Poema Sobre Solidão
Sabe, gostar de alguém, no fim, é sobre se deixar ser possuído, como se render-se fosse a única coisa possível.
Aos momentos bons, aos momentos ruins.
Com a pessoa errada, cinqüenta minutos de solidão, dez minutos de alegria.
Ah, seria um dom único poder viver tudo que se quisesse, apenas à nossa maneira.
Mas, a realidade, sabemos.
No fim das contas estamos sós, tudo que temos é a companhia de nossos mais fiéis amantes, apenas.
Às vezes tudo fica tão confuso
Revirado, fora de lugar
Como se agora vivesse noutro mundo
Difícil assimilar
Nesse universo louco há mais submarinos no céu
Do que aviões no mar.
Eu via nos seus olhos tristes,
Olhos de alguém que precisava ser cuidado
Alguém para beijar a ponta dos dedos e dizer: eu lhe entendo!
E ver um lindo sorriso nascer.
Aliás, eu adoro seu sorriso!!!
Porém te conheci, e percebi que
Não lhe entendo, e não gostei de não lhe entender.
Não gosto quando as coisas saem do meu controle
E eu não consigo controlar os meus sonhos, onde você insistente se fez presente nas 4 últimas noites.
Isso tem tirado minha paz.
Sabores
Neste mundo já provei vários sabores de felicidades, dramas, conquistas, tristezas e dores
Já mentirão, fizeram promessas e as lágrimas que me fizeram sofrer, nem mesmo assim conseguiram ver
Aqueles momentos que não me cabe mais, porém, só em pensar já me satisfaz, as fezes me pego pensando, se eu não estiver presente, que falta faz?
Pessoas esperam pessoas partir, para só assim falar - estou aqui...
mesmo sabendo que não haverá respostas, chora e fala que ama, para que tamanha hipocrisia, se quando presente não afirmaria suas respostas.
Afirmaria seus valores, suas dores e seus amores e sem pudor ou barreira de quem há quem queira estar ao seu lado e mesmo assim é se "vivendo" que provar os sabores de emoções que é estar ao seu lado.
E quando eu me for,
Os filhos dos filhos vão cantar
Lembranças de amores,
Canções das minha dores.
Vão deixar flores,
Pois ouviram rumores
Da minha presença em todas as cores.
Concordar, sem querer!
Meu versar de amor, caro enredo
Por meu pecado que não foi feliz
De certo, o acaso, teve seu dedo
Quis falida paixão, e como quis!
Podes ver o meu íntimo segredo
De um coração cheio de cicatriz
Olhares, desdém, gestos, medo
Mas tão sonhador... cor de anis!
Carente, a poética com tormento
E neste sentir, muito o momento
Em que, sozinho, hei de perecer!
E, meu verso, sem suave fantasia
A inspiração tão cheia de agonia
Me resta, concordar, sem querer!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08/10/2023, 09”48” – Araguari, MG
Serenata
Horas altas da madrugada, a lua lá fora
Vertendo nostalgia, sussurrando agonia
Na imensidão do azul do céu, vem o dia
Que entre o silêncio, o rumor, faz a hora
Sinto a solidão que de cadência fantasia
Uma harmonia de recordação de outrora
Tal suspiros de violão que d’alma implora
E, que no amanhecer é prostrada poesia
Esta melodia, inquieta, enfada, peregrina
Cheia de sentimento e sensação em ruína
Aperta, invoca e, sufoca toda a suavidade
Então, passa a gemer o sossego, tão aflito
No espírito da noite, num cortante grito...
Numa serenata triste... chora a saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/10/2023, 04”48” – Araguari, MG
me vejo desistindo da vida...
Mas logo eu?
Que faço as pessoas sorrirem
Mas logo eu?
Um sorriso encantador
Logo eu?
Com a minha felicidade
Estapada no rosto
Logo eu?
Que falo que a vida é bela
E na cara de pau desisto dela.
Tragar para tentar fazer que o que está em sua mente saia com a fumaça.
Os sentimentos que com ela *vão*, *voltam* com a respiração do ar novamente em seus pulmões.
K.B
Digressão
Estou envelhecido de viver. – Para mim, a vida basta!
A minha alma é um relógio sem cordas
Cuja única função é a de marcar lamentações
Semelhante a um cachorro, repouso ao pé da cama
Deitado, eu ouço a chuva como quem ouve a um trovão
Todo homem deveria ter a sensibilidade auditiva de um cachorro.
Certa vez, conheci um homem que me ensinou sobre a velhice Por horas, tentou convencer-me de que era bom envelhecer Eu dizia-lhe: Desejo viver até os meus setenta anos e me basta! Viver até os setenta é doloroso, quando se tem sessenta e três. Desejar isto aos vinte e seis é simples! – Tudo é filosófico.
Se eu tivesse uma filosofia de vida: Seria a de não ser filósofo.
Faria tudo pela aptidão de não se ter instinto algum.
Impulsionei-me para a inspiração de nunca se ter sido nada.
Por isto nunca tive nada e para todos sempre tive o que não tinha.
Mas quando precisei do que não tinha: Abandonaram-me.
Tenho sido eu um declínio temporal de idéias!
Tenho andado na mesma direção que circula a moral
E tenho circulado na mesma direção aonde se perde a razão.
Sou um barco resignado, olvidado ao mar.
Perculso pelo vento: Sempre a seguir!
Entregando-se por completo ao nada
Esquerda – Direita! – Avante!
Navego como o tempo em minha vida.
A que preço estaria eu liberto?
Deixo-me quedar-se na beleza de quem não sou.
Enquanto as minhas flores embelezam a morte.
Eu me embelezo na vida distraída de tudo quanto amei.
Sempre sozinho: Familiares? – Nunca soube o que é isto.
O meu espírito esta perculso e a minha alma conspurcada.
A certa altura, depois de muito sacudir.
Desço da cadeira e decido partir para o universo.
Levo comigo alguns versos, que não são versos.
E antigas idéias de se construir novos versos.
Os Homens
Jamais enxerguei a vida como os outros.
Não ter pai e mãe, é como ser um cego.
Desenvolvi sentidos que os outros não desenvolveram.
Mas estamos todos no mesmo barco.
Os homens precisam entender o que é que estão a fazer aqui.
A heautognose é uma faculdade reservada inteiramente a Deus!
O igualitarismo é um escárnio à inteligência.
O homem é a fagedênica mortífera da humanidade.
A hierarquia não risível é a de que o homem nasceu para amar!
Mas não é forte para mergulhar na própria realidade.
Os mares da vida trazem insondáveis turbilhões.
Aos fracos, resta acreditar que tudo anda sempre belo.
O destino é aquilo que acontece.
Não é aquilo que está predestinado a acontecer.
O destino dos homens será sempre a solidão.
Ao fim, estaremos todos sozinhos e abandonados.
A vida é um teatro com atores magistrais.
O exímio será sempre o que melhor fingir!
Quista
.
Amei-te como amada
Que se ama mais amante...
De baixo a cima bem rompante,
Me visto no tapete do teu corpo.
.
Fico louco e sou mais louco
Quando ouço como ouço,
Um momento e outro
Sou mais eu dentro do teu corpo...
.
Sou seu quando estou dentro
Onde me ponho em contento.
Corpo alma e pensamentos,
Eu “aurora” me vejo nela “boreal”.
.
Amei-te como amada
Que se ama sempre amante.
Sempre quista como quero,
Amante que eu amo.
.
Edney Valentim Araújo
Há um vazio na minha alma,
um poema que não existe,
uma dor que não se acalma,
um amor que não resiste.
Sinto-me perdido nessa espera,
nessa tarde de sábado sem fim,
aguardando o ser que me completa,
aquele que me faz sentir assim.
As horas passam lentamente,
o sol se põe no horizonte,
a brisa suave sopra docemente,
e eu ainda espero por esse encontro.
Meus pensamentos vagueiam sem rumo,
e sinto cada vez mais a solidão,
mas então, um sorriso ilumina meu mundo,
e finalmente, o meu amor chegou.
A tarde de sábado nunca mais será a mesma,
pois agora ao lado do meu bem querer,
o sol brilha com mais intensidade,
e meu coração volta a florescer.
Esse poema que antes não existia,
agora se transformou em uma bela canção,
que ecoa em nossa união,
e o amor nos guia em cada direção.
O estranho na floresta
O Sol, o azul e o verde
Pintam minhas retinas
Enquanto o frio, a fome e a sede
Já não passam de rotina
A brisa branca
Beija meu rosto
Enquanto sinto o estranho gosto
Da carne crua
A água
Leva embora minhas mágoas
Sob a terra
Jazem minhas antigas guerras
O vento
Leva para longe o meu tempo
E sob o fogo
Ardem meus inimigos
A canção dos pássaros
Passeia por meus ouvidos
Isso tudo é divino
Disso não mais duvido!
Acima, além
O Universo me observa
E eu me pergunto
“O que ele tem? O que me reserva?”
Eu caminho sem rumo
Essa trilha é meu berço
Minha história
E meu túmulo
Não temo a morte
Pois não penso mais nela
Sigo forte, a cada dia
Rumo ao presente, a minha meta
Já não consigo me lembrar
Como era a vida na civilização
Agora meus únicos amigos
São o mato e a solidão
"Cinzentas e brancas no azul viajam, enormes vagarosas ao sabor do vento as nuvens no imenso céu.
Quão presentes essas gigantes acima dos nossos frágeis corpos, agarrados á terra que nos criou.
No pensamento tu. Omnipresente. Falas-me baixinho como quem sussurra ao ouvido um livro infindável de tempo e vida, em tudo passado, presente e futuro.
Quase aqui sinto a tua presença com tamanho sussurro.
No mole prazer me deixo divagar com tal melodia, qual maré enchente na foz de um rio que vai e vem, sem nunca ter ido ou voltado na sua rotina.
Viajam assim brancas e cinzentas no imenso azul ao sabor do vento as gigantes nuvens que tal como eu, frágeis."
Melodia
.
E lá vai ela como era,
Toda linda, toda linda...
Passo a passo que me finda
Se te tem distante meu amor...
.
Seu coração é uma canção
Com um canto que me encanta...
Sopro, nota e melodia
Tudo nela é minha alegria...
.
Fim de outono desfolhado
Se me tenho ao seu lado.
Da prima vera esse perfume
Só Maria eu amaria...
.
A distância te me encanta
Nesse frio inverno amor,
Brasa viva vivo a vida
No verão do nosso amor...
.
Edney Valentim Araújo
Olhar para o lado e nao te ver
Olhar suas coisas e não te ter
Olhar suas fotos e saber
Que era para conquistar e não te perder.
Hoje sei o que é o amor
Cada palavra uma dor
E sei que a vida não é flor
Então não brinco e nem faço humor
H.Linhares