Poema sobre a Importância da Leitura
A nobreza da educadora em sua santificada sina
exaspera minha responsabilidade,
punindo-me com o sentimento de culpa
a cada minuto desperdiçado.
A educação, a criança descobrindo a leitura,
o jovem que teve a mente tocada e as asas desamarradas, asseveram esse sentimento.
Já não sou mais o mesmo.
Já nem sei quem sou...
Mas estou gostando dessa nova criatura.
A Minha Carne É Feita De Livros
A minha carne é feita de livros...
de histórias da carochinha
vividas no vapor da boca
que no adeus da aurora
cobriam de magia
o tormento do meu travesseiro
A minha carne é feita de livros...
encaixados à força da régua e do carimbo
do "tens que aprender a lição!"
enquanto lá fora...
a saia primaveril que vestia os meus sonhos
me inundava de interjeições...
A minha carne é feita de livros...
e rogo a quem os abriu
o milagre de jamais os fechar...
Távola de Estrelas
Ebook? Não!
Prefiro cheiro novo de folhas límpidas,
Prefiro cheiro velho de folhas amareladas.
Novinho lacrado, velhinho amassado
Com páginas recicláveis ou comido por traças.
Aquece como um velho edredom remendado
Conforta como um velho suéter bordado
Querido como o velho jeans rasgado
Amável como uma velha camisa desbotada
Suave como o cheiro de café na caneca ao lado
Na fila, no ônibus, na varanda, na cama... O livro... Oh, livro!
Ler é como explorar terras estranhas.
Nunca se sabe ao certo como se pode sair.
Mais forte, ou talvez mais sábio.
Mais sensível aos sentimentos alheios ou quem sabe mais rico.
Quem pode afirmar?
O tesouro e sempre surpresa.
Culpado
“Tu que tens o dom da escrita
E traduz em palavras o sentimento
mais profundo que na alma silenciou,
és culpado por tais mistérios revelados
e pelos corações que cativou.
Tua sentença por despertar
de silêncios ensurdecedores o grito
é a eternidade na leitura dos teus escritos.”
Viviane Andrade
SENSAÇÕES.
Éramos assim, fazíamos tudo, ou quase tudo juntos. Compartilhávamos dos pequenos aos grandes prazeres, coisas que os casais já não o fazem. O jogo se chamava sensações, se colocar no lugar do outro para sentir.
Não há como se obter respostas sem agir assim.
Desde o início estava combinado, surgiu espontaneamente, quando a primeira pergunta foi feita. Diante de uma imagem o questionamento veio, daí para frente foi ping pong.
O divertimento nunca é planejado, a graça está na surpresa. Passou assim a ser algo secreto, um código entre duas pessoas, só elas saberiam o que estava por trás das respostas.
Os livros eram iguais, cada qual lia um trecho, ao menor silêncio, era a dica para que o outro continuasse, hora sim, hora não, teciam comentários, como se ao livro agregassem páginas ainda mais interessantes.
A leitura era cadenciada pelas batidas do coração, frente aos fatos mais intrigantes, o peito arfava, a respiração se apressava, escapando algumas interjeições, um “nossa” aqui, outro “e agora”?, acolá.
Os mundos ficavam pequenos, cabiam dentro do abraço e o livro por testemunha.
Haviam trapaças sem maldade alguma, enquanto um lia, o outro corria o olhar pelo capítulo seguinte, sem perder o fio da meada, apenas risos baixos, abafados.
_Volte aqui, não se adiante.
_Voltei, foi só um pulinho.
A risada era geral, harmonia sem igual.
Quando o livro acabava, sempre havia aquela sensação de vazio.
Ela se perguntava, antes de abrir uma nova página...
...Será que ele virá?
Ou terei que ler sozinha e imaginá-lo de novo?
_Livros são assim, sempre nos despertam a imaginação.
_Ou imaginamos e os criamos?
_Eis a questão...
...Sua vez de ler.
"Caso você formule uma pergunta ao professor, ele provavelmente lhe responderá. Se continuar com dúvidas, poderá poupar o trabalho de pensar e pedir mais explicações ao professor. Porém, se você formular uma pergunta ao livro, você mesmo terá de responder. Nesse sentido, o livro é como a natureza - ou o mundo. Quando você os questiona, eles lhe responderão na medida da sua própria capacidade de pensar e analisar"
Trecho do livro "Como Ler Livros" de Mortimer J. Adler e Charles Van Doren
"Faça perguntas enquanto lê-perguntas às quais você mesmo deve tentar responder ao longo da leitura. Quaisquer perguntas? Não. A arte de ler em qualquer nível acima do elementar consiste no hábito de fazer as perguntas certas na ordem certa. Há quatro perguntas centrais que você deve fazer a respeito de qualquer livro.
1. O LIVRO FALA SOBRE o QUÊ? Você deve tentar descobrir o tema central do livro, bem como a maneira pela qual o autor desenvolve esse tema, por meio da organização e da subdivisão dos temas e tópicos essenciais.
2. O QUE EXATAMENTE ESTÁ SENDO DITO, E COMO? Você deve tentar descobrir as ideias, afirmações e argumentos principais que constituem a mensagem particular do autor.
3. O LIVRO É VERDADEIRO, EM TODO OU EM PARTE? Você SÓ conseguirá responder a essa pergunta se já tiver respondido às duas anteriores. Você precisa saber o que está sendo dito antes de decidir se é verdadeiro ou falso. Quando você entende um livro, fica obrigado, caso esteja lendo com seriedade, a formar um juízo sobre ele. Conhecer a mente do autor não é o suficiente.
4. E DAÍ? Se o livro lhe forneceu informações novas, você deve pesar a importâncias delas. Por que o autor acha que sua própria mensagem é importante? Ela é importante para você? No entanto, se o livro não apenas lhe forneceu informações, mas o esclareceu em determinados quesitos, então é necessário investigar e buscar mais, isto é, buscar quais implicações forçosamente se seguem."
Trecho do livro "Como Ler Livros" de Mortimer J. Adler e Charles Van Doren
INTERPRETAÇÕES
Inspiração vinda de uma boa conversa:
Cada um escreve📝 de dentro de si para fora de si.
A leitura 📖 é de fora para dentro.
A interpretação é livre e pessoal, mas cada um é responsável pelo que escreve, e não pelo que o outro entende, pois o que o outro entende sai de dentro dele que lê e não do que escreve.
Que rolo! Mas é a pura realidade.
No Meio do Livro
(Parodiando Carlos Drummond de Andrade)
No meio do livro tinha um poema
Tinha um poema no meio do livro
Tinha um poema
No meio do livro tinha um poema
Nunca me esquecerei desse alumbramento
que impactou, deveras, a minha vida
Nunca me esquecerei que no meio do livro
Tinha um poema
Tinha um poema no meio do livro
No meio do livro tinha um poema.
Qual é a minha religião?
O padre jura
que me deu a primeira comunhão,
que sou católico, com muita devoção.
Já o pastor
durante a sua pregação
tem certeza que eu sou um grande irmão.
O médium diz que não!
Pois, já me conhece
de outra encarnação...
O pai de santo, do terreiro,
grita bem alto
que no fundo, eu sou mesmo é macumbeiro!
Na realidade fico meio atordoado,
me sentindo leiloado.
Mas com muito carinho,
peço a Deus do meu jeitinho,
que não me misture a tamanha confusão,
pois quando chegar a minha hora,
já lhe faço a minha confissão,
porém livrai-me mesmo,
é do garfo do rabudo,
do bafo do capeta,
e dos dentes deste cão!
Um país que não sabe ler (ou não gosta, não pratica), nunca vai conseguir mudar a realidade onde vive. Nunca vai aprender a votar, pois não é capaz de ler a situação que o cerca, acaba elegendo aquele que fala bem, o que diz coisas bonitas!
Se queremos mudar isso devemos capacitar os cidadãos à leitura, peguemos nossos livros e façamos rodas de leitura. À nós professores, em especial, façamos a diferença, principalmente, sendo exemplos de leitores!
Assim, amanhã viveremos bem melhor!
O que eu preciso...
é de um futuro possível,
amores impossíveis,
beijos abissais,
amizades eternas,
e alguma leitura..
-----------♥Luciete Valente
NOTÍCIA DE JORNAL
Em uma troca de versos entre poetas desconhecidos, uma poesia perdida atingiu um transeunte bem na cabeça, do lado direito da cabeça.
De acordo com relatos de testemunhas... qualquer um poderia ter sido atingido. Uma vez que, milhares de pessoas passam por dia no local, e quase sempre distraídas.
No entanto, um jovem negro, aparentando ter entre - 12 e 14 anos - com semblante calmo e um pouco acima do peso, foi socorrido pelo serviço móvel de urgência e emergência e encaminhado para o [HGPP] - Hospital Geral de atendimento às vítimas de Poesias Perdidas.
Na cena do ocorrido, além de caneta e papel, foram encontradas dentre outras...várias cápsulas de poesias deflagradas de diversos calibres.
Apesar do grande susto e após ter sido medicado, por apresentar um súbito quadro de delírios racionais com seguidos episódios de contemplação do mundo sensível e falas aparentemente sem sentido e desconexas, o garoto passa bem. Inclusive, já teve alta poética, mas (in)felizmente nunca mais será o mesmo.
Um bom leitor é como um garimpeiro, que joga as páginas de um livro em uma batéia, e separa do cascalho, então encontrarás as pepitas de sabedoria, para um bom leitor não existe um livro ruim, ele age como se estivesse comendo um peixe, aproveita a carne e coloca as espinhas de lado.
By: JESSÉ CABRAL
”Que nos tratemos como livros
Infelizes aqueles que não gostam de ler
Impacientes os que procuram outras histórias do que a sua própria.
Quando um capítulo se torna em desalento,
Não adianta correr das páginas.
Sem valor, descortesia, imoral
Em desânimo e perdidamente estará quando chegar a um grande título.
Leia todas as suas frases e inovarás palavras centrais.
Não permitindo uma intervenção alheia para colocar um ponto final, no que perguntas se deveria apostar em uma nova interrogação pessoal mais precisa. Só tu mesmo pode modificar parágrafos,
Quem se encontra em entrelinhas é acréscimo, seja valioso ou asqueroso, o conteúdo é você.
Crie uma sinopse na qual contada e lida, fique os interessados que por uma descoberta e visibilidade possa fazer parte de uma citação na sua história,
Por outro lado você ser o sentido de uma continuação...”
-Luisa Corviello
Não olha assim pra mim não
Senão vou me apaixonar
Senão vai me adivinhar
Tá fácil ler na cara que eu
Não canso de te procurar
Carinho faz arrepiar
Sozinha tu não vai ficar
Será que cabe eu aí
Esplendoroso...
Todos esperam por dias esplendorosos,
por dias harmoniosos.
“Sabemos que nem tudo são flores”
queremos dias iluminados,
perfumados pelas mais belas flores.
Então, que possamos fazer o possível
e o impossível para que encontremos os dias assim,
pois a primavera irá chegar
suas lindas flores colorirão nossas vidas
e novos dias irão raiar...
Que possamos florir a cada dia como as flores na primavera...
Que não deixemos a escuridão, de coisas e pessoas negativas,
prenderem nossas almas em níveis inferiores.
Que nossas luzes sejam maiores e que iluminem
os nossos e os caminhos daqueles que conosco estiverem.
Que possamos exalar amor,
o amor que Deus nos dá,
sem nada pedir em troca.
Que tenhamos, a cada final de dia, a certeza de que fizemos
o nosso melhor e que assim conseguimos
transformar nossos dias, comuns, em algo magnífico.
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