Poema Sobre Solidão
ERRO DA LUA
A lua perdeu-se do céu
zanzou chorosa pela solidão
sem o sol, ficou pálida
não tinha mais a cor da prata
que pairava no seu coração.
A noite sem lua...
Só tinha escuros em suas sombras
o lobo, não urrava mais a sua dor
inebriado pela escuridão
sentia apenas o cheiro da sua flor
mas na visão...
Perdeu o tato, do seu grande amor.
Corujas sem rumo...
não via o trilho do seu revoar
em seus medos, ouvia apenas...
os batimentos dos seus corações
ficaram sem ventos, para planar
e perderam o timbre do cacarejar.
A noite com isso...
Ficou fria entristeceu, sem sua lua
chorou suas lagrimas de orvalhos
soprou ventos de medo nas ruas.
Que medo, que medo...
os silvos das serpentes
o choro na lata de lixo
os zumbidos das balas perdidas
que medo, que medo...
Que medo, dessa de gente.
Antonio Montes
Sou afilhado da Morte
Vizinho do desalento
Filho do cansaço
Enteado da solidão ...
Fui criado pela poesia
Rejeitado pelo amor
E sou pássaro sem ninho
Sou pedinte sem pão ...
E estas dores?!
Porque as tenho?!
Porque mas dão?! ...
Porque choras coração
Porque cantas a chorar
Que retalhos de solidão
Andas tu a namorar?!
Porque teimas incerteza
Em aninhar-te no meu peito
Tu semeias a tristeza
Ao teu gosto e ao teu jeito.
Porque escorres solidão
Pela vida num olhar
Tu queres ter uma afeição
É só cantas a chorar.
Não insistas coração
Em bater tão magoado
Que afinal a solidão
É mais um verso do meu fado.
"Porque choras coração"
IN FADO
Solidão
A solidão é traiçoeira
Ela chega de mansinho
E te aprisiona aos pouquinhos
Bem devagarinho
Ela tira sua calma
E tentando achar uma brecha
Ela bate palmas
E quando se abre a porta do subconsciente
Ela entra sem pedir licença
E fica permanentemente!
A tristeza impulsiona a solidão
A Solidão impulsiona o desespero
O Desespero consequentemente traz a morte
Ea Morte impulsiona os falsos Eu te Amo..
Oh meu Deus,
Toma conta do meu coração
Ele se ilude sem razão
E me deixa na solidão
Oh meu Deus,
Toma conta do meu coração
Ele me faz sofrer
Por alguém que não me quer
Oh meu Deus,
Toma conta do meu coração
Ele não tem maldade
Entrega ele a minha cara metade.
DIÁLOGO COM A SOLIDÃO
Aquieta-te solidão, vã, das minhas tristuras
Já breve a noite entrará por teus portais
O silêncio eterno lhe será a maior ventura
Aquela à quem aguardas, não tarda jamais!
Esquece pois dos teus desamores, criatura...
Daqueles que partiram sem dar-te um abraço
No céu as nuvens se fazem cinzas escuras..
Logo, tudo de dissipará. Desata o nó no laço!
Nada há que valha, entre o nascer e o ocaso
Tudo é engodo._ Ludibriamento e inutilidade
O nada supremo e absoluto. Total marasmo.
Veste no que lhe concerne tua antropofobia!
Deixa ao esquecimento logo teus queixumes
Cerra o livro. Aniquila a dor. Mata a poesia.
NOSSA TELEPATIA
Perdido na praia, da minha solidão,
ali, em meio as melodias das sereias
eu escrevia seu nome nas areias.
A lua estava cheia, São Jorge com dragão
enquanto, os peixes debatiam-se sobre as
ondas do mar... Eu sentia a flecha do amor
trespassar o meu frágil coração.
Vi as espumas, apagar seu nome...
Debruçado sobre a prata lunar, eu chorava,
enquanto eu chorava...
Minhas lagrimas molhava a saudade e a
paixão soluçava a telepatia do nosso amar.
Antonio Montes
Ibope
Ligo o rádio e a TV,
Ganha ibope quem
me entreter.
Briga de audiência,
eu na solidão.
Murmúrios e gemidos
no frio da estação.
Solidão sou eu...
Sou eu que venho pra ficar...
Sou eu que chego pro seu sono tirar...
Sou eu que moro no teu coração...
Solidão sou eu...
Sou eu que só planto ilusão...
Por minha causa hoje você chora...
Por minha causa você já foi embora...
Por minha causa você desistiu de viver...
Por minha causa você pediu pra morrer...
Solidão sou eu...
Eu sou aquele que te perturba...
Eu sou aquele que te incomoda...
Eu sou aquele que tira seu sono...
Eu sou aquele que faz sua lagrima ao redor...
Eu sou aquele que faz você sofre...
Solidão sou eu...
Muitos dizem que sou a tristeza...
Muitos dizem que sou uma ilusão...
Muitos dizem que sou apenas uma lenda...
Solidão sou eu...
Mais para aqueles que ainda não me conhece...
Meu nome é solidão e ainda vou tomar conta do seu coração...
“A” DE AMAR
Ancorado no porto da solidão
Amadurece vidas anárquicas
Amanhecem insaciáveis paixões
Ardem fogueiras surgem cinzas
Ávidas memorias de noites afio
Amanhecer ao descansar
SÓLIDA SOLIDÃO
A minha solidão é a multidão
De olhos, bocas, risos,
Falam, proclamam, sentenciam sisos
A minha solidão abandonada
No olhar do mendigo,
Nas suas vestes rasgadas,
Sua pele suja e rugas sugadas;
Estratégia pra viver e pra morrer
Na sólida solidão do seu não ser;
Ninguém o vê, ninguém o olha,
Que ser esquisito!
Se tudo é lindo e o mundo é tão bonito
E sua miséria se perde
Em um ou outro olhar terno
E essa solidão se acabará no rigor
Sem compaixão de algum inverno
E nessa dor se perpetuará minha solidão
fio da solidão,
síndrome do amor,
que ao tanto
suporto,
ser por ser ainda mais viver
por mais ou menos
o frio apenas...
teu sorriso,
sonho que passou,
por entanto olhou
num mundo perdido,
por ausência,
declamo o amor,
no frio da solidão...
Um poeta o qual possui
papel, caneta e inspiração,
Jamais terá como inimiga a solidão
Ela faz parte da construção
Quando a solidão me abraça...
A vista embaça;
Nego a Raça;
Me sento na praça;
Rio sem graça;
Faço pirraça;
Fico na bagaça;
Ponho mordaça;
Tudo fracassa;
Se a solidão me abraça.
Mas quando você aparece...
Tudo passa!
Vira fumaça.
Fico em estado de graça;
Faço arruaça;
Enfim: Tudo é Massa...
Quando você me abraça.