Poema sobre Cultura
MEU NORDESTE!
Pra ser nordestino tem que ser até o talo
Amar todas as comidas e sentir no espinhaço o que é tá arretado
Quando fulano ou beltrano vem de fora querer ensinar os nossos pratos.
Vou deixar bem claro e não me faça repetir
Cuscuz nasceu aqui e não tem no mundo história melhor pra se ouvir
Mas espia só bichin, baixa o teu faixo bem aí que a gente te empresta
Pra tu avistar o que é bom e bem ligerin
E assim tu não fica de fora dessa, dos malucos por esse amarelin
Só te liga numa coisa, a autoria é nossa e não tem como dividir,
Pois foi esse alimento que tirou muito bucho do relento
Por isso eu grito, sou nordestina pros 4 vento.
Vim da terra de lampião sou virada no mói de coentro
E eu levo em meu coração
Meu nordeste, minha nação.
Nos jardins da vida, vejo os filhos crescerem como árvores. Cada um, uma promessa de cor e sonhos. Suas raízes fincam-se profundas na terra dos valores e da cultura, onde a memória é húmus e o amor, seiva. Os troncos erguem-se firmes, numa força que desafia ventos e tormentas, sustentando o céu com a dignidade dos que sabem de onde vêm.
Nas copas, que despontam com a graça das auroras, florescem frutos de humildade e bondade. Cada ramo, uma extensão do coração, abriga pássaros de esperança e folhas que sussurram segredos ao vento. A sombra dessas árvores oferece refúgio, um abrigo para os que buscam a paz e a quietude dos dias simples.
Assim, no compasso das estações, essas árvores crescem e se tornam majestosas, não pela imponência dos seus galhos, mas pela grandeza da sua essência. No jardim dos nossos sonhos, onde os filhos se transformam em árvores, ergue-se uma floresta de amor, onde cada vida é uma celebração da beleza e da eternidade.
Meu Brasil de Orixás
Levanta poeira
Gira roda gira,
Gira roda baiana
Verde e branco na avenida.
Vem meu amor,
Esse enredo é todo presente.
Os deuses ficam contentes
Com esse luau de esplendor.
Todos os diabos estão soltos,
Loucura é sinônimo de paixão,
Nanã é deusa da chuva,
Xangô é deus do trovão.
Omulu, o rei dos cemitérios
É a força da transformação,
Dono da vida e da morte
Me dê paz nesta vida de ilusão.
Quero ter o seu amor,
A magia começou.
No terreiro sou a gira,
Sou a raça multicor.
A caça é o vício de Oxossi,
É deus dos caçadores,
Protege a natureza generosa,
Aumenta a fartura de amores.
E por falar em amores,
Iansã se apaixonou por Xangô.
Sensualíssima e fogosa,
É tormento na avenida, Vem Quem Quer!
Vem quem quer meu pai Obá,
Vem girar ô mãe Nagô,
Quero ver você suar
Esse corpo de Oxalá.
Solidão, meu bem! Solidão é quando você tem que rir, cantar e falar sozinho pra não esquecer o som da sua própria voz.
Rádio Cultura (anos 80)
Vou pra Minas apanhar Tanajura
Que é fim de outubro
E 'cê jura que eu aguento tanta saudade de casa?
Se num quer ficar só, vem comigo
A gente vai comer mingau de milho
Pescar dois lambari naquele riachinho.
Vem que lá cabe 'nois' dois
Ou então deixa estar
Que la deve ter chuva e ainda tá frio
Não é julho, mas sei onde tem fogueira pra me esquentar.
São João não me deixa na mão
Mas se não tiver tem cachaça,
Cana, uns trem assim amargo que esquenta o peito quinem quando a gente ama
E o que não falta lá é amor, sabor
Que o coração fica maior que manga
Espada ou rosa.
Em Minas quase ninguém chora
Se tem algo que o meu povo sabe,
faz direitin
'inda ensina é amar.
O espelho reflete a imagem deplorável de um ser em total descontrole do que faz.
Os dias passam e a vida e a traz tona a realidade, acaba por mostrar o que já existia, mas encoberto estava moldando-se as culturas outrora tidas como verdade.
O que leva um ser humano a ter tanta falta de respeito por si próprio ao ponto de trocar as suas verdades por valores tanto um quanto absurdos? Eu quero ser feliz mas que essa felicidade contagie quem comigo está.
Quando, quando...
pararmos de repetir fórmulas, orações e textos alheios.
Quando tivermos mais coragem de Ser: aquilo que somos.
De pensar por si mesmos, sem precisar de muletas.
Cantar sua própria música, dizer o seu poema.
Quando a gente sair da atitude de omissão e comodismo.
Despertar da anestesia do conforto - Comfortably numbs
(como diz aquela canção do Pink Floyd).
E curar o medo de ser diferente; quando conseguir levantar
a cabeça acima da boiada - a caminho do brejo,
do matadouro ou do curral eleitoral...
e isso vale pra tod@s Brasileir@s :
uma gente que idolatra times e jogadores de futebol;
mantém igrejas e religiões; líderes e partidos políticos
enquanto subestima e ignora a Arte e a cultura de seu povo.
Que o Divino Espírito Santo nos ilumine
e cure da cegueira do materialismo,
da mentalidade limitada e mercantilista,
de toda alienação e estupidez.
Menos estádios e mais Museus !
Os livros são o alimento do cérebro , da alma e principalmente da formação do caráter , do intelecto e da sabedoria .
Quem lê , não lê pelo dever de ler e sim por puro e inigualável prazer .
Os livros são os eternos companheiros de todo ser humano civilizado !
Homenagem a Recife
Recife Estado
Desde o passado
É um relato
Do seu retrato.
Veneza Pernambucana
E metropolitana
Patrimônio cultural
Desde os tempos de Cabral.
Cidade pura,
Da cultura,
Que bravura,
Com tanta literatura.
Com suas vistas naturais
E com seus mananciais
Não tem como explicar nem mensurar
O que me basta é admirar.
Minha irmã
Homenageio a minha irmã
Pois a minha alma está vazia
Onde estás minha irmã amiga
Onde estás escondida?
Há tempos que não sei nada de ti
Estás num sitio mais bonito
Que sentido tem esta vida
Fiquei desolado quando soube que tinhas partido
Será desta forma que quero viver?
A vida é uma coisa estranha
A vaidade e a inveja andam por ai
As recordações são maiores
A minha dor, é uma das piores
E saio a perguntar
Porque Deus te quis assim?
Eu e o Nuno estamos cá neste mundo!
Mas levou-te à nascença, minha querida irmã
Deus não sabia que
Irias ser a nossa alegria
Irias ser a alegria das nossas vidas
Irmã, igual não poderei ter
Outra não existirá
O tempo vai passando
A saudade vai crescendo
A saudade vai aumentando
A noite vai me acompanhando
E é neste momento triste
De dor e de tristeza
Que Jesus Cristo me mostrou
Algo que ainda não tinha percebido
Com a cara toda molhada
Consegui entender
Que te tinham levado de nós
Apenas em minutos, te tinham levado
Agora és o meu anjo
E a ti mana tudo te peço
Que nos protejas
E olhes por nós
A fé individual e a sua intermediação
A fé é um conceito individual e não é possível imaginar a convivência pacífica entre os povos e entre as pessoas, sem respeitar a crença de cada um.
É preciso crer, segundo a fé individual, na superação dos limites, na valorização da família, na produção do conhecimento através da formação, e na geração de riqueza através do trabalho.
Querer que todos tenham as mesmas crenças é o mesmo que desejar extirpar a raça humana. Cada um crê naquilo que julga conveniente e isso tem muito a ver com a formação cultural.
O erro não está na fé em si mesma, mas no abuso dela, através da sua mercantilização. O crime, e não ha outra palavra para definir isso, é abusar da fé alheia, cobrando por um serviço de intermediação que não existe, vendendo promessas vazias ou poesias mal feitas.
PENSAMENTOS HÍBRIDOS
De João Batista do Lago
*****
A democracia, quando luta de todos,
é expressão do absoluto político;
mas, quando luta de partidos,
é absoluta expressão da miséria humana
(João Batista do Lago)
Não preciso da tutela de quaisquer heróis da mundidade do mundo;
meu herói é poema,
nele está toda verdade
(João Batista do Lago)
Toda Alma sem Espírito é zumbi
na seara das cidades sem alma;
sem espírito
(João Batista do Lago)
Eleição é rota para união de todos;
o eleito terá que ter todos em-si
(João Batista do Lago)
Imiscuir-se em Política não é intromissão;
é missão do cidadão consciente
que busca a verdade “sui”
(João Batista do Lago)
Necessário nascer-se a cada morte inconsciente:
morra-se diariamente;
nasça todos os dias
– a morte nada mais é que o nascer-se consciente.
(João Batista do Lago)
Sê dono da tua vontade;
ela é toda verdade que nasce em ti.
Mas se tiveres dúvidas, para.
Não continues para que não te enganes com falsos caminhos.
A verdade é labirinto:
nela há muitas trilhas e passagens,
mas deves procurar a ponte para a saída,
que é única
(João Batista do Lago)
Vês aquela Igreja…
aquela escola…
aquele palacete!
Onde se encontram os seus construtores?
Onde eles habitam agora?
Por ventura conheces algum?
Te ocorreu procurar por eles?
Então não o tomes por ignorantes;
tampouco o incomodes com a tua ignorância…
(João Batista do Lago)
No início do relacionamento, o afeto era enorme. Mas ele começou a mudar e a tratar ela diferente, de modo egoísta ele a fez sofrer.
Ele sempre prometia mudar, melhorar a situação e até mudou algumas vezes, mas sempre piorava.
Ficou nisso por 14 anos, mas ela agora não aguentava a situação, só que não tinha a coragem de deixa-lo, já que tinha medo de como seria sem ele.
Ele até chegou a ameaça-la dizendo que ela não encontraria alguém melhor. Ela aceita menos do que merece por medo de perder até esse pouco.
No início ele a tratava bem, mas agora ela sofre na esperança de que ele volte a ser como antes.
Oh pátria querida pare de ser submissa!
Por respeito à "culturas", passamos a ter de aceitar atrocidades...
Penso que tudo na vida deve ser revisto de tempos em tempos, porque tudo se moderniza e se transforma.
A única cultura que não se pode mudar é a do amor, do restante (e daquilo que não se enquadrar no amor), necessita de mudança urgente.
Até para o respeito deve haver limite, pois eu não posso respeitar uma atitude criminosa, só porque é considerada "cultura".
Tereza
Era uma cidadezinha pequena,
sem alma, sem empatia,
sem alianças.
Nela havia beleza,
nas montanhas,
no céu e nas crianças.
Toda sua cultura foi esmagada,
por religião, fofocas e trapaças.
E foram as primeiras noites sem dança,
sem amor, mas com vitalidade e esperança.
Eu queria:
"Que as pessoas se manifestassem menos, se ocupassem mais com aquilo que é proveitoso, enxergassem mais seus defeitos e apontassem menos os defeitos do próximo, trabalhassem menos e se ocupassem mais com vossas famílias...
Acredito que é querer demais! Bom, se ao menos elas reconhecessem o tamanho do seus pecados, e se arrependessem e acreditassem no evangelho; isso com certeza ocorreria...
"Retornem ao evangelho"".
Buscamos resoluções e ações,
Porque somos jovens, ansiosos,
Bizarros, e dedicamos a maior
Parte do tempo sendo otários.
Ignorantes, não pensantes,
Apenas um fato irrelevante,
Neste mundo entendiante,
De premissa desconfortante.
Vozes do Brasil
Gritos das matas do Brasil
Palavras que a cidade nunca ouviu
O choro inquietante
que preenche o azul anil
Do verde que pouco resta
Nossa vida, nossa pesca
O que a mata tem pra nos dar
voce veio para nos tirar
A revolta vem armada
Na estrada interditada
no arco apontado
com a flecha afiada
Ainda assim você não vê
que eu sou como você
passo cede, fome e frio
para lutar pelo meu Brasil
A sua dívida histórica
que insistem em ofuscar
do amarelo ouro que levaram
do que era o meu lar
Vieram la do mar
para meu povo escravizar
minhas terras demarcar
e minha cultura dizimar
Só pedimos uma parte do meu lar
E o homem "civilizado"
há de pré julgar que é meu povo que vive
sem ao mínimo trabalhar!
Quando é que vão perceber
que só tendem a perecer
destruindo nossa cultura
sem ao mínimo conhecer?
E mais uma vez ninguém ouviu
as vozes das matas do Brasil...
Um poeta declama versos na rua
enquanto um artista desenha a lua
que, singela, ilumina o artesão
Perto está um livro e o seu autor
é um escritor de mãos dadas com a atriz
que olha para a bailarina e o cantor
solta a voz ao léu
A ativista olha o céu
Artistas, dentro da noite sob a lua
E.....E....E...... E NA RUA!!!!!
É,
MAGÉ PRECISA DE UM TEATRO
“até o monumento de Pe. França erguido no centro de nosso município representando a luta do fundador desta cidade, onde levantou os pilares da primeira capela como sendo o templo do santuário de um povo piedoso e de fé, padece pela omissão dos poderes constituídos do nosso município e os menestréis que adornam o suave canto do pássaro preto está se calando, pois está se perdendo o eco de nossas raízes musicais, sacerdotais, a nossa história, a nossa própria identidade.”
Escrito em outubro de 2010.