Poema sobre Cultura
Transporto-me para o talvez e o meu olhar se fez labirinto..
Emudecendo o tom voz,faço um silencio aprisionando o grito..
Aquele riso que é moldura por desventura se fez mais lindo...
Sem ser pecado resplandecendo para o infinito..
As mãos se fizeram tremulas,em uma constante..
Lembrando do teu olhar,os versos certos se fez errante..
Algema de almas nuas,quem sabe cruas, transborda a alma...
Inerte cerrando os olhos, qual a saída aonde vou?...
Silêncio tempestuoso de pensamentos que desvendou!
E nesta prisão errante tão Incessante....amalgamou...
Então soube naquele instante, foi o amor que enfim me calou!
Sou seu mocinho ou seu bandido...
Eu sou o caos que te acalmou...
Sou o exílio dos teus sonhos perdidos..
Quem sabe a fuga da sua própria dor...
Posso ser o medo que te entrega o beijo...
E a coragem que te refaz no olhar...
Sou o teu ódio ,a sina perfeita...
Eu sou o delírio que te faz Amar!
Um Homem colocava flores no túmulo de um parente, quando viu um japonês colocando um prato de arroz na lépida ao lado. Ele vira-se para o japonês preocupado e acreditando tratar-se aquilo de um absurdo e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que alguém virá comer esse arroz?
E o japonês responde:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores, o meu vem comer o arroz.
"Respeitar as opções dos outros é uma das maiores virtudes do ser humano. As pessoas são diferentes, agem e pensam de formas diferentes.
Não julgue. Tente apenas compreender.”
Na vida existe uma incansável disputa em ser o melhor. Nessa disputa em querer ser o melhor, acabamos por querer possuir o mesmo que o outro tem. Querendo possuir o mesmo que o outro tem, pendemos a ser todos iguais. Nem refletimos que nas diferenças de cultura é que está a beleza de se conhecer o novo. Seja ela algo ou alguém. A única coisa que deveria permanecer igual em todas as nações é o sorriso, a língua oficial do mundo, onde todos se entendem num gesto singelo.
É preciso trilhar seu próprio caminho. Há quem seguiu os mesmos passos de algum vencedor e pelo caminho fracassou. Copiar a rota até foi possível, mas copiar a mesma perseverança, não.
Saudade
Saudade não tem idade
não tem tempo nem momento
não se mostra por fora
mas aperta por dentro.
Saudade é algo que faz pensar
reviver por alguns segundos, momentos especiais,
talvez por isso doa tanto...
Pois depois desses segundos mágicos
acaba todo o encanto.
Tudo retrocede ao ponto inicial
e lembramos que aqueles segundos se foram,
e tudo voltou a ser igual.
É um momento em que nossos pensamentos
leva-nos a um trajeto astral,
é como um retorno no tempo
uma viagem tridimensional.
Alias... Eu nem sei o que é saudades!
nem sei sobre o que estou a falar!
pois saudade é pra se sentir
e não pra explicar!
È algo que existe pra viver e reviver,
uma viagem a qual devemos apenas embarcar
encher o coração de sentimentos
e sempre nos emocionar.
Pessoas inteligentes, são pessoas solitárias, mas acima de tudo, felizes...
Um viva à ignorância social.
Não sou um gênio, tenho sonhos bobos e ideias tolas.
Não sou santo, tenho desejos e sentimentos.
Não sou lindo, mas fui feito à imagem e semelhança de Deus.
Não sou malandro, mas a formiga só trabalha porque não sabe cantar.
Uma Parte de Mim.
Sou o que sinto, penso e faço;
Desde o ódio até o amor,
Desde a paz
Até a guerra e o terror
Sou o culto que saboreia a incultura,
Mas também sou o inculto
Que muitas vezes troca a cultura
Pelos prazeres daquilo que é inculto.
Sou o desejo, sou o querer,
O querer daquela que eu não deveria desejar,
Mas não sou o poder.
O poder não é o querer.
Poder sem querer é alternativa de quem pode,
Mas querer sem poder é sofrimento de quem pratica o querer.
Sou a contradição
Sou a confiança em uma ideia
Mas também sou o ser que,
Momentos depois, muda de opinião.
Sou o caminhar solitário
Nas ruas silenciosas, escuras e sombrias;
Mas também sou a companhia dos desacompanhados
Para todas as ruas e avenidas, loucuras e alegrias.
Sou o pesadelo no meio da noite,
Que busca distorcer ou acrescentar explicações e fatos à minha realidade.
Mas também sou o sonho
E a vontade de vencer, que geralmente temos nesta meia idade.
Sou o suicídio sem sucesso,
Sou o renascer antes da morte,
Pois hoje sei que minha vida tem outro preço
Um preço que não pode ser pago com morte.
Sou a breve depressão
Que leva-me a grandes reflexões.
Mas não quero ser a profunda depressão
Que agrega um valor maior a morte do que às minhas paixões.
Se determinados grupos étnicos, sob condições minoritárias, já são alvos de preconceito e discriminação por possuírem uma identidade diferente da maioria da população... Imagine, então, quando se trata de alguém que nem mesmo faz parte de um grupo; um indivíduo que por si só escolheu viver da sua própria maneira, mesmo sendo por apenas em relação a alguns aspectos?
Aqueles que por algum motivo, não toleram um grupo ou um indivíduo, pelo simples fato destes não serem/viverem conforme os padrões culturais de sua sociedade, só contribuem para o aumento da desigualdade social. Pois, igualdade social não implica em fazer do outro uma cópia do todo, mas sim, aceitar o outro como parte do todo.
Nos jardins da vida, vejo os filhos crescerem como árvores. Cada um, uma promessa de cor e sonhos. Suas raízes fincam-se profundas na terra dos valores e da cultura, onde a memória é húmus e o amor, seiva. Os troncos erguem-se firmes, numa força que desafia ventos e tormentas, sustentando o céu com a dignidade dos que sabem de onde vêm.
Nas copas, que despontam com a graça das auroras, florescem frutos de humildade e bondade. Cada ramo, uma extensão do coração, abriga pássaros de esperança e folhas que sussurram segredos ao vento. A sombra dessas árvores oferece refúgio, um abrigo para os que buscam a paz e a quietude dos dias simples.
Assim, no compasso das estações, essas árvores crescem e se tornam majestosas, não pela imponência dos seus galhos, mas pela grandeza da sua essência. No jardim dos nossos sonhos, onde os filhos se transformam em árvores, ergue-se uma floresta de amor, onde cada vida é uma celebração da beleza e da eternidade.
Ocidente e Ocidente
quanto mais tempo eu leio como um curioso as obras da academia ocidental e à 'pesquisa', mais eu me torno hostil à intervenção da erudição ocidental branca nos assuntos dos povos colonizados.
não há necessidade de contribuições brancas, ocidentais, questionamentos ou análises em relação ao sul global, povos colonizados ou minorias étnicas.
acadêmicos e professores brancos fetichizam, estetizam e exploram em nome de sua educação, estudos e carreiras.
uma sala de aula ocidental facilitada por um acadêmico branco é um local de violência, não de revolução
Em nome da folha
Nenhuma folha vive sem raiz, quando ela se solta da árvore achando que vai ser livre, ela voa e a cada vôo apodrece ainda mais, seja livre, mas jamais esqueça de fincar raízes A'Kawaza
Não existe fazer arte em uma situação morna, ou se está em paz ou se está no caos!
(Luiz Gustavo Paffaro)
MONUMENTO AO MANGUEBEAT
De perto ele assusta
Caranguejo bem gigante
Monumento ao Manguebeat
Chico Science, o pensante
O Recife cultural
Da lama, do manguezal
Música eletropulsante
"Nós"
O sorriso dela encanta
Como as luzes do sol
Cada conversa é um livro
Nós dois não temos temas
Somos livres versos de poemas
Nosso romance é poesia
Sinceros demais com a vida
Relógio? Não somos mais escravos
O tempo tornou-se domesticado
Morremos a todos os momentos
Mas nunca deixamos de viver
O grão de areia da ampulheta corre
Nós dois juntos envelhecemos
Não deixamos de ser belos
Deixamos de viver escondidos
Sem máscaras, somente essências
Nós amadurecemos e florescemos
Abandonando as nossas casas
Sendo até o fim
Nós.
MEU NORDESTE!
Pra ser nordestino tem que ser até o talo
Amar todas as comidas e sentir no espinhaço o que é tá arretado
Quando fulano ou beltrano vem de fora querer ensinar os nossos pratos.
Vou deixar bem claro e não me faça repetir
Cuscuz nasceu aqui e não tem no mundo história melhor pra se ouvir
Mas espia só bichin, baixa o teu faixo bem aí que a gente te empresta
Pra tu avistar o que é bom e bem ligerin
E assim tu não fica de fora dessa, dos malucos por esse amarelin
Só te liga numa coisa, a autoria é nossa e não tem como dividir,
Pois foi esse alimento que tirou muito bucho do relento
Por isso eu grito, sou nordestina pros 4 vento.
Vim da terra de lampião sou virada no mói de coentro
E eu levo em meu coração
Meu nordeste, minha nação.
Manifesto para o diretor da FUNAI
“Senhor, peço sua licença para levantar a minha voz pela vida. O infanticídio de crianças indígenas é vergonhoso e revoltante.
Tenho lido que alguns antropólogos não são favoráveis ao diálogo entre as culturas e a qualquer tipo de interferência.
No entanto, deixar essas pequenas criaturas serem sacrificadas porque nasceram diferentes é fechar os olhos para o desumano.
É repetir ou permitir que repitam o espetáculo sangrento e grotesco das câmaras de gás de Adolf Hitler que o mundo tanto condena.
Deixar que crianças indígenas brasileiras sejam assassinadas porque existe essa cultura de morte em seu povo, é o mesmo que abrir-lhe a sepultura com as próprias mãos. Eu salvei Endi, e outros quem os salvarão?
Esses povos precisam ser chamados ao diálogo franco e sereno. “Alguém precisa tocar-lhes o coração e mostrar-lhes que uma mudança na cultura, não irá apagar sua história, pelo contrário, a valorizará, pois tudo é dinâmico e o mundo está em constante evolução.”
Do livro: As Filhas de Geruza
Um poeta declama versos na rua
enquanto um artista desenha a lua
que, singela, ilumina o artesão
Perto está um livro e o seu autor
é um escritor de mãos dadas com a atriz
que olha para a bailarina e o cantor
solta a voz ao léu
A ativista olha o céu
Artistas, dentro da noite sob a lua
E.....E....E...... E NA RUA!!!!!
É,
MAGÉ PRECISA DE UM TEATRO
“até o monumento de Pe. França erguido no centro de nosso município representando a luta do fundador desta cidade, onde levantou os pilares da primeira capela como sendo o templo do santuário de um povo piedoso e de fé, padece pela omissão dos poderes constituídos do nosso município e os menestréis que adornam o suave canto do pássaro preto está se calando, pois está se perdendo o eco de nossas raízes musicais, sacerdotais, a nossa história, a nossa própria identidade.”
Escrito em outubro de 2010.
Sou do gueto
Sou do gueto
Sem preconceito
Não conheço
Seu dialeto
Sou diatônico
Não quero
Seu diamante
Não tenho
Diploma
Sou discípulo
De um
Não sou profeta
Mas sim
Disposto a cultura
Filosofo da rua
Meu espelho
É a lua.