Poema sobre Cultura
A grande diferença de quem abraça em verdade o trabalho nas esferas criativas, educacionais, artísticas e culturais é que independente do retorno financeiro, das regras do mercado e do engajamento em emprego, o trabalho não para. Não é possível estacionar nem por poucas horas a sensibilidade constante que movimenta em ação, hiper-atividade e sede de experimento o pensamento. De certa forma por isto que cada qual em sua direção, interesse e plataforma sem dizer diz que o trabalho passa a ser o principal regente do trabalhador.
Os bastardos, covardes, medíocres e ignorantes que são algo em bando, só perseguem aqueles que eles tem muito medo e julgam muito importantes.
O ser histórico do bem e do mal dificilmente morre pois com tempo parte de sua doutrina mesmo que adaptada ou distorcida reaparece por meio de seus seguidores, aproveitadores e admiradores.
A arte e a anti-arte em confronto nos caminhos oblíquos da chamada arte contemporânea. A matéria criativa e a anti-matéria destrutiva, evolução e involução perante as novas técnicas, plataformas, olhares e modalidades digitais tecnológicas. O artista como modus operandi propulsor da inquietação e o espectador como um isolado condutor do que quer ver e foi por ele intimamente criado. Artista e espectador em dialogo constante sobre a insólita realidade e a arte como instrumento de comunicação sensorial inventiva geradora de múltiplas perguntas e respostas, por infinitas possibilidades.
As crianças e os ignorantes tem algo em comum: eles não sabem, mas diferentemente das crianças, que partem do seu desconhecimento para contemplar e descobrir o mundo, os ignorantes acobertam-se de razões para justificar sua falta de conhecimento e continuam sem saber
As religiões são caminhos humanos em direção a vida por suas culturas ancestrais mas o Senhor do Tempo é um só. Inominável e sem a possibilidade de representação coerente alguma pois está presente no menor grão da poeira cósmica e com o todo no maior planeta do universo.
Toda coleção de arte deve estar sempre viva em constantes movimentos, com novas compras, novas vendas, exposições, participações, publicações, restaurações e significações. A coleção de arte, parada está morta, é um doentio complexo cumulativo sem sentido, um distúrbio de personalidade de posse do que não tem dono, pois pertence a todas culturas da humanidade.
Cabe ao bom marchand resgatar boas obras perdidas e esquecidas no passado, e trazer para mercado de arte, re significando com dignidade e construindo novos paralelos com a cultura e seu tempo. Distante disto, só ávidos vendedores de panos pintados como poderiam também vender laranjas.
O historiador, através do pensamento crítico e da narrativa, não só preserva e interpreta o passado, mas também influencia diretamente a formação cultural e o desenvolvimento das regiões, ajudando a construir uma sociedade mais consciente e informada.
O poder do ambiente define por exemplo se o som de helicóptero te causa medo e alerta por algum criminoso estar à solta, ou alívio porque seu táxi aéreo está prestes a te levar pontualmente para uma reunião.
Em termos culturais, os antes invisibilizados estão tão visíveis que sua presença massiva (logo, e tome um absurdo ou uma redundância: opressora) já cria novos invisibilizados.
A Guerra Cultural não visa apenas conquistar bens e territórios, mas, sobretudo, a mente, a consciência e o espírito dos seres humanos.
Como a guerra cultural é sobre crenças irreconciliáveis sobre Deus e o homem, certo e errado, bem e mal, e é, na raiz, uma guerra religiosa, ela estará conosco enquanto os homens forem livres para agir de acordo com suas crenças.
Poucos livros bons haviam aparecido. Entre eles, Literatura e Humanismo, de Carlos Nelson Coutinho; Os equívocos de Caio Prado Júnior, de Paulo Cavalcanti; Ferro e Independência, de Osny Duarte Pereira. Voltava-me para as revistas de cultura; apresentavam-se com dois tipos, pelo menos as universitárias, as dos docentes e as dos discentes. Eu concluia, por isso: "Em suma, provam os três exemplos alinhados que existe contraste, e até antagonismo, entre o pensamento novo, que se levanta nos meios estudantis, e o pensamento velho, que se aninha nas cátedras universitárias. É evidente que as exceções servem apenas para confirmar a regra. Nem tudo que surge do meio estudantil é de alta qualidade cultural, evidentemente; mas a esmagadora maioria do que surge do meio docente universitário é de qualidade inqualificável. Como pode haver respeito, numa atividade ligada ao conhecimento, quando os que aprendem sabem mais do que os que ensinam?
A FÚRIA DE CALIBÃ, pág. 226-227
O que o professor burocrata, medíocre, displicente, sabe e ensina, não reforma, mas conserva a universidade. Logo, não pode ser ela o instrumento da transformação exigida pela sociedade no seu movimento histórico...Compete aos estudantes associarem-se a estes mestres mais esclarecidos, incentivarem as suas atividades inconformistas, apoiarem-nos, para no diálogo com eles mantido, conseguir fazê-los progredir o mais possível no sentido de compreensão comum do problema e da batalha em que necessitam aliar suas forças.
A QUESTÃO DA UNIVERSIDADE, pág. 90-91
Jesus não compraria uma arma e nem uma bicicleta, demagogia religiosa barata. Pois usou do chicote para expulsar os vendilhões do templo.
Em 17 de Junho de 1822, marca a fundação do Grande Oriente do Brasil. Filosoficamente e culturalmente é onde nasce a nossa verdadeira igualdade e liberdade brasileira.
A polarização esquerda e direita é como a polaridade entre o céu e o inferno, hoje sabemos cientificamente provado que existem incontáveis nuances.