Poema para um Filho
A empregada doméstica carregava o bolo de aniversário do filho mais velho da patroa. Em um momento de desequilíbrio, no tropeço do descuido, leva um tombo e o bolo se espatifa no chão. Com as sapatilhas sujas de glacê, compra uma passagem para Córrego do Bom Jesus.
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Lhe ocorre um momento privilegiado de um descortinamento interior como se o céu se abrisse e a uma iluminação elevadora da consciência onde você se afasta de uma vida mecanizada como de quem é responsável por fazer todo o serviço da casa, abrir as toalhas de banho para secar, levar o lixo para fora, desinfetar o banheiro e outras coisinhas domésticas para, assim, irromper numa luminância de clara batida. Ao imaginar o rosto do menino de aniversário que não haverá bolo, ela sente que toda a fragmentariedade do sujeito e a problemática existencial é dissolvida. Toda tensão psicológica dos intervalos dissonantes e do sabor de xarope que a palavra próclise causa na boca dissipa.
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Pós dispifania, a vida do personagem nunca mais será a mesma. Ela não terá um final feliz. Não terá um processo completo. Um incômodo desejo de ser vividamente uma presença que não estará lá. E de não voltar para casa.
Nasceu para alegrar
veio para arrancar sorrisos
completando uma família
filho amado e preciso
te falo seja bem-vindo
nesse mundão de meu Deus
e que o todo poderoso
ilumine os passos seus
Que a cada crescimento
seja repleto de amor
seja sempre companheiro
gigante forte Guerreiro
buscando sabedoria
compartilhando alegrias
com seus pais, amigos, irmãos
pensando em sua família
guardando todos os dias
dentro do seu coração
Na jornada dessa vida
vai errar e aprender
vai cair vai levantar
vai andar e vai correr
vai chorar e vai sorrir
mas também vai descobrir
que o bom da vida é viver
Então viva Seja honesto
seja um cidadão Gentil
seja homem solidário
levante quem já caiu
sem Ligar para indiferença
sem se preocupar com crenças
conquiste sabedoria
Aprenda mais a cada dia
busque em Deus pelo seu dom
é isso que te proponho
corra atrás e realize
seus desejos e seus sonhos
AMOR ABSTRATO
Mãe,
Pintei um quadro!
Venha ver!
Disse o filho,
Mas que lindo!
O que ele significa filho?
Perguntou a mãe:
Mãe este é um quadro abstrato!
Respondeu o filho.
Abstrato?
Não entendi!
Respondeu a mãe!
O que a Sra. sente quando o vê?
Perguntou o filho.
A entendi!
Disse a mãe.
Aproveitando o ensejo,
O menino diz:
- Mãe, acho que estou amando!
Que bom filho, este é um sentimento ímpar.
E quem é?
Perguntou a mãe.
É aquela linda morena, a Janaina!
Filha da Da. Santa, e que mora ali no Jardim Cruzeiro do Sul,
Mas, como posso ter certeza que a amo realmente?
Pergunta o filho.
E a mãe responde:
Filho, o que você sente quando a vê?
Como o seu quadro meu filho,
O AMOR É ABSTRATO.
Uma hora quero filhos, praia no domingo, cinemas nas terças.
Na outra quero viajar o mundo, respirar, sorrir, só.
Num dia quero água, café, coragem.
No outro apenas um vinho suave, o pôr do sol, alguém pra me proteger.
Tô confuso, parece pouco será? Será que é só comigo que acontece de um dia querer o aconchego de um abraço e no outro a liberdade de voar.
Tô confuso em uma folha de papel ou em 200 impressas de um livro.
Talvez eu quisesse ser amado, precisado, tocado, devorado.
Talvez eu quisesse apenas aquela música, os olhos fechados na beira de um lago,
você do lado.
Que nesse Natal possamos refletir toda a existência, a luta, as dificuldades que Cristo filho passou por cada um de nós, em seu tempo de estadia aqui na terra desde o teu nascimento.
Que possamos e tentemos fazer valer o nascimento, a vida, a morte, e a vida espiritual dele.
Que nesse aniversário de Jesus Cristo seja repleto de paz, harmonia, felicidades, bênçãos, amor, reciprocidade, e carregado de sentimentos bons, para ti, toda a vossa família, amigos, conhecidos e pessoas de bem que estão ao nosso redor... Amém.
Sou
Como filho que um pai perdeu;
Como irmão sem irmão;
Como amigo que já viu outro partir;
Como cônjuge abandonado por seu par;
E o coração assim do peito se desprendeu,
E ficou o gosto amargo da desilusão,
De não poder ver nenhum de seus rostos mais sorrir.
E o que mais doeu,
O que mais dói,
É esse sentimento que corrói,
Chamado saudade,
Que é o misto de carinho e amizade,
Ternura e cumplicidade.
E o que é essa tal de saudade que me causa dor,
Na resposta de uma criança descobri,
E assim veio a esperança e ternamente sorri,
E deixo a dica:
Saudade é o amor que fica.
Pais & Filhos e o Bullying Familiar
Impedir os pais de ajudar,
Chantagear a família,
Denegrir a imagem do filho,
Dissimular situações,
Arquitetar o mal,
Planejar a queda e a destruição da imagem de seu filho,
Excluir os filhos,
Caluniar e difamar os filhos,
Macular as relações familiares por ingerência de agregados e pessoas interessadas em amealhar coisas materiais.
Tudo pelo dinheiro e poder, até mesmo atentar contra a vida dos filhos, e ameaça-los.
Tudo por amor ao dinheiro e por ganância e avareza, manipulação moral.
MEMÓRIA
Minha avó fazia café bem doce. Talvez, por uma necessidade de se procriar além dos filhos legítimos. Biscoitos na gordura, pão de queijo no forno, bolo de chocolate em cima da geladeira. O cenário aparentemente bucólico escondia guerra das mais matutas em orvalhos e outras fragrâncias. Cheirava a cozinha um cheiro forte do que se come. No quintal, cheiravam as flores um cheiro que se vislumbra. Alimentar dos produtos da casa vigorava a minha carne. Alimentar do beija-flor que tomava o néctar de hibiscos em diversos matizes alimentava a minha alma. O cachorro latia freneticamente. Eu não sabia que o bichinho também comia: a alegria das folhinhas em domingo. Ao pé da jabuticabeira, meu Drummond chorava todos os lirismos nascidos da terra caudalosa, terra de muitas veredas e rupturas. Minha mãe afagava meus cabelos, o pai e os tios viam futebol, a pequena irmã devorava porções de desenhos animados.
Não fosse eu poeta, esta prosa seria pólvora. Não fosse eu poeta, partículas cintilantes de minha vida perderiam na guerra dos tempos que não se curam: saudade.
Somos todos filhos do Caos!
Como um deus da ciência, objetivamos o tempo.
Suas parcas verdades fixamos ao mundo.
Mas aos corpos celestes... elas inexistem. Sentido só há em relação ao espaço.
Somos todos filhos do Caos!
Criamos padrões, tradições e valores. Relegamos a eles o nosso destino.
Por isso à deriva nós sempre estamos,
Em ilusórias mãos... o leme se encontra.
Somos todos filhos do Caos!
Submetemo-nos a símbolos, dogmas, crenças...
O nosso olhar, por eles cerramos.
Ao Limbo de Dante, divergência enviamos
O destino, o futuro e a vida humana
– Com referência caseira –
Louvamos com pútrea e visionária cegueira.
Mulher ao lado, Carro na garage
Casa própria, Filhos correndo
Tudo isso, Eu pretendo amanhã
Hoje, ainda é um sonho!
Querido filho, Deus me enviou você
para me ensinar a amar alguém mais do que a mim mesmo e, há mais de 27 anos, continuo aprendendo.
Arthur, você me trouxe a luz, para um curso intensivo de amor e espero, ardentemente, ser um bom pai pra você. E que um dia possa ter orgulho de mim... Te Amo...
Meu filho, meu algoz...
Meus olhos já não têm o mesmo brilho de antes
Meu corpo, já não é aquele: esbelto, ligeiro, jovial
Dizem, em versos, que sou anjo, por ser mãe
Mãe que sobrevive, apenada, em cárcere meu
Cuida-me um filho que amo, calado, ausente, impaciente
Nada reconheço entre as paredes que afirmam ser meu lar
Não sei dizer a exata cor das paredes de meu quarto
Olho-me no espelho... não sei dizer quem ali se reflete
Sigo os dias a velar as horas, ao pé de uma janela vazia
Horas e dias que passam sem me notar, sem nada contar
Durmo e acordo em desalento, tendo ao alcance leite e água
Deixados pelo filho, que, por vezes, soturnamente me visita
Adormece em mim, a razão, quereres... incompreensões
Me fogem lembranças, desaprendi a me amar, a sorrir
Convivo com meus temores, meus fantasmas, meu eu
Temo a chegada do filho que amo e se dá a machucar-me
Trago marcas em meu corpo, que se renovam
A cada aperto, a cada saculejo, a cada dia
Fia ele que não compreendo-lhe a impaciência
Que não me dói seu estado colérico de me cuidar
Me sinto descartável, írrita, sem valia, enjeitada
Anulada em princípios, convencida que inexisto
Que sou aquela agraciada com a maternidade
Que não sabe em que momento tudo deu errado
Temo a visita de meu filho, meu intolerante algoz
Não tenho forças para reagir, se tivesse, não o faria
A fome, a sede, a solidão, marcam meu corpo e alma
Em aceitação, me convenço a perdoar e me cobro calma
Disse Deus ao seu filho Jesus:
Não criei um mundo melhor
Pra ser dividido pela ganância
Mas sim um mundo pros irmãos
Viver em paz.
Quando olhas pra trás
Notas que fez tudo crescer
Os filhos educam os netos
Os netos entendem o certo
Os filhos mostram que viram
Exemplo dos pais acertivos
Parece até complicado
Erraram para acertar
A bondade só cresce vivendo
Aprendendo a pensar no menor
Humildade não vem quando nasce.
Mas vem de escutar o seu pai
Vem daquilo que sua mãe disse
Dos "nãos" que ouviu ao teimar
Criança que chora sozinha
Aprende a limpar suas lágrimas.
Epigrama
Sim, ser escravo da Beleza –
mais filho do escuro que encontro
do que escrevo da gente
e da contingência.
Procura-se
a custos exorbitantes
a órbita ao menos
da palavra justa
e resta quitar-se ao lado
do quanto a palavra custa.
Acredite com esperança
Pense com muita fé
Porque você é filho do mestre
E ele quer te vê de pé
Sempre acreditando
Sem ninguém pra te apoiar
Mais a fé em deus que vai fazer você ganhar
Me sinto como se fosse filho do mar
Sinto isso dentro da alma
Sinto como se fosse meu lar
Em frente ele encontro minha calma
Em frente ele me desligo do mundo
Me imagino nele naufragar
É nas profundezas ouço uma voz vindo do fundo
Seja bem-vindo de volta ao lar