Poema Sobre Solidão

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A espera

Fiquei sentado,
esperando
a campainha
(que não tocou).

Afinal o que sou?
Um pobre coitado,
um incompreendido,
um mal amado?
Olho figuras que passam,
cavalgando na mente
estórias não realizadas.
De repente,
estou só,
a ruminar
em meu estábulo
dourado,
sentado,
esperando a campainha
(que não tocou).

Por que não grita,
meu Deus,
esta máquina infernal
que me revela
a triste lembrança
de um nada?

Brinquedo de criança
em ruas desertas
de minha meninice,
em desabaladas carreiras,
liberto.
Risos apertados,
traquinices,
de um – quem é?
perdido no vazio.

Mas, eu agora
já não rio,
sentado,
esperando,
esperando,
no meu estábulo dourado,
ruminando,
a dor,
a descrença,
a solidão.

Seja o que for,
que me faz alheio,
apartado de tudo
e de todos,
sentado,
esperando a campainha
(que não tocou).
(1968)

Ela: Tá triste por quê?
Ele: Tô quase desistindo de algumas coisas...
Ela: Posso te dar um conselho?
Ele: Claro...
Ela: Nunca desistas de nada que te faça feliz...
Ele: É por isso que eu ainda não desisti de você...

Posso ocupar uma sala ou apenas um coração. Outros podem me ter, mas não posso ser dividido.
O que eu sou?
A solidão!

Passo a noite sem companhia,
sem afagos,
sem ninguém.
Ainda não entendo por que estas noites;
sinuosas e misteriosas,
insistem em ser tão vazias,
frias e sombrias.
Olho para os lados.
Um vácuo, um vago;
no meio das luzes apagadas
que me rodeiam.
De repente, sinto vultos,
espíritos, passando sobre mim.
Ouço vozes.
Quem sabe essas idéias não me perseguem?
Poderia ser psicológico,
ou até mesmo,
realidades que tento escondê-las,
mascará-las,
em minha cabeça leviana.
A noite,
cada momento passa rastado,
demorado.
Sensações e prazeres me satisfazem
n'um segundo repentino.
Um sorriso falso,
forçado,
é, automaticamente;
estampado em minha face.
Queria poder sorrir de verdade.
Sorrir com o Coração.
Sorrir com a Alma.
Mas algo mais forte dentro de mim,
consegue dominar-me,
não deixando com que esse sorriso
flore naturalmente em meus lábios.
Encontro-me durante a Noite,
na Madrugada;
como um morcego voando na escuridão
rumo ao infinito.
Entre tristezas,
choros,
e lágrimas,
me entrego as dores
que me consolam.
Me desespero quando penso na Vida
maldita que me espera lá fora.
A Solidão me acompanha mais uma vez.
Sinto medo.
Estou sozinha,
escondida num canto escuro
de meu quarto.

Solitário é aquele que pensa só em si.
A sua dor é maior, porque é dele só.
A sua alegria é menor, porque não é acrescida pela alegria dos outros.

As pessoas mais tristes estão
sempre tentando fazer as outras se sentirem mais
felizes. Porque elas sabem como é se sentirem
absolutamente sem valor e não querem que ninguém
sinta o mesmo.

Sei que supostamente estou sozinha agora
Sei que eu deveria estar infeliz
Sem alguém
Mas eu não sou alguém?

Eu sem você

Eu sem você nem penso, porque minha alma se esvairia,
meus desejos se evaporam e meu espírito chora sozinho.
Eu sem você sou um vácuo no meu espaço,
passos curtos e cansados, sou olhos tristes a vagar.
Eu sem você sou rima sem poesia,
chegada sem partida, sou apenas inércia
sem vontade de chegar.

Eu sem você sou um oceano árido,
sol frio em luas quentes, sou estrela querendo brilhar.

Eu sem você sou tempo sem espaço, um total descompasso,
sou uma metade vagando querendo te encontrar.

Eu sem você, sou tristeza sem fim.

Olhei fixamente os trilhos do trem... chorei.
Enquanto o trem se aproximava, eu me imaginava ali, destroçada. Chorei mais.

Por que eu me sinto tão triste? Incapaz? Por que nada mais me satisfaz?

Penso frequentemente em dormir e não acordar. Como seria?

Alguém sentiria falta de mim? Se arrependeriam de não ter dito o que queriam?

E eu? Quando vou parar de me arrepender?

Agora você está em pé ali bem na minha frente
Eu aguento, está ficando mais difícil de respirar
De repente essas luzes estão me cegando
Eu nunca percebi o quão brilhantes elas seriam

►Déjà vu

Às vezes eu minto, às vezes eu choro
Às vezes eu rio, às vezes sinto ódio
Isso é normal, não sou especial
O meu mundo é igual, puro caos
Ando de mãos dadas com o mal,
Ando de mãos dadas com o baixo astral
Eu perdi os meus sentimentos,
Eu perdi os meus bons momentos
Tudo o que restou levo como passatempos
Cada dia me vejo mais sonolento,
Cada dia me afundo mais no tormento.

Em poucas ocasiões eu me apaixono
Em certas estações, fico no abandono
Acabo desmoronando, mas me recupero
E quando me vejo no espelho, estou como antes.

Tem vezes que não quero levantar
Tem vezes que o pesadelo me faz acordar
Sonhos? Sim, às vezes
Em grande parte, eu apenas escuto o meu choro
Nada mais importa, com tanto que eu me sinta feliz,
Ao menos uma vez, antes que a minha tristeza me sucumba
Não há cura, a vida é curta, então tento curti-la
Talvez eu não esteja aqui no ano que vem, talvez sim
Só quero que haja fim as minhas súplicas
Que eu encontre uma fuga dessa atormentada luta
O campo de batalha em minha mente está em cinzas,
Espero que a felicidade se torne minha linda vizinha.

Essa Noite

Essa noite não é noite, é como uma dia disfarçado
Sem o sol, sem o calor
Mas me mantendo acordado

Essa noite é uma prova, me provando que estou perdido
Pois nessa noite até o sono veio ser meu inimigo

Essa noite está tão clara, mesmo sem lua, mesmo sem dó
Essa noite veio me lembrar que ainda estou só

Essa noite não vou dormir, quero apenas descansar
E se eu dormir não me acordes mais, apenas deixe que eu vá

Toda noite durmo só, mas essa noite tenho uma parceira
A solidão deitou comigo, vai ficar a noite inteira

Essa noite meu pensamento está pensando aqui comigo
Como pensei em meu pensamento que ainda tinha um amigo?

Essa noite eu não quero esquecer, não quero viver, não quero morrer
Essa noite eu só vou me deitar e esperar o dia nascer.

A vida é barulhenta. Dentro ou fora de nós, nada se aquieta. Queremos nos comunicar, exigimos respostas na velocidade de super-hiper-mega bytes, contabilizamos "notificações", desejamos ser cutucados de volta. Sem perceber, desaprendemos a silenciar. Desaprendemos a suportar a voz que cala e sofremos com a falta de respostas. Desaprendemos a ser ausência.

De vez em quando é necessário ser silêncio. Habituar-se à própria presença, inteirar-se de sua solidão.
Comunicar tudo sem dizer nada.

"Vazio"

"Quando o vazio é tão intenso que dói aos ouvidos.
Quando as lembranças são tão reais, mas parecem sonhos...
Quando você se sente fora do espaço e da realidade...
Quando a estrada está enevoada, sem placas e você sente que não pode mais andar por ali, mas sua vontade é de correr...
Quando você tem medo de altura, mas pensa em subir num trapézio que não tem rede lá embaixo.
Quando suas referências se foram...
Quando você tem muitas despedidas em sua história...
Quando você não vive mais por você, e sim por outra pessoa apenas.
É tudo isso somado te causa dor. E você sente sangrar...então vê sua própria agonia, e se pergunta: "Como estou aguentando?"
É só um desabafo de alguém que não consegue dormir...que vive isso a anos, senão a décadas. Já são tantas noites, cortes, cicatrizes, partidas...
Sinto um doloroso vazio... E sei que exceto Deus, ninguém pode mudar isso.
Quando a equação, mesmo que feita de várias fórmulas, só dá menos, você sabe que sua alma está morrendo...
E tudo fica cinza..."

Hoje a tristeza bateu a minha porta cedo. Confesso que já a esperava. Perante tantos “baixos e baixos” em minha vida, se torna previsível que, ora ou outra, ela apareça.
Pra falar a verdade, eu estou cansada. Cansada desse vazio em mim que, as vezes some, mas logo volta. Também estou cansada de fingir. Fingir que estou bem, quando meu único desejo é chorar até que não haja mais lágrimas. E bom, as pessoas a minha volta costumavam fingir que se importavam quando notavam minha tristeza, mas não é o caso de agora. Não estão mais fingindo, na verdade não estão nem ai. E de fato, eu sempre soube que elas não se importavam, mas agora tendo certeza disso, dói.
Sempre fui aquela que escuta a dor de todos. E sempre que alguém precisasse, eu estaria lá. Mas também sempre fui aquela, que quando desabava, seja de tristeza ou por outros motivos, ninguém se importava. Eu estou cansada.
Minha melhor amiga? A solidão. Sempre fui aquela “anti-social”, a estranha. Sendo sincera, minha vida sempre foi baseada em observar as pessoas e seus relacionamentos bem sucedidos, já que os meus raramente existiram. Sempre desejei ter alguém, para realizar coisas desde as simples até as complexas. Desde sentar na calçada e jogar conversa fora, até ambos nos ouvirmos durante uma crise existencial ou algo do tipo. Pois é, sempre tive essa mania; mania de querer tudo aquilo que não posso ter.
Mas pra falar a verdade, eu estou acostumando com a solidão...

Minha solidão, reclusão, introspecção é uma escolha.
Quanto mais viajo para dentro de mim, mais silenciosa fico. Isso não quer dizer que deixei de amar as pessoas. Isso quer dizer que estou abandonando a necessidade de apego.
Portanto, não questione meu recolhimento, não me cobre seguir "protocolos sociais". Amo sim, e envio meu amor por emanações.

Yara Alves

Solidão

Há um vazio em mim agora. Amigos já não tenho mais, sou como um cigano, vagando sozinho nas estradas da juventude.
Sou apenas um viajante só, ha procura de uma amizade. Não interessa quem seja, o que faz ou fez, só importa que terei um companheiro, pra rir, chorar, beber, e viajar.

Tá sentindo: O coração ferido? Decepção e rejeição?
Tristeza e solidão? Angústia e preocupação?
Deixa eu te dizer uma coisa uma coisa maravilhosa:
Na farmácia de Deus NUNCA faltam remédios para as nossas dores e feridas.

Solidão e relacionamentos

Quando você se acostuma a viver só, quando você se acostuma a viver em companhia do próprio silencio, a dormir e acordar sozinho, não é qualquer companhia que lhe faz bem, que lhe faz feliz.
Quando você amadurece e se torna emocionalmente independente, quando você entende que, por mais que alguém lhe ame, o seu destino só pode ser regido por você, a sua visão acerca do mundo e do amor muda: não é “qualquer pessoa” que fará você sair da sua “zona de conforto” intima.
Você sabe que consegue passar por seus piores momentos sem que ninguém lhe estenda a mão, você sabe quantas vezes chorou a noite sem ter ninguém para lhe consolar, você sabe quantas decepções enfrentou sem receber apoio algum.
Então você vê que a vida não é cruel, mas a sua realidade é prática: você nasce sozinho e morre sozinho, é preciso se acostumar a ser só. Não digo que não existam pessoas boas ao seu redor, do nascimento à morte, eu falo da sua alma, daqueles segredos e anseios íntimos que apenas você conhece e não compartilha com ninguém. Falo da solidão da essência do ser humano.
Pois bem, então você compreende-se e não se contenta com qualquer companhia, você se habitua à sua rotina e pessoas diferentes de você podem lhe irritar, enfim, você não se apaixona fácil, se torna mais duro, mais frio, mais decidido e ciente do que deseja.
Ter uma companhia e um relacionamento simplesmente para “ter” é algo demasiado tosco para quem amadureceu e aprendeu a viver sozinho. Você quer completude, afinidades, o máximo e não o mediano ou o mínimo. E, veja que redundância: quanto maior a sua maturidade, mais difícil fica de você entabular um relacionamento, afinal, a maioria é medíocre demais.

Exagerada
(em tudo, ou quase tudo),
mas acima de tudo,
intensa.
Por vezes,
é na solidão que eu me encontro.
E é na noite
que as sensações
(imaginadas ou reais)
brotam livremente.