Poema sobre Cultura
As vezes tudo o que eu queria era um aconchego nosso
Aquele sem ócio, só com brilhos do teu olhar
Que me apega, que me aperta, que me cega
Mas um dia eu te tenha quem sabe eu
Te lembro que a vida é feita de transtornos imediatos
De sopros falsos
Que nos levam ao sul
E se lembra: a gente ia pro norte
Pra que eu ter um par de asas
Se eu posso voar com os pés no chão
Eu te digo outra vez que tudo o que eu queria era um aconchego nosso.
respirei e respirei
E mais fundo respirei
Quanto mais respirei
más respirei
E respirei
Mais vida tive
e mais respirei
amei respirar
Deusas
No silêncio noturno, pestanejando,
Audível tão somente o ruído da ampulheta,
Memórias da temporalidade,
Tessituras da areia e do vento,
Conflitos prementes da razão,
Uma tempestade de partículas,
Juntas, formando consciência...
Irresignado com o legado cultural,
Entrevi, dentro do Panteão mitológico,
Vênus, a Deusa do feminino.
Ela, envolta de requinte arguto e versado,
Pôs-se a recitar...
“Existe uma verdade cientifica, filosófica,
A mentira, quando repetida
gera crenças profundas, conforta.
A verdade, por sua vez, inquieta...”
Eu, com o cálice na mão,
Condiciono-me, compenetrado,
Ela, com magistral beleza, prossegue:
“Afloramos arguidas,
Distintas biologicamente,
Provemos a vida,
Únicos contrastes.
No corpo social,
Estipêndios menores,
Sem enaltecer o intelecto,
O inventivo, a inovação.
Quanto mais à “alta roda”,
Menos varoas encontramos.
Queres tua prole assim, fadada a essa herança?
Ensina-lhe o caminho da revolução!
Equidade, Respeito,
Sem possessividade...”
Desperto, observo a ampulheta,
A transitoriedade dos grânulos,
As âmbulas intermeadas
Com a consciência formada...
Há tempo, quero te recrutar,
Ativista da causa,
Não me Kahlo!
Paulo José Brachtvogel
Transformando
Por onde andei
Era chão atapetado
Não havia ruído
Mas o corroído da alma
Era mais barulhento
Por onde andei
Palavras sussurradas
Pois não há suturas
Para emendar
Sonhos impossíveis
Por onde andei
Vaguei
Fui tateando
E o impossível
Se despiu
Por onde andei
A poesia tingiu
E fugiu
Por onde andei
Fui sobrevivente
De minhas escolhas
E da minha coragem
Por onde andei
Minha voz
Virou você
Um barco de estações escritas
Com seu nome
Que naufragou
Por onde andei
Na vida
Resisti, escapei
Me salvei
De mim mesma
Das horas
De lagarta
Nas horas de borboleta.
Livro: Pó de Anjo
EU SOU, TU ÉS, NÓS SOMOS
Sou negra
Sou princesa, rainha...
Menina da raça
Da cor do grafite
Preconceito jamais!
Sou negro
Sou príncipe, rei...
Menino da raça
Da cor do grafite
Preconceito jamais!
Sou negra
Da ginga, gingada
Que baila o corpo
Pra lá e pra cá
Capoeira jogada
Pro meu pessoal.
Sou negro
Da ginga, gingada
Que baila o corpo
Pra lá e pra cá
Capoeira jogada
Pro meu pessoal.
Sou negra,
És negro,
Nós somos
Somos gente da raça
Numa mesma emoção...
Canto maior
Eu sou como gente-chuva
Cai, levanta, gira, sofre
E corre para o mar.
Aprendi
Que o meu espaço
Sou eu mesmo que o faço
Para eu poder viver.
Eu sou como gente-fogo
Vai, enfrenta, briga, alastra,
E foge para o ar.
Quero a dor da gente
Dor que o povo sente
Volto a gritar ferir.
Não me faça um estandarte
Ponto e vírgula
Esta arte
Pode acontecer.
No meu cordão
Em meu refrão
Não há lugar incerto.
Livro: Travessia de Gente Grande
Ademir Hamú
NEFASTO DIGITAL
A internet que um dia aproximou,
hoje nos afasta.
Seja pelo vício, desinformação ou lacração.
A cultura do cancelamento,
o uso incorreto, um perfil falso ou a fake news.
As redes tornaram-se munição
que revelaram um mundo cada vez mais atroz.
A geração tão criticada são na verdade a oposição,
rotuladas de mimadas por não compactuarem aversão.
Não se cala para atrocidades.
Não normaliza o politicamente correto.
Não se submete ao arcaico poderoso.
Antiquados que viveram um mórbido passado
E que mesmo assim consideram prudente o reprise em suas gerações.
Famosos comportamentos que primitivo tem o prazer de honrar e nós de desmascarar.
"Na fúria do mar e dos ventos
No gemido das terras e da selva
E na seca dos rios da Amazônia a vida suplicará"
Há muita informação mas pouco conteúdo.
Todos querem brilhar, mas ninguém quer se esforçar.
É tão fácil acreditar, difícil mesmo é comprovar.
As vezes chega até nos intoxicar, mas é impossível deixar de clicar.
As aranhas tecem as teias para poder se alimentar.
Enquanto muitos navegam, vários naufragam.
Eu abro o livro, mas não encontro um xis para fechar.
Taipa
Como é lindo o amanhecer,
Contemplar as crianças indo à escola
Subindo a ladeira juntas com os trabalhadores;
Os ventos das matas e dos canaviais
Percorrem tuas ruas, becos e vielas
Não apenas estes como também
O amor e o ódio,
A inocência e a malícia,
A fé e a descrença,
E outros percorrem este lugar com esgotos a céu aberto
Ratos, baratas e escorpiões
São parte da "decoração" deste lugar e o povo é iludido e comprado a cada quatro anos
Nada vai bem, mas nem tudo vai mal, mesmo em situações desumanas ainda há humanidade neste lugar,
Muitos são cativos e outros poucos libertos.
TUPI
Um dia meu pajé me disse: - Pequeno, não te ilude com o japu'ŷ do homem branco, recompensa fácil é como o veneno da cobra. - Eles são bons comigo meu Pajé - Disse eu. Meses depois, fiquei com o seu cocar enquanto colocávamos os restos de sua terra no vaso ornamentado, pois o homem branco muito se irritou e de nós tirou tudo o que a sagrada terra nos deu, mesmo sendo nós de Butantan. Espero um dia ver Tupã descarregar seus trovões e nos dar o que nos é de direito novamente.
Qual é o papel de um educador?
Oferecer aos estudantes, total acesso à todas as narrativas possíveis no que diz respeito às questões da sociedade na sua complexidade política, cultural, social e econômica.
A partir desse movimento do educador, cada ser vai fazer as conexões dessas informações ofertadas com as suas inteligências múltiplas, e com isso será capaz de construir a sua própria liberdade, pautado numa consciência crítica com relação ao tempo e ao espaço, tomando sobre os seus ombros a sua própria responsabilidade enquanto sujeito histórico, participativo e decisivo na sua individualidade e na coletividade como um todo.
CURIOSIDADES
O poema épico mais antigo sobrevivente é a Epopeia de Gilgamexe, originado no terceiro milênio a.C. na Suméria (na Mesopotâmia, atual Iraque), que foi escrito em escrita cuneiforme em tabletes de argila e, posteriormente, papiro.
DE SOL A CHUVA
Recife de sol a chuva,
Muda o tempo na cidade.
É verão ou é inverno?
Quanta instabilidade!
A sombrinha vai na mão,
A de frevo, por que não?
Nossa naturalidade.
"Pare de se desculpar por coisas sobre as quais você não tem controle. Em vez de dizer: 'Desculpe, esqueci.' Diga: 'Obrigado por me lembrar.' Em vez de dizer: 'Desculpe, estou atrasado' Diga: 'Obrigado por esperar.' A gratidão pode mudar a sua energia quando você se sente perdido."
twitter.com/culturaespirita
Sou herdeiro de todos os povos e culturas
Sou humano inteiro!
Minha alma já habitou todos os corpos
De todas as cores...
De todos os gostos...
Posso ser tudo!
Compreendendo isto
Hoje
Sou tudo!
Chuva forte é "toró"
Rir dos outros é "mangar"
Pão bisnaga é "tabica"
Matar aula é "gazear"
Um estouro é "pipoco"
Um botão é um "pitoco"
Afrouxar é "afolosar"
- Culturas são raízes que advêm de grupos, povos, etnias. São formas de pensar, agir e crer de acordo com métodos estabelecidos. Cultura digital não é diferente, é uma cultura que abrange temas, características e ideias que se ligam à tecnologia.
- A cultura digital se liga ao comportamento humana, pois tal expressa o comportamento das pessoas por meio dos meios digitais, como redes sociais, por exemplo.
- Assim como qualquer outra cultura é importante, a cultura digital não é diferente. É importante para que as pessoas entendam os meios digitais e como os seres agem nesses ambientes.
- Alexandrer Graham Bell, Elon Musk, Charles Babbage.
- A cultura digital também apresenta alguns perigos para nós, entretanto, pode apresentar diversas oportunidades. Entre os perigos podemos listar o vício, pirataria, acesso fácil a maus conteúdos, anonimidade... Como oportunidades sabemos também da praticidade no acesso ao conhecimento, comunicação a longas distâncias, oportunidades de trabalhos...