Poema sobre Existência

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Envelhecer

Na manhã da existência, ouvindo o peito,
que previa teu vulto no caminho,
dentro em minha alma levantei teu ninho,
e, nesse ninho, preparei teu leito.

Desceu a tarde, e ainda me viu sozinho.
Murcham as flores, que, de leve, ajeito;
de novas rosas tua colcha enfeito,
e o travesseiro, novamente, alinho.

Cai, tristonho, o crepúsculo, na estrada.
Alongo os olhos, atirando um beijo
à forma vaga do teu corpo… E nada!

Recomponho as palavras que não disse.
E, apagando a candeia do Desejo,
adormeço na noite da Velhice.

Inserida por MERRAH

Gosto da brisa que acaricia ou a lufada forte que joga para trás e impulsiona para a frente. De sentir o sangue ferver e a adrenalina subir a mil. Do sopro que realimenta e faz encher e transbordar de existência.

Nietzsche caiu tanto no senso comum, que qualquer pessimismo ou crise existencial é visto como niilismo.

Se qualquer mulher sentir que precisa de qualquer coisa além de si para legitimar e validar sua existência, ela já estará abrindo mão de seu poder de se autodefinir, de seu protagonismo.

bell hooks
O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

A maioria de nós possui duas vidas. A vida que vivemos e a vida não vivida que existe dentro de nós. Entre as duas, encontra-se a Resistência.

É bárbaro todo aquele que propõe, na sua teoria, a exclusão do outro. É civilizado, seja um índio ianomâmi, ou um alemão, todo aquele que propõe a aceitação da existência do outro.
(Na palestra Tolerância Ativa)

Somos frutos da insatisfação. Movidos pelo vazio e ilusão de sermos preenchidos pelo outro. Ninguém preenche ninguém, nem a si mesmo.

Não posso ser todas as pessoas que quero e viver todas as vidas que quero. Não posso desenvolver em mim todas as aptidões que quero. E por que eu quero? Quero viver e sentir as nuances, os tons e as variações das experiências físicas e mentais possíveis de minha existência.

Sylvia Plath
Os diários de Sylvia Plath: 1950-1962. São Paulo: Biblioteca Azul, 2017.

Se Deus existe, tudo depende dele e nada podemos fazer contra a sua vontade. Se não existe, tudo depende de nós.

Qual é a natureza do ser humano? Qual é a melhor maneira de viver? Como viemos parar aqui? E o que será de nós quando não existirmos mais?

Mesmo não sabendo o que queremos, ainda assim somos responsáveis pelo que somos.

O que mais fará falta na morte de alguém importante é o olhar dessa pessoa sobre nós, pois precisamos do outro como referência de quem somos. Se a pessoa que eu amo não existe mais, como posso ser quem sou?

Me descubro, definitivamente, dual. Sou gêmeo de mim. Um dos gêmeos voa às alturas e o outro permanece preso a terra. Tal qual a lagarta e a borboleta, o homem vive uma dualidade inquietante. A fase crisálida é para pensar no dicotômico viver.

⁠Saber que você tem pouco tempo, é assustador. (...) Nenhum de nós sabe o dia de amanhã. A gente só pressupõe que ele existirá.

A vida é tão imensamente vasta e profunda quanto este abismo estrelado acima de nós. Só se pode atirar um olhar a ele através desta minúscula abertura que é a nossa existência pessoal. E, por esta abertura, sentimos mais do que vemos. Por isso temos de nos certificar de que esta abertura está sempre limpa.

Amor é plenitude. Não há escolhas no amor, tudo é aceito! Seres imperfeitos que escolhem.

Na medida em que envelhecemos, perdemos os poucos amigos admiráveis que tínhamos, mas, em compensação simultânea, ganhamos, aos lotes, uma legião de inimigos insignificantes. Eis o mundo!

⁠Assim como no interior do mar existe paz, mesmo diante do mar revolto superficial, seja assim também nosso interior, diante de toda tribulação externa.

⁠Se ainda existirei amanhã não sei! Mas, minhas obras, elas sim podem existir para sempre.

⁠Pode-se dizer que existo infinitamente. Estou aqui agora. E em todos os segundos entre meu nascimento e a minha morte.