Poema Terra

Cerca de 10004 poema Terra

⁠Se nada der certo,
ainda tenho a terra
vou plantar flores
ervas e sabores
Vou fazer conserto
e ensinar quem erra
a viver de mais amores
e deixar de causar dores

Gotas

Mesmo que eu não saiba falar a língua
dos anjos e dos homens
a chuva e o vento
purificam a terra
Mesmo que eu não saiba falar a língua
dos anjos e dos homens
Orixás iluminam e refletem-me
derramando
gotas
iluminadas de Axé no meu Ori

O salário do pecado é a morte
Morrer como homem é o prêmio da guerra
Dono do ouro e da prata é Jesus
E ninguém leva nada da Terra

⁠Um dia de milagres
Ao acordar, o abrir dos meus olhos é primeiro milagre a se encontrar.
Sim, milagre. Milagres existem e estão em todos os lugares e cantos desse mundo! Basta conseguir enxergar
Uma vez alguém me disse que olhar, é a função do olho, há todo momento estamos olhando para algo, mas agora enxergar... enxergar é olhar com a alma é admirar com o coração, é contemplar os milagres da vida nos pequenos detalhes.
Agora um dia de milagres vou narrar:
Pela manhã já posso contemplar, o sol nascendo e vaporizando o orvalho das plantas, logo em seguida os estalos do braseiro a queimar! A vasta floresta que começa com sua orquestra pelo amanhecer, o bem-te-vi com seu canto vai bendizendo mais um alvorecer. O dia começa assim, cheio de contento para recomeçar.
o relevo dessa área, da planície até a colina, quanta venustidade posso contemplar. Ao entardecer a grandiosidade de um pôr do sol, e ao fim desse, vejo a magnitude da noite que vem chegando trazendo a lua e as estrelas, astros protagonistas do show da noite!

Quando o meu Coração
Deixar de te amar
Cá na Terra,
Acredita que nesse dia
Morri!...
Para continuar a amar-te
No infinito....
Muito além das estrelas...

Observando

Majestosa e formosa
Uma deusa na terra
Lábios sedutores
Hábeis gestos... Fogosos e delicados
Elegância no andar
Rasgando sorrisos e desejo por onde passa...

Sutil E provocante
Não precisa sequer falar...
Segura de si
Seu corpo sussurra, grita e rebola
Arrancando dos homens
Luxuriosos e insanos pensamentos...

Roça

A terra flora! Felicidade!
Choveu na roça! Adeus cidade.
Eu vou-me embora. Eu já vou tarde!
Eu vou agora. Bateu saudade!

Vou pegar trilha, vou tomar banho de rio,
A vida pede pra gente ficar por lá!
A natureza todo o dia está no cio.
Tempo no mato não tem pressa de passar!

Mas como é bom ouvir bom dia todo dia,
Sentir as mão e semear, plantar, colher...
Dormir ao som de uma viola caipira,
Pisar o barro, dar aos pés o dom de ter!

Adeus cidade! Eu vou- me embora!
Eu já vou tarde. Eu vou agora!
Choveu na roça! Felicidade!
A terra flora. Bateu saudade!

Quero o silêncio das manhãs de passarinhos,
Ouvir as folhas, respirar a plantação!
Viver de novo a eternidade de um carinho
Que o meu amor me dá de todo o coração!

Até parece que se volta a ser menino,
A gente lembra que é feliz e ri à toa!
Luar na roça é uma bênção do divino!
Viver na roça! Ai! Meu Deus, que vida boa!

Choveu na roça! Felicidade!
Eu vou-me embora. Adeus cidade!
Eu vou agora. Eu já vou tarde!
A terra flora! Bateu saudade!

Vou caminhando sem caminho
Em cada passo vou levando meu cansaço.
O que me espera uma terra, um desencontro
A cidade, a claridade.
E essa estrada não tem volta
Lá se solta o fim do mundo
Um fim incerto que me assusta
Longe ou perto se prepara
Ninguém pára para pensar
Para olhar a dor que chora a morte
De um valente lutador.
Quem foi já não sou.

Elis Regina

Nota: Trecho da letra da múscia "Um Novo Caminho", composição de Artur Verocal/Geraldo Flach

DEIXA CRISTO NASCER

Desce a noite lenta sobre a terra,
Bela e triste, quase irreal!
Bela demais em seu sublime encanto,
triste demais para nascer um santo:
Nasce Deus no primeiro Natal.

À ordem de César, Belém regurgita,
anima a cidade o decreto real:
cheia demais está a hospedaria,
à virgem cansada resta a estrebaria:
Nela nasce Deus no primeiro Natal.

Pastores que velam na escura montanha,
ouvindo a nova do coro angelical,
deixam o rebanho, em busca da luz,
primeiros crentes, vão ver a Jesus:
Adoram a Deus no primeiro Natal.

Sábios, a espera do doce milagre,
reconhecendo a estrela divinal,
deixam o Oriente, trazendo um tesouro,
simbólica oferta: mirra, incenso, ouro:
presentes para Deus no primeiro Natal.

Homem, não maldigas tua sorte incerta,
Não tornes vã a noite sem igual.
Que importa Jesus tenha nascido?
Que importa Ele tenha sofrido?
Se ele não nascer em ti neste Natal?

Deixa o orgulho, a indiferença, o ódio,
sê humilde e crente, abandona o mal.
Não faças do teu coração hospedaria,
onde lugar para Cristo não havia:
dá lugar a Deus neste Natal.

Aceita a história simples da estrebaria,
a estrela linda, o coro angelical.
Entrega teu coração em mística oferta.
Em tua alma haverá paz, no céu haverá festa,
se Cristo nascer em ti neste Natal!

Myrtes Mathias
Presente para o menino

(Paródia de "Canção do Exílio", Gonçalves Dias)

Minha terra tem funkeiros
onde canta o MC
tem axé e sertanejo
não sei porque "tô" aqui

Nosso céu tem mais fumaça
nos enterros tem mais dores
nossas praças tem mais manos
nossos humanos sem valores

Se andar sozinho à noite
é pedir pra ser roubado
dos ladrões não tão discretos
quanto os que estão no senado

Não permita Deus que eu morra
sem conseguir o que almejei
mudar o circo dos horrores
onde quem tem dinheiro é rei

O ASSINALADO

Tu és o louco da imortal loucura;
O louco da loucura mais suprema.
A terra é sempre a tua negra algema,
Prende-te nela a extrema desventura.

Mas essa mesma algema de amargura,
Mas essa mesma desventura extrema;
Faz que tu'alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura.

Tu és o poeta, o grande assinalado;
Que povoas o mundo despovoado
De belezas eternas, pouco á pouco.

Na natureza prodigiosa e rica,
Toda a audácia dos nervos justifica,
Os teus espasmos imortais de louco.

Se Te Pertenço

Se te pertenço, separo-me de mim.
Perco meu passo nos caminhos de terra
E de Dionísio sigo a carne, a ebriedade.
Se te pertenço perco a luz e o nome
E a nitidez do olhar de todos os começos:
O que me parecia um desenho no eterno
Se te pertenço é um acorde ilusório no silêncio.

E por isso, por perder o mundo
Separo-me de mim. Pelo Absurdo.

Hilda Hilst
Via Espessa

Gaúcho de verdade não abandona a sua terra
Leva no peito a saudade que, toda tarde, traz dela
Erva, cuia, chimarrão

Que é Deus para nós? É o Criador dos céus e da terra; Ele sustenta os pilares do universo. Ele com Seu hálito, perfuma as flores. Com Seu lápis colore. Ele é o
autor desta linda criação. “Somos ovelhas do seu pasto; Ele nos fez, e não nós a nós mesmos”. A relação que tem conosco é de Construtor e Criador; e por esse
fato reclama ser nosso Rei. Ele é nosso Legislador, o autor da lei; e logo, para que nosso crime seja pior e mais grave, Ele governa a providência; pois é Ele
quem nos guarda dia a dia. Ele supre nossas necessidades; Ele mantém o ar que nosso nariz respira. Ele ordena ao sangue que mantenha seu curso por todas nossas veias; Ele nos mantém com vida, e nos previne da morte; Ele está diante de nós como nosso Criador, nosso Rei, nosso Sustento, nosso Benfeitor; e eu pergunto: por acaso não é um crime de enorme magnitude, não é alta traição
contra o imperador do céu, não é um pecado horrível, cuja profundidade não podemos medir com a sonda de todo nosso juízo, que nós, Suas criaturas, que dependemos dEle, estejamos inimizados com Ele?

Meu amor excedeu os limites,
Da distância entre a terra e o céu.
Em nosso universo, a galáxia é imensa,
Ela é infinita, de tamanhos inimagináveis.
Nós somos menores que grãos da areia do mar,
Nossos corações batem pela força deste mar.

Saudade da infância
De terra na mão
Brincadeira de roda
Correr na rua
Pés descalços
Birra pro banho
Muita bagunça
Pouca importância
Nenhuma preocupação

COMPANHEIROS


quero
escrever-me de homens
quero
calçar-me de terra
quero ser
a estrada marinha
que prossegue depois do último caminho

e quando ficar sem mim
não terei escrito
senão por vós
irmãos de um sonho
por vós
que não sereis derrotados

deixo
a paciência dos rios
a idade dos livros

mas não lego
mapa nem bússola
porque andei sempre
sobre meus pés
e doeu-me
às vezes
viver
hei-de inventar
um verso que vos faça justiça

por ora
basta-me o arco-íris

em que vos sonho
basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos
mas que permaneceis sem preço

companheiros

Astronauta tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
A gente aqui embaixo continua em guerra
Olhando aí pra lua implorando por paz
Então me diz: por que que você quer voltar?
Você não tá feliz onde você está?
Observando tudo a distância
Vendo como a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha
A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço
De tanto lutar por algum espaço
E você, com todo esse espaço na mão
Querendo voltar aqui pro chão?!
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?

Gabriel O Pensador

Nota: Trecho da letra da música "Astronauta", Gabriel O Pensador e Lulu Santos

Mar nosso que estais na terra,
Santificadas sejam as nossas ondas,
Venha a nós a vossa praia,
Seja feito o nosso swell,
Assim no verão como no inverno,
O surf nosso de cada dia nos dai hoje ,
Perdoai as nossas vacas,
Assim como nós perdoamos quem nos rabeia,
E não nos deixas cair na tubulação,
Mas livrai-nos do crowd, aloha!

Os Cachorros são Anjos que vivem conosco aqui na terra.
São Fiéis, Leais.Não tem maldade, não fazem fofocas e
não compartilham o pior mal que o ser Humano possui:
A INVEJA...