Poema sobre a Agonia
O vinho
As tralhas perversas de uma mente humana
Rodeada de ideias, pensamentos que guiam a estupidez
Perdida em uma taça de vinho
Sentimento seco e amargo
Talvez deva bebe-lo gelado
Já viu algum elefante voar?
Impossível, assim como nossos devaneios
Nossas platonisses e nossos apegos
Alma impura sem destino buscando o óbvio
Mais uma taça?
De-lhe mais um trago e desabroche
Mas se segure a queda é alta
Talves um dia eu conseguirei mostrar a potência de um grito
Um grito sublime que ecoara pelo horizonte
Que chamará as massas
Um grito preso como o meu necessita ser liberto
Gritarei por todos os cantos
"Não temas que já temestes demais
Não chore pois já chrastes demais
Não desanime, não temos o que perder
Não temosmais a quem recorrer"
Me vê outra taça
Uma que talvez me desmaie dentro da mente que me ainda é sã
Mais uma por favor
Quanta liberdade tola, será que é mesmo liberto?
Ou sera que me perdi mais uma vez
"Fuja perdido! Nãos voltes"
Para que voltaria?
Pensamentos de devaneios e loucuras
Perdido num horizonte de eventos
Como um buraco negro
Suprimindo toda a força que rodeia
Sou casca ou flor?
Sou ego ou amor?
Alegria queimada que pede a ultima taça
Taça essa que irá me quebrar que irá me destruir
Destruido continuo
Sou igual uma barata, talvez que seja asqueroso
Talvez seja nojento
Meu sangue parece ser frio mas é quente
Maldita casca
Me viram como não era
E nada fiz
Hoje nada sou
Se sou, sou pequeno
Gigante mesmo é aquele que nunca amou
Ou aquele que amou e foi correspondido
Caindo eu vou mais um dia
Raios de sol
Mais uma vez o meu despertador toca às 5:00 da manhã, uma das poucas coisas que me deixa melhor é ver o nascer do sol, os primeiros raios de sol me trás uma esperança de vida novamente. Me encontro sentado naquela velha cadeira de balanço, a madrugada ainda persiste e antes do céu se tornar laranja mil coisas ainda passam pela minha mente, e meus vícios já estão ao meu lado, meu café forte e o cigarro que já me acompanham a anos, e os rimeiros raios tão esperados não aparecem, já são quase 6:30, e ainda tenho fé de ver o sol nascendo e trazendo esperança para minha vida… mas nem tudo é como queremos o tempo nubla, o céu está cinza, não tem resquício do maldito sol que eu usava para iluminar minha vida e com sorte minha o meu dia, estou no quinto cigarro, meus pensamentos continuam obscuros e sinto que pode piorar, ainda me pergunto por que não desisti de tudo isso, por que não parei de me iludir com malditos pensamentos positivos, por que continuo pensando que o sol irá me trazer algum tipo de melhora, todos os dias são igual com ele ou sem ele, seja noite ou dia meus pensamentos continuam os mesmo… sempre os mesmo… sinceramente me sinto em um cemitério e todas as covas e túmulos são sonhos perdidos, e eu sou o maldito coveiro, enterrando todos os meus sonhos…
apago meu cigarro e volto a dormir….
No exato momento em que a vi
Fui flechado por um querubim
Instantaneamente, eu revivi
Agora vivo um amor sem fim
Antigamente vivia em agonia
A minha alma era carente
O amor era uma fantasia
Mas agora é chama ardente
Bom é ter sua companhia
Que me enche de alegria
E me faz sonhar novamente
Com intrepidez e ousadia
Contigo serei uma família
E vou te amar eternamente
Dessasosego
Há detritos em minha alma
Há extensão sinuosa
Sobre amargos e mares
Sobre sair a opressão perversa
Singularidade da inquietude
Gotas ocultas do derramamento de poesias.
Soneto Cruel - A Ferocidade da Verdade Humana
No olhar infecto, a turba ignóbil rasteja,
Afogando-se na podridão sem rumo;
Vãos são seus gritos, seus gemidos sumo,
Na selvageria humana, onde viceja.
Riem-se a ciência e a filosofia insana,
Enquanto o mundo, em seu delírio, padece;
E a multidão ignorante se esquece
Da alma em trevas, da agonia taciturna.
Vertem-se visões de sangue e desespero,
Em vastidão de almas em decomposição;
Ecos abafados de um grito último e sincero.
Desperta, consciência, e enfrenta a provação!
Pois somente tuas chamas refulgem
Neste reino grotesco de bestas e ilusão.
Precisamos uns dos outros.
Esse é o único fato,
ninguém faz nada sozinho,
ninguém é feliz sozinho,
a solidão é o nada,
é a morte, é a agonia.
“Não quero que a minha vida seja uma eterna espera pela sexta-feira.”
(Do livro "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser")
Amanhã de manhã
Quando o sol nascer
E o mundo for mundo de novo
E não só você
Sozinha no escuro
Isso também vai passar
E mesmo que não passe
Vai ao menos parecer mais distante
Apertar sem sufocar;
Incomodar sem doer;
Ferir sem matar.
Amanhã de manhã
Isso também vai passar
Mas enquanto não passa
Finja que a dor é céu azul;
Finja que o medo é passarinho;
que o pranto é o som do vento;
que a agonia é árvore com fruto;
E que a madrugada de hoje
mesmo tão longa
e tão solitária
e tão vazia
Já é amanhã de manhã.
A Noite
A noite em que vago
Lento, leve, pesado
Trago peso nulo nas costas
Peso, mais pesado que o mundo
O peso está na mochila
Mochila que não existe
A mochila é suja, surrada
O peso é morto, é triste
Às vezes, escapa o peso
Pela minha face desaba a mágoa
Às vezes, exponho a mochila na rua, em casa
Um grito de lamento e agonia
Ando eu em ruas, bairros escuros
Meu peito cansa, pede ajuda, em apuros
As mãos não obedecem sempre,
No meu rosto se jogam e voltam
Machucam, recupero
Desaparece, mas sempre arde
A lua se vai, o sol levanta
A noite permanece e nunca acaba
Chove, alaga, lama
Afundados meus pés permanecem
Escrevo pra descansar
O coração e a mente
Inspiração vou buscar
Onde o coração sente
De ódio ou de amor
Tristeza ou alegria
Ou quando sinto um calor
No peito como agonia
"Silenciosa
Vem a noite fria
Que lentamente habita em meu âmago
E reclama um verso!
‒ Que pena! Não te tenho rimas.
Sou apenas miragem de uma vida!
Rindo… uma vez outra chorando!
Às vezes de um sonho
De uma canção
Ou de um gemido a devorar-me!"
Rogério Pacheco
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
"Meu suor foi sangue ‒ tu nunca viste?
Meus sorrisos ‒ lágrimas ardentes!
Meu último abraço se faz remoto!
E aquele beijo ‒ eu já cuspi!"
Rogério Pacheco
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
"É a luz no precipício – atenta.
Nas brasas ardentes – somos tudo!
A verdade em chamas – tormentas!
É o arder de corpos – desnudos."
Rogério Pacheco
Poema: Ponto de fusão
Livro: Vermelho Navalha
Teófilo Otoni/MG
"Tenho nos olhos o brilho dos teus
E sinto teu corpo nu. . .
Minhas mãos maestras
Ainda com desejos de menino
Cumpre o teu sonho de sedução."
Rogério Pacheco
Poema: Conspiração de verão
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
"No teu ventre meu corpo. . .
Silêncio – eu navego. . .
Entre calmarias e tempestades."
Rogério Pacheco
Poema: Conspiração de verão
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
"Num movimento lento e rígido
Teu sussurrar sem esforço
Hipnotiza o segredo
E faz o relógio do mundo parar."
Rogério Pacheco
Poema: Conspiração de verão
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
"Feitiço e encanto
São as tuas mordidas
Que curam as minhas feridas."
Rogério Pacheco
Poema: Amor fero
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
"Lua que brilha
Sol que me aquece
Noite que não se escurece;
Meu diamante, olhar esmeralda. . .
– Minha estrela guia."
Rogério Pacheco
Poema: Amor fero
Livro; Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
"Se entre a luz e a escuridão
Já temos o axioma
Que nos dá acesso à verdade
Sem obstinação!
Conquanto, esqueçamos o pranto
Remanejando com encanto
O acalanto do brasão do amor!"
Rogério Pacheco
Poema: Intensa intensão
Livro: Vermelho Navalha - 2023