brancos com a visão ameaçada,
Chico velho trabalhou tanto mas não conseguiu quase nada,

Velho Chico Chico velho que ainda era solteirão,
Que vivia tão solito num ranchinho de torrão,
Passando todos esses anos alimentando ilusão,
Hoje está velho e tão pobre nunca passou de um peão,

Velho Chico carreteiro que nos sonhos se perdeu,
A mocidade se foi na vida nunca venceu,
Carreteando pelos rincões foi assim que ele viveu,
O coitado não aguentou assim o Chico morreu....

Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes.
Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte,
e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Fabrício Carpinejar

Quando um homem atinge a velhice
Cumprida sua missão
Tem o direito de confrontar
A idéia de paz.
Não necessita de outros homens;
Conhece-os e sabe bastante a seu respeito.
Necessita é de paz.
Não é bom visitar este homem ou falar-lhe
Fazê-lo sofrer banalidades.
Deve-se desviar
À porta de sua casa,
Como se lá ninguém morasse.

“Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança”.

(Trecho dos versos publicados originalmente no livro "Sentimento do Mundo", Irmãos Pongetti - Rio de Janeiro, 1940. Foram extraídos do livro "Nova Reunião", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1985, pág. 78.)

Não te preocupes meu amigo
A velhice vem a todos, prós novos,
Prós velhos, prós tolos,
Não se trata somente da pele
Mas da cabeça que cada um tem

Na velhice

Já são anos escrevendo;
As histórias de uma face;
Já são dias escurecendo;
Desejando que me abrace.

São os dias de beleza;
Os que vens a encontrar;
E me vejo sem destreza;
E só falta te amar.

Um amor que é diferente;
Um que veio do infinito;
Um amor que faz contente;
Um do rosto mais bonito.

É uma bela que é fera;
É um rosto que se rende;
É uma força que é mera;
É uma força que a mim prende.

O abraço que não solta;
O beijo que não desfaz;
O caminho que não volta;
O amor que satisfaz.

Já são anos escrevendo;
Sobre o amor que nasceu;
E me vou envelhecendo;
E esse amor ainda é meu.

O homem tolo
acredita que viverá para sempre
se ele evitar a batalha;
mas a velhice não lhe dará
nenhuma paz,
ainda que as lanças o poupem.