Poema que Fale da Vida

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Da série quase sessenta
Vou desvestindo tudo que pesa, aperta ou incomoda
pressa, ansiedade, falsas esperanças, jeans colados,
sapatos muito altos e meias( principalmente meias verdades)...
Com a teimosia continuo, ainda!
Quero teimar em acreditar que fico poderosa vestida com um batom vermelho.

Gosto dos filmes e fotos em preto e branco.
São atemporais e, ao mesmo tempo, nostalgia de um tempo cheio de cores.
Nas fotos em preto e branco a vida parecia ser bem mais simples.

Como num quebra cabeças
vamos encaixando as peças
deste jogo incrível
que se chama Vida...

Envelhescência
Tempo de costurar
o que foi realizado
com o fio das utopias
da adolescência
ver como resultado
a colcha de retalhos
que é a vida.
Bem, ou mal vivida.

Quarta feira, em cinquenta tons de cinza...
O mar ficou cinza.
A linha do horizonte, nesta manhã de quarta feira tem um fundo cinza.
A areia, confete colorido, também ficou cinza.
Passou o carnaval, e o amor de carnaval também virou cinza.
Mas, cinza não é fim de nada.
Cinza é o início em cor, como gota de orvalho, nuvem de chuva,
É tempo de espera entre o preto e o branco na cabeleira dos avós.
Foto antiga que mata saudade também é cinza.
Até o amor no cinema moderno tem tons de cinza.
E nós hoje coloridos de preto, branco, amarelo, marrom...
Seremos um dia cinzas,
Em todos os tons de cinza.

Somos sementes
brotando
multiplicando
espalhando outras sementes.
É a vida que continua…

Meu trabalho:
interação de elementos paradoxais
realização e alienação
repetição e criação
exercício da vontade e constrangimento
palmatoria e aplauso
infantilização de sujeitos...

Epifania
Sou protagonista!
Cabe apenas a mim
Urdir...
Tramar...
Realizar...
Minhas utopias.

Livre Arbítrio
Ser o melhor.
Ou o pior.
Depende do momento
do lugar
das circunstancias...
Um presente do Criador
que os adultos usam
como se ainda fossem crianças.

Sou o que sou!
Meus feitos
muitos deles desfeitos...
Minhas medalhas
e minhas sucatas
corpo,alma, mente
amontoados, triturados, amalgamados
no graal do momento presente…

Fazemos planos.
Pensamos ter tudo sob nosso controle.
Seguimos regras, relógios, calendários.
Mas, a única certeza que temos é do imprevisto, do inexplicável...

Devagar vou longe.
Divagar me leva onde.
De vagar, devagar, divagando
Percebi...
Minha imaginação
é muita areia pro meu caminharzinho!

Vida é como areia
que escorre pelos dedos
e pode ser levada
nas ondas do mar…

Futuro
é olhar nos olhos do passado
e receber dele o melhor presente:
Calçar seus sapatos que já aprenderam a tropeçar
no caminho que é sempre o mesmo…

O batom vermelho de uma mulher
nunca será igual ao batom vermelho de outra
o batom reflete o vai na alma
e não a cor que ela passa na boca.

Nossa vida não é um livro
São muitos.
Edições esgotadas...edições esperadas...
Outras fechadas a sete chaves.
Em cada tomo, um tema.

Recolhi minhas tempestades.
Chover no molhado é desperdício.
Entre outras coisas…

Pêndulo
Aranhas tecem os fios da vida
nos penduram no desconhecido,
lançados à nossa própria sorte
enquanto balançamos neste fio.
Cabe a cada um de nós decidir
o que é mais importante:
Curtir a paisagem,
ou tremer de medo e de frio?
Eu escolho a paisagem…

Recordações...
Levarei sempre
para qualquer lugar
onde flor!

Prefere chutar o balde
ou dobrar os joelhos?
Viver é preciso...
E para viver
é preciso chutar o balde
de vez em quando!
Ou ver o mundo, ajoelhado
sempre!