Poemas sobre a praia onde o mar inspira versos
INTANGÍVEL
Guardei-te na gaveta das coisas novas,
arrumadas, qual gaivota que sobrevoa
a praia, antes de fechar a porta da tarde.
Guardei as razões que me deste
para te eleger. O teu gracejar constante
e aquele sorriso de inspirar poetas.
É tarde. A vitrola acusa cansaço
e os versos repetem-se na folha vazia.
Rendo-me à alegria de te sonhar
tão azul e tão presente como antes.
Sempre te soube interdito e breve.
Tão intangível, que magoa.
Ela precisa descansar.
Descalçar os pés e caminhar na areia da praia.
Ela precisar se arrumar.
Organizar os pensamentos e sentimentos que tiram o sono.
Ela precisa transbordar.
Esvaziar o suficiente para se encher do que que faz bem.
Ela precisa amar.
Apreciar cada detalhe de sua própria história.
Um menino feliz na praia com seu castelo de areia.
Vai montando o seu castelo, grão a grão, dia a dia, em sua vida em busca do auge, acaba se perdendo e se encontrando, perde e ganha, ama e odeia, chora e sorri, lamenta e festeja.
Até que um dia seu castelo é derrubado pelas ondas do mar, e tudo volta ao pó, ao chão, e tudo se acaba.
Até que em um outro dia, outro menino, começa a construir o seu castelo e acontece o mesmo ciclo.
Esta praia chama-se: “vida”.
Ah, a oscilação...
Eu oscilo, tu oscilas, ele oscila...! Nós oscilamos...
E como ondas numa praia, vamos e voltamos todo o tempo. Mas isto não produz enfado?
Feliz daquele que encontrou ao Porto, e seguro descansa do longo percurso!
(Fabi Braga, 19/10/2014)
Ondas e pessoas
Uma a uma as ondas chegam,
quebram na praia.
Uma a uma as pessoas chegam ao mar
E eu a contemplá-lo como se não existisse.
Mas é real.
Pode-se tocá-lo, mergulhar
Em profundas ondas...
O pescador com a família sonda as águas.
Choveu e tudo toma cor de cinza.
Céu e mar, um corpo só.
Céu no mar.
As águas sondam o pescador com a família.
Ao longe, mãos, braços, corpos que trabalham
Já não sondam mais.
Sol ou chuva?Não importa...
Gente e rede, um corpo só!
Gente na rede!
Os frutos pulando, murmurando sons de morte.
Um a um, fruto e gente, deixam a rede.
Sol – chuva – mar.
Novamente frutos na rede...
Vida que não se quebra.
Outra vez gente na rede.
Mar.
Gente.
Rede.
Frutos.
Assim, sucessivamente, até que
os braços deslizem pelo corpo e encontrem
a terra para repousarem eternamente.
Out/1978
A Brisa Perfeita do mar,
Na Beira da Praia a Soprar,
Sua Pele Vejo arrepiar,
Eu logo quero Abraçar.
Eu Vou te envolver, em meus braços,
E te aquecer, em meu abraço,
Com amor sincero, Por você tudo eu faço.
Sinto o Vento a Soprar no vale
E o cheiro do seu Perfume, no ar,
Na colina vejo o despontar,
A luz do Sol que brilha, igual ao teu olhar,
Te amo, te quero, não dá para disfarçar,
Quem olha para mim,
Da pra ver no meu olhar,
Amor da minha vida,
Eternamente vou te amaaar,
A Casa das Mil Janelas
Passarei lúcido e frio
Num ponto qualquer da treva
Na praia de ondas brancas
Abrem-se as ondas cativas
No oco raio estelar
Vão e vêm,
Chegar-me o apelo vazio
Afloram perspectivas
Chega impressentida
Nunca inesperada
Que matam a morte
Por medo da vida
A tarde morre bem tarde
Que tarde que a tarde cai
Tão boa de querer bem
QUARENTENA
Chovia. Lembro da praia vazia, do céu cinzento,
No meio da tarde de um domingo nublado.
Belle de Jour, Alceu não a teria avistado,
Posto que era época de isolamento.
Chovia. Parei no tempo por um momento...
Tão longas eram as noites de confinamento,
Nem pareciam finitas. Casal distanciado.
Mas o amor haveria de ser preservado,
Posto que se pretendia o seu avivamento.
Chovia. No coração, um sentimento...
Não apareceu o sol, mas soprava o vento no mar.
A pandemia congelara a vida,
Mas ontem ela voltou a pulsar,
Ao te rever, minha querida.
Chovia. Havia sobrevida...
Nossa história foi como um poema escrito na praia...
Pode ter sido bonito, mas hoje apenas areia molhada , tragada pelo oceano
Levada pelo mar...
Nada restou, apenas areia fofa para escrever novos poemas , outras historias que as lágrimas salgadas irão novamente apagar...
Escreva sua história
na areia da praia
para que as ondas a levem
através dos sete mares
até tornar-se lenda
na boca de estrelas cadentes.
Conte sua história ao vento
cante-a nos bares
para os rudes marujos
olhos de faróis sujos.
Escreva no asfalto, com sangue,
grite bem alto a sua história
antes que ela seja varrida
na manhã seguinte
pelos garis.
Abra o peito na direção dos canhões
derrube os muros de Berlim
destrua as catedrais de Paris.
Defenda sua palavra
a vida não vale nada
se você não tem uma boa história
pra contar.
Meu sonho era ser paisagem...
Hj caminhei pela orla da praia e fiquei observando as movimentações das pessoas, dos carros, dos navios, dos aviões e etc....
E percebi a inércia da paisagem, perpetuando sua existência com sua resistência passiva a inovação.
Enquanto nós que nos consideramos modernos e contemporâneo nos movimentamos rumo ao fim.
Fiz esse som pra você
Ouvir na beira do mar
E cada grão de areia nessa praia inteira
Simboliza um beijo que na tua boca eu quero dar
Como a vida é
Um dia belo, sol, calor, praia
No outro chuvisco, raios e trovões
Assim é a vida
As vêzes estamos calmos numa tranquilidade que paira sobre o ar
No outro é turbulento como se todas as coisa do universo estivessem contra nós
Mas não podemos nos desanimar
Pois depois do furacão sempre vem a calmaria
E na vida também é assim
Temos dias difíceis que temos que superar
E dias calmos que temos que aproveitar ao máximo
Lua e Sol
Mar e praia
Eu e você
Combinação perfeita
Minutos, segundos, horas
Dia e lugar
Não estava planejando
Mas aconteceu,
Você se tornou meu Romeu.
Praia da Costa uma paixão inexplicável
Quando menino entre a escola e o trabalho sempre sobrava uma hora para mergulhar em suas ondas
Com suas areias douradas convidando para esquecer os problemas da vida
Com êxtase de alegria e felicidade superava cada onda que vinha ao meu encontro
Como esquecer a praia que me encantava com o som no quebra-mar das ondas com as pedras.
Que me revigorava em cada onda que me alcançava molhando o meu corpo.
Em um ritual de água e sal a limpar as impurezas e me preparar para novos caminhos a trilhar...
Como esquecer a Praia que me ensinou que a vida tem tempo de calmaria e tempestade
De silêncio, de contemplação, fé, respeito, equilíbrio e paz.
Gostei, gostei e por você me apaixonei
Eu vou pro mar a tardinha
Ver a praia da rendinha
Naveguei, naveguei
E no meio do mar parei
Porque vi uma sereia
E me apaixonei.
Sua esclera era branca como areia da praia
Sua pupila era castanha,mas não era do pará
Sua pele é negra, como noite estrelada
Apenas teu sorriso iluminava a noite em tua pele
Seus cabelos emaranhados se enroscavam em meus dedos
Em um desleixo de te olhar dê fronte, me ceguei com o brilho dos teus olhos
Naveguei por rios de pensamentos, que ali era posto a desaguar
Era um rio fundo, mergulhei de cabeça naquela imensidão
Me afoguei em minha paixão.
Sophia está na beira da praia,
A praia quer enterrar Sophia.
Sophia só quer poder nadar,
Logo Sophia, que é expulsa do mar.
Mas Sophia é insistente e se atirou no oceano sem saber nadar.
Bela Sophia, insistiu tanto que pouco a pouco ganhou o mar.
Obcecado pelas estrelas
E eu,
Sentado na areia da praia,
Admirando de noite
O céu estrelado,
Me vejo
Procurando
As constelações dos teus olhos
No brilho das estrelas.
No verão: seu calor, sua praia, seu fulgor;
No outono: seu odor, sua brisa, seu frescor;
No inverno: seu tremor, seu arrepio, seu rubor;
E por todo o ano o seu escritor, seu amante, o seu último amor...