Poema sobre Alfabetização
Um coração alfabetizado sabe a diferença, o significado de cada letra em seu pulsar; de cada palavra em seu latejar.
O processo de alfabetização válido entre nós é aquele, que (...) não se satisfaz apenas (...) com a leitura da palavra, mas que se dedica também a estabelecer uma relação dialética entre a leitura da palavra e a leitura do mundo, a leitura da realidade.
A alfabetização é a primeira coluna da estrutura social; o analfabetismo pode ser a segunda.
Alfabetizado é aquele que reflete, não apenas aquele que lê. O direito pertence a quem reflete, não apenas a quem lê.
Sou um livro, mas nem todo alfabetizado consegue ler, e se souberem têm de o interpretar, pois os textos nele escrito realça sutileza. Sou visível, mas nem todos que têm a visão pode me enxergar, mas aquele que tiver vontade verá.
As camadas populares têm que lutar muito contra a discriminação e a injustiça. Alfabetização e letramento têm esse objetivo: dar às pessoas o domínio da língua como instrumento de inserção na sociedade e de luta por direitos fundamentais.
O processo de alfabetização nada tem de mecânico do ponto de vista da criança que aprende. A criança constrói seu sistema interativo, pensa, raciocina e inventa buscando compreender esse objeto social complexo que é a escrita.
O processo de alfabetização se torna mais eficiente quando o professor explora o universo vocabular do aluno, ou seja, a sua leitura de mundo.
Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno.
A alfabetização não pode ser reduzida ao mero lidar com letras e palavras. Precisamos ir além dessa compreensão rígida da alfabetização e começar a encará-la como a relação entre educando e o mundo, mediada pela prática transformadora desse mundo.
À natureza complexa do processo de alfabetização, com suas facetas psicológica, psicolinguística, sociolinguística e linguística, é preciso acrescentar os fatores sociais, econômico, culturais e políticos que o condicionam.
Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e de escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento.
O exemplo dos pais é a escola do filho, a única capaz de alfabetizá-lo de forma correta, simples e permanente.
Quem só sabe ler a assinatura usual de cada artista sobre uma plataforma, é alfabetizado, parabéns, mas não entende nada, de historia da arte.
Ensinamento de momento pelo tempo repassado. Continuidade do legado. Espírito alfabetizado, problemas contabilizados. Enigmas e seus recados. Sem cardápio. Extraindo luz preenchendo com matéria o vácuo.
Aprender a ler e a escrever as letras e as palavras é uma coisa, mas entender os porquês delas é algo bem maior, é saber.
As palavras e as letras vivem em constante guerra, cabe ao escritor separar a batalha das ideias criadas pelo universo da alfabetização dos homens.