Poema Sobre Solidão
Eu pensaria
Eu pensaria em outro alguém,
Se um motivo eu tivesse pra viver
Que não fosse te amar.
Já não me procuro
Onde eu possa me encontrar
Que não seja em teu olhar.
Mas aprendi
Que tudo tem o seu lugar
Mesmo sem o alcance de um olhar.
Edney Valentim Araújo
1994...
Quem sente
Já não ouço a sua voz
Mas não me cala
Esse alarido
De quem tem
Por um momento
O grito incontido
Desse amor
Que é infinito.
O vento sopra
Sem dizer de onde vem
Nem revelar pra onde vai,
Mas deixa sempre
O bom perfume de uma flor
Que não se perde pelo ar...
Quem sente seu aroma
Nunca deixa de ama-la.
Edney Valentim Araújo
1994...
►A Caminho
Sozinho eu me pego pensativo
Pensando se houve um momento
Um pequeno momento, que passou despercebido
Um pequenino momento, que se fora pelas curvas do vento
Talvez uma faísca, que tivesse como intuito, prover alegria
Não sei, temo também que nunca saberei
Porém, hoje vivo em despedida para com a minha própria vida
Já não sou mais feliz e creio que assim, morrerei
Talvez permanecerei vivo por conta de uma mentira
Dizendo que terei amor, terei uma chance, uma companhia
Mas, ah, como está sendo enlouquecedor, quanta dor estou sentindo
Muitas vezes sinto que acabarei desistindo
Testemunhos alegarão que despenquei do mais alto precipício,
Que eu estava perdido, "pobre do pequeno menino
Desiludido, coitado, pensou que todos eram seus amigos
Pensou que poderia confiar em todos, pobre do jovenzinho".
Meus dedos, trêmulos, me alertam que estou a caminho
Partirei, escrevendo sobre o carinho
Aquele que nunca haverei de conhecer
Aquele que jamais poderei prover ou manter
Se me perguntarem por que penso de tal maneira,
Não saberei como responder, sinto meu corpo perecer
Em um lugar, tão distante, mas ao meu alcance
Um lugar sombrio, gélido, mas que sou bem conhecido.
Escalando rochedos, morros e serras
Busco conforto, busco incansavelmente uma peça
Para encaixar e me fazer entender o quebra-cabeça
Antes que eu enlouqueça.
_Quando uma musica é sua realidade,
eles sempre impõe as suas regras,
e assim dizem suas morais...
esperando que tudo seja lindo...
os dias se passam em momentos,
ninguém compreende...
estrelas toxicas
num céu de janelas abertas,
sinto conversão
de seus lábios frios,
tantos sentimentos...
apenas em momentos.
'OS ACENOS DO AMOR...'
A amor novamente acena cintilando os escombros
Lençóis embrulhados com nódoas
Tempos de assombros levando os amores de outrora.
O amor sucumbiu,
Despencando os olhares...
Decerto,
O Júbilo momentâneo perfurou corações
Navegando no antes [no agora e no depois]
Ele vai acenando
Nas suas ruas de granizos...
O Amor derrama seus novos espinhos nocivos
Coadjuvante subalterno manda flores
Tornou-se criança,
Cheio de esperança na escadaria de sabão
A visão o fantasma perfura-lhe...
A liberdade carcerária é imanente
O Amor corrói em todas as direções contrárias
E as almas se apaixonam novamente
Fervilhando prerrogativas no almoço,
No café da manhã...
O Amor sequioso agora ganha forças
Partilha alegrias extraordinárias
Mas novamente as maresias cristalizam mágoas,
E vem a solidão no almoço,
Outras fomes no café da manhã...
'NÃO DESISTA... '
Sonho esparramado no amanhecer.
Na alma,
caminhos sem rumos.
Rotatividade devorando o pôr-do-sol.
E uma insônia impregnada no peito...
Olhos fechados,
sonolentos à procura de grãos de areias.
Estrelas são diariamente ofuscadas.
Salobro o café da manhã não vê sentimentos.
Tudo vai se distanciando...
Não desista dos distantes corpos celestes.
Tampouco dos sonhos que há de se conquistar.
Trilhe os caminhos de ausências,
e sinta-se forte o bastante para transformar vidas.
Cultive o amor próprio já esquecido...
Seja sedento por transformar sua jornada cervical em pulsos eletrizantes.
Junte os sonhos jogado nas calçadas.
Não desista de transformá-los um a um.
Deixando o coração aberto às descobertas
E um peito suspirando vida...
POR-DO-SOL
SÃO SERES HUMANOS
Apenas isso!
Contemplando o pôr-do-sol
Quebrando infinitos planos
Maresias turbulentas...
PARA ONDE VAI PUJANTE CREPÚSCULO?
Contratempos minúsculos
Discursos de ausências
Outrora fabuloso
Vagarosa dolência
Antigas canções de ninar...
MÃOS EM SEDENTÁRIO PIANO
Verbos naufragando
Faz guerras irascíveis no tempo
Inventando contratempos
Entardecer aparente
Lentamente
Ambos se esvaem ...
‘VALE DO TAPAJÓS: UM BREVE RELATO...’
Meu bairro tem apenas doze anos. Passou a minha idade! Tenho dez, mas sou muito pequeno para o meu tamanho. Tem um lago aqui próximo onde juntos quase moramos. Quase todos dias me levam lá! Aqui não tem água encanada ou esgoto para jogar resíduos. Ninguém está imbuído em ajudar o bairro que eu amo…
Não tem praças para meus amigos me levarem ou brincarem. Quando chove é o melhor dia, na brenha da mata, fazendo alegrias, adoramos brincar na lama! A rua é querido abrigo, tão largo, tão vasto, tão plano. Serviço público aqui só promessas, já há todos esses anos. Sei não! Mas acho que o atual está se recandidatando. Muita gente gosta dele na cidade que eu canto. Pode ser bom lá nos outros, mas aqui é ledo engano…
É um bairro periférico suburbano. Posto de saúde não tem! É uma tremenda agonia. Sempre me levam em outros, quando vou lá todo dia. A principal é cheia de buracos e quando chove? Ah meu Deus quando chove! Ir à escola mais próxima é engano. E quando lá chegamos, não tem merenda! O professor está revolto, é tanto baixo o salário que nós quase não reclamamos. A vida aqui é bonita, mas turbulenta e esquecida. Vejo a rua sempre larga, imagino cada casa, às vezes fico voando…
Mamãe foi para casa da patroa. Ela é meio à toa, fica igual a eu sonhando: com uma escola bem pertinho, um pouco de água tratada, famílias com boas moradas e uma creche para o meu maninho. Amanhã faço onze anos! Nunca tive aniversário e nem cultivo. Mas isso não me deixa bobo. Sou contente com o pouco, ´só queria ter mais anos. Alguém para escutar os gritos, ver meu Vale bem bonito, e voltar para casa andando…
O desejo liberta a alma
resta teu sonho
até que o silêncio seja
o beijo profundo
em teu coração
tenha sido o último momento
sendo o último suspiro,
além de tudo que já vivemos.
oprimir
tudo que querer,
sejam mascados a teus ideias,
até as ideias rolarem num moro
aonde anjos são demônios
desejando tudo seja feliz...
tantas paranoias
estou a acordado
noticias que se repetem
amarguras pois o mundo tem
tudo gira em torno de um ser,
pois tudo que tem é apenas dinheiro,
meus olhos queimam em palavras tortas
tantos para nada se tem um rumo
apenas mais um carnaval sem fim.
tudo parecia o mel
até céu tocar o mar
e tudo parecia feito de papel
quando mar tocava o céu
o dia clareava até por do sol
assim parecia madrugada,
e vento realejava sob o mar
tuas contas no arco do céu azul.
Minha musa inspiradora de meus pensamentos
Hoje vejo esse sorriso
So vem a vontade do choro
E o terrível e cruel LAMENTO
Da dor da sua perda
Da sua ausência
Do seu AFASTAMENTO
faço esse poema com lágrimas nos olhos
Com o coração apertado
Partido e cheio de erros acumulados
Eu penso todos os dias em ti
Mas você ainda lembra mim?
A vida e o tempo
Essa admirável vida
Acesa por uma chama intrínseca
Disputa com o tempo
O desfrute da alma viva
O tempo é eterno
Pra sempre existirá
Ele traz e leva, do verão ao inverno
Mas sentenciado, a solidão vivenciará
A vida é movimento
Ama, odeia e semeia
Chega e vai num sopro de vento
Mas será ela maior que o tempo?
Eternas enquanto sua existência
Felizes experiências e doces lembranças
A vida não acaba com a morte
E isso o tempo não pode mudar
Minha alma chora,
no acalento da tristeza,
na dor de um passado sombrio,
de um presente passado,
e de um futuro incerto.
Meu coração quebrantado,
na dor que machuca,
na escuridão que me perde,
de uma vida vazia,
de sorrisos sem risos.
Minha Face aparenta,
a felicidade triste,
os olhos fundos,
de alguém que vive sem vida,
que sente saudades do que nunca teve.
No vale da morte,
colho rosas vermelhas,
em terras sem adubo,
com cheiros de véu,
ela se aproxima aos poucos.
Por dentro vidros quebram,
os pedaços se espalham,
as forças se perdem,
ela me chama,
com voz seduzente, fria e calma.
Ergo minha cabeça,
peço forças para continuar,
me arrasto, levanto,
caio, se machuco, entro em coma,
a sepultura se aproxima.
não sei o que faço agora,
uns que se tornam mais fortes,
e alguns que nascem sem sorte,
leve-me em sua memória,
pois o que me resta é a morte.
Olho pro meu passado e vejo
Que se eu fosse aquela de um tempo atrás estaria chorando por medo da perda
Mas agora eu estou tão saturada
Acostumada
em ser abandonada
Ou deixada para atrás
Que as feridas já se regeneram mais rápido.
Amizades e amores
Eles vem e vão
E eu não vou prender ninguém a mim
Pois só fica quem quer
Quem aguenta
Quem sustenta a barra que é lidar comigo
Te deixo livre pra me deixar, juro que não vou ligar, nem ao menos te procurar
Sumirei do mapa
até vc não lembrar mais o meu nome
Então apague o meu telefone
Se esqueça dos momentos (sejam eles bons ou ruins)
Me substitua por alguém que vc aguente
Já te digo eu não vou me importar se vc me deixar
Apenas lidar com a dor da partida.
-apenas o desabafo de uma figura imoral
Orgulho, barulho do ego
Tô cego, mergulho e rezo
Tô certo, e na reza eu peço pra não ser raso
Se for um tropeço, Deus, encerra o caso
Pensamentos meus contigo eu caso
Sentimento é amigo mas fiz um descaso
Criei um caso sério com essa razão
Então eu me enterro nessa solidão
Errei e erro em cada paixão
Sinto que assim serei até meu caixão.