Poema sobre verdade

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Deduções

Deduzir nem sempre é interpretar a verdade dos fatos.
É um pré-julgamento de certezas alheias.
É criar um mundo de ilusões baseado na própria maneira de enxergar a vida.
Deduzir, é curiosidade aguçada, é tentar desvendar o sagrado de cada um.
É definir o abstrato, autenticar o irreconhecível, camuflar o fidedigno.
Já não bastam as deduções que temos de enfrentar durante nossa caminhada!
Deduções de caráter, de estilo, pensamentos, comportamentos, sentimentos.
Saem por aí subtraindo nossa personalidade, nossa estética, descontam por conta própria palavras e atitudes de um vasto conjunto de ideias.
Sub-traem, exatamente, traem por baixo. É sujo.
Julgam o que vêem no exterior do corpo, da pele.
Visam carcaças feito matadouro.
Quem olha do lado de fora não identifica as verdadeiras razões e intenções. Mensuram inexatidões, descartam probidades, anulam qualidades.
Só aceito e concordo com os descontos comerciais, em notas fiscais, mesmo assim discriminados os percentuais.
Agora, reduzir-me feito número decrescente?
Não preciso de aproximações feito dízima periódica, sei o que quero dizer quando escrevo exatamente.

Nem uma verdade me surpreende, pois a cada dia que vivo descubro promessas que nunca se cumpriram.
nem uma ilusão me atrai, mas por isso algum tempo eu não tenho ambições.
Não tenho culpa de não ser o que querem que eu seja.

Diz-se que cada homem tem a sua ambição especial.
Quer seja verdade ou não,
Posso dizer que não tenho nenhuma tão grande,
Como a de ser verdadeiramente estimado
Pelos meus amigos,
Tornando-me digno de sua estima.

Simbólica e inequívoca

Na verdade, encontramos desde as origens da história humana estas duas formas de comportamento, a simbólica e a inequívoca. O ponto de vista do inequívoco é a lei do pensamento e da ação despertos, que domina quer uma conclusão irrefutável da lógica quer o cérebro de um chantagista que pressiona passo a passo a sua vítima, uma lei que resulta das necessidades da vida, às quais sucumbiríamos se não fosse possível dar uma forma inequívoca às coisas. O símbolo, por seu lado, é a articulação de ideias próprias do sonho, é a lógica deslizante da alma, a que corresponde o parentesco das coisas nas intuições da arte e da religião; mas também tudo o que na vida existe de vulgares inclinações e aversões, de concordância e repulsa, de admiração, submissão, liderança, imitação e seus contrários, todas estas relações do homem consigo e com a natureza, que ainda não são puramente objetivas e talvez nunca venham a sê-lo, só podem ser entendidas em termos simbólicos.
Aquilo a que se chama a humanidade superior mais não é, com certeza, do que a tentativa de fundir estas duas metades da vida, a do símbolo e a da verdade, cuidadosamente separadas antes. Mas quando separamos num símbolo tudo aquilo que talvez possa ser verdadeiro do que é apenas espuma, o que acontece geralmente é que se ganha um pouco de verdade, mas se destrói todo o valor que o símbolo tinha. Por isso, talvez esta separação tenha sido inevitável na evolução do espírito, mas produziu o efeito que se obtém quando se ferve uma substância para engrossá-la e, ao fazê-lo, provocamos a evaporação do que nela existe de mais intrínseco. Hoje é quase impossível não ter a impressão de que os conceitos e as regras da vida moral são apenas símbolos recozidos, envoltos nos insuportáveis e gordurosos vapores da cozinha da humanidade.
(O Homem sem Qualidades)

A verdade é que não te amo com meus olhos que descobrem em ti mil defeitos, mas com meu coração, que ama o que os olhos desprezam.

William Shakespeare

Nota: Trecho do Soneto 141.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Kim e Alison McMillen

Nota: Trecho adaptado do livro "Quando me amei de verdade", de Kim e Alison McMillen. Link

É uma verdade básica da condição humana que todo mundo mente. A única variável é sobre o quê.

É o que as pessoas dizem [que o tempo muda tudo]. Não é verdade. Fazer coisas é o que muda algo. Não fazer nada deixa as coisas do jeito que eram.

Dizem que, não importa qual seja a verdade, as pessoas vêem o que querem ver. Algumas pessoas podem dar um passo para trás e descobrirem que estavam olhando a mesma cena por todo o tempo. Algumas pessoas podem ver que suas mentiras quase acabaram com elas. Algumas pessoas podem ver o que estava na sua frente o tempo todo. E ainda há aquelas pessoas que correm o máximo que podem para não terem que olhar para si mesmas.

Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.

Jesus Cristo
Bíblia, Mateus 18.3

(...) me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar.

A verdade é uma coisa bela e terrível, por isso deve ser tratada com grande cautela.

O que eu peço é que você seja sempre de verdade também. Que me queira assim, imperfeita e cheia de confusões. Que saiba os momentos em que eu preciso de uma mão passando entre os fios de cabelo. Que perceba que às vezes tudo o que eu preciso é do silêncio e do barulho da nossa respiração. Que veja que eu me esforço de um jeito nem sempre certo. Que veja lá na frente uma estrada, inteiramente nossa, cheia de opções e curvas. E que aceite que buracos sempre terão.

Nunca estou bem... Quando me perguntam "tudo bem?", sempre respondo sim. Mas na verdade sempre há algo me aborrecendo.

Todas as palavras tomadas literalmente são falsas. A verdade mora no silêncio que existe em volta das palavras. Prestar atenção ao que não foi dito, ler as entrelinhas. A atenção flutua: toca as palavras sem ser por elas enfeitiçada. Cuidado com a sedução da clareza! Cuidado com o engano do óbvio!

Quando se quer saber a verdade sobre alguém, essa deve ser a última pessoa a ser consultada.

A verdade de outra pessoa não está no que ela te revela, mas naquilo que não pode revelar-te. Portanto, se quiseres compreendê-la, não escute o que ela diz, mas antes, o que ela não diz.

É a verdade o que assombra, o descanso o que condena, a estupidez o que destrói...

O filósofo não é dono da verdade, nem detém todo conhecimento do mundo.
Ele é apenas uma pessoa que é amiga do saber.

Sempre fui um pouco áspero, fechado, sempre tive dificuldade de receber amor. (…) Na verdade, eu sempre precisei de afeto, só que antes eu não admitia.