Poema Velhice
As pessoas chamam umas as outras de velha, como se envelhecer fosse feio, fosse crime. Meu bem, envelhecer é privilégio e estar vivo é uma dádiva que nem todos têm a bênção de ter.
A idade de uma mulher deveria estar relacionada a sua capacidade de amar: nenhuma mulher deveria ser considerada velha enquanto seu coração pulsasse impulsionado pela chama do amor.
A vida não se resume em desejar a posse de coisas e bens, porque a conquista cria um novo desejo e uma nova angústia.
Muitos, na juventude querem ter as coisas que se conquistam ao longo do tempo, outros, na velhice, dariam tudo o que conquistaram, para ter a juventude de volta.
Antiquado ou não, eu quero ser uma senhora idosa que se senta em uma varanda enquanto borda, e olha vez ou outra para o jardim.
Na primavera passada aniversariei... Nesta primavera aniversariarei... Por mim aniversariaria em todas as primaveras. Eu gosto muitíssimo de aniversariar. O que eu não suporto é envelhecer 🙄🤪.
Olhou seu rosto marcado no espelho, analisando cada espaçamento criado pelo tempo. Questionou-se - “quando aquilo lhe aconteceu?” Sentiu a tristeza da velhice, o sentimento mórbido de quem conta os dias ao encontro da morte. Não lembrava como fora antigamente, mas nas fotografias sorria um jovem forte e saudável. “Eu queria tudo, queria que o futuro chegasse rápido, perdi a beleza do presente. Hoje nada mais existe do antes, as pessoas, os lugares. Tudo se foi, até mesmo eu.
O tempo? Há o tempo! Que não perdoa a ninguém, que leva a todos arrastando-os de uma maneira ou de outra, o tempo que a ninguém espera, como podes, como tens tanta coragem de ser assim, olho para o espelho e me vejo um menino, por um segundo pisco os olhos e me vejo um adulto de 31 anos, se eu piscar novamente verei então um velho!. O tempo é o espaço da vida, para uns curto e para outros longo. Eu contei e contei e entendi com minha própria inteligência que o tempo mesmo passando igualmente todos os dias, está rápido! Quisera eu não ver estes dias maus de minha vida, quisera eu observar o oculto e entender como esse tempo uniforme para todos os dias, são abreviados, como pode 1 ano ser um dia de ontem que se foi. As noites terrenas tem sido árduas, os dias melancólicos, e a vida vai passando em altos e baixos, entre problemas parcialmente resolvidos por soluções que talvez nem nos tivemos a ideia, e assim somos levados a resolver pelo arrastado da vida, o tempo nos leva como as correntezas de um rio furioso que a ninguém espera. Agora só me resta ainda viver enfadonhamente ate o ultimo dia de folego da minha vida, quando finalmente verei o tempo me findar.
Mas, a marcha inexorável do tempo foi nos tornando velhos, e o meu amigo, de tanto fazer o bem, cansou. Seu coração parou.
"Já sei que cabelos grisalhos são sinal de sabedoria", pensei arrancando-os pela raiz com uma pinça, "mas não quero que os outros saibam que sou assim tão sábio. É uma mera questão de modéstia."
O tempo passou como passa todas as coisas. Um dia percebi que havia muita gente velha próximas a mim.
Inventei que precisava comprar filtros e saí pela rua como um embriagado a buscar os filhos num abrigo, mas a barriga tremulava café e a boca necessitava mais um trago. Passei pelo beco, esperando encontrar uma caçamba de entulhos, mas a rua estava limpa, vazia. A casa velha da rua de trás, intacta. Me ofendendo por estar tão viva, também acolhera em seu quintal de mato alto uma ninhada de gatos de olhos verdes acusadores e ferinos, olhos que me encararam. O silêncio deles, eu de chinelos e meia, a rua toda parada e a velha lá em cima, vigiada por um homem de chifres e cara de boi. Tudo funcionava como a suspensão do respirar de um mundo. Estava no ar e crescia em mim, percebi, quando os gatos fecharam os olhos e se ajuntaram para descansar – e uma mariposa passou voando sobre eles e sumiu no mato – percebi: de nós todos, eu era – eu era –, eu era; eu era a mais irrefletida das criaturas.
A medida que envelhecemos e ficamos doentes, somos tratados pela maioria como mercadoria, com prazo de validade vencida, ou perto de vencer,
as vezes somos descartados, como uma peça já sem utilidade, ai então nos colocam num canto qualquer até virarmos comida de traça.
assopre a vela, corte o bolo, faça um pedido. Posteriormente se sinta mais velho, mais experiente, se sinta um filosofo pensando no tempo que ainda resta, no que vale a pena apostar suas fichas. Nessa hora abrace seus amigos, seus familiares, olhe seu cachorro, gato ou periquito como se soubesse que tudo e todos englobam o dom da vida, o dom de viver. Que tudo faz parte... Nessa hora, que a vela é apagada, depois do com quem será, é que vem a hora psicodelica, para quen sabe o que é se sentir mais velho, para quem sabe o que significa ficar mais velho e suas consequencias.... É aí que você lembra que tem brigadeiro para comer...
O teu trabalho jamais te abandona. Ele é a base do teu corpo e a massa do teu caráter. Mesmo no teu descanso, no júbilo da tua velhice, ele será o conforto do teu ócio, consciente e realizado.
O problema de envelhecer é a intolerância, quando deveríamos é ser mais. Entanto, a intolerância é valida quando ela implica em não deixarmos mais qualquer pessoa ou tipos de pessoas entrarem em nossa vida, que então graças à velhice já conhecemos. (Trata-se de centralizar, ter foco no olhar). (12/01/2018)
Se alguém critica o que está exposto é porque nunca soube o que é amar, se alguém só ama o que pode ver com certeza não sabe o que o tempo fará com o corpo!