Poema sobre Julgamento
Sabemos que é quase impossível julgar uma pessoa no Brasil, pois aqui quem está no banco dos réus é uma família, uma parentela, uma rede de relações, um partido político.
"E ainda que conheça minhas escolhas, sei que desconhece meus motivos, por isso se torna desnecessário quaisquer julgamento ou crítica."
Ninguém tem o direito de julgar o outro até ter experimentado todas suas dores que o acometeram a errar.
Machado de Assis, no romance realista Dom Casmurro, narra a história de Capitu que, comprometida com Bentinho, ficava na janela, com olhares dissimulados, vendo os cavaleiros passarem. Mais de um século já se passou e tivemos o período de maior transformação social da história, com o surgimento do telefone e das redes sociais, o que não mudou foi o hábito de, mesmo comprometidos, ficarmos na janela, observando os que passam, enquanto julgamos Capitu.
Quando cometo um erro, sou consciente que tenho que me interiorizar para um processo de reflexão, aprendizagem e evolução.
O julgamento alheio não me serve para nada.
Ter em mente a minha própria fragilidade ajuda para que eu não julgue a fraqueza do meu semelhante.
Qualquer pequeno descuido pode desencadear uma grande consequência, assim como qualquer ato, mesmo que seguido de desculpas ou sem culpa, não passa despercebido.
A percepção humana sobre o que é considerado aceitável ou inaceitável nas ações pode não coincidir com a de Deus, que possui um entendimento abrangente da natureza humana, incluindo suas capacidades e intenções. O que parece plenamente justificável para nós pode ser injustificável aos olhos dele, e vice-versa.
E os humanos seguem absolvendo quem Deus condena e condenando quem Deus absolve... Essa não é a "reta justiça" que Jesus ensinou.
Quem tem autoestima não se envaidece com os aplausos e nem se abala com as vaias porque sabe que o seu verdadeiro valor não é determinado pelo julgamento dos outros.
Tem gente que subestima a capacidade dos outros porque conheceu algumas de suas deficiências e passa a prejulgar toda sua trajetória.
O fato de chegarmos só a esse mundo e sozinhos partirmos dele não é justificativa para que nesse intervalo aceitemos sermos julgados por isso e condenados à solidão.
Me dói dizer isso, mas, como seres humanos, não há absolutamente nada em que possamos confiar além do nosso próprio julgamento.
Quem você pensa que é para julgar alguém profundo como o mar com o teu olhar raso que mal enxerga a superfície?
Evite casamentos, enlaces, uniões e alianças conjugais com almas que não se sujeitam à submissão divina de Seus mandamentos, pois colherão frutos amargos de seus relacionamentos para o resto da vida e tais práticas têm festivas comemorações com o cálice dos demônios, onde ambos os cônjuges beberão do mesmo fel, desfrutando de seus prazeres e saboreando de seus desígnios e de suas luxúrias, sem o menor arrependimento, como se tudo fosse normal no seio da sociedade, aguardando após a morte, o justo julgamento no Tribunal de Cristo.
O aspecto em que alguém se concentra para julgar os outros depende do caráter daquele julgador específico. Assim como julgamos os outros, também somos julgados por eles.
A coisa mais bonita que você pode dar a alguém é o seu respeito. Respeite suas escolhas, não acrescente em um fardo que não te pertence o peso do seu julgamento.