Poema para minha Irma Gemeas
A maior invenção do mundo não é a minha tecnologia! É a morte! pois através dela, o velho sempre dará lugar para o novo!
Você está pensando em alguma coisa, minha querida, e isso faz com que você se esqueça de falar.
Se me obrigassem a dizer por que o amava, sinto que a minha única resposta seria: Porque era ele, Porque era eu.
Toda a minha alma lhe pertence. Se minha inteira existência não fosse sua, a harmonia do meu ser ter-se-ia perdido e eu teria morrido.
Minha futura namorada tem que ser capaz de falar tanto quanto eu, o que é difícil. Mas se ela administrar isso, a gente continua.
Eu e minha mulher ficamos na dúvida entre tirar férias ou nos divorciarmos. Optamos pela segunda hipótese. Duas semanas no Caribe podem ser divertidas, mas um divórcio dura para sempre.
Minha culpa, minha falha, não está nas paixões que tenho, mas na minha falta de controle sobre elas.
Que é isto que aperta meu peito?
Minha alma quer sair para o infinito ou a alma do mundo quer entrar em meu coração?
Minha tolerância acabou, minha intuição fareja à distância uma cabecinha ruim. Não aceito mais ser amiga de gente mal resolvida e que me ferra pelas costas. Não tenho raiva de ninguém, mas minha prioridade agora é uma só: eu. Podem me chamar de egoísta, eu aceito.
Só me fala que vai me aturar. Aturar minha mente confusa, minha memória irritante, minha sinceridade exagerada. Aturar quando eu falar que te amo mais e também quando eu não falar que te amo. Aturar e segurar tudo não por mim, nem por você… Mas por nós.
Eu não sei colocar pontos finais, eu não sei acabar com algo, eu não sei excluir alguém da minha vida.
Mas estou cansada, apesar de minha alegria de hoje, alegria que não se sabe de onde vem, como a da manhãzinha de verão. Estou cansada, agora agudamente! Vamos chorar juntos, baixinho. Por ter sofrido e continuar tão docemente. A dor cansada numa lágrima simplificada. Mas agora já é desejo de poesia, isso eu confesso, Deus. Durmamos de mãos dadas. O mundo rola e em alguma parte há coisas que não conheço. Durmamos sobre Deus e o mistério, nave quieta e frágil flutuando sobre o mar, eis o sono.
A confusão toda que acontece dentro de mim é que a minha razão me manda ir embora, e meu coração não sabe se fica ou se vai com ela.
Eu falo idiotices, me enrolo nas minha próprias palavras, tropeço nas minhas pernas, rio de mim mesma e sorrio para as coisas mais simples da vida. E é isso que me faz feliz.
Minha alma é um quarto onde os objetos mais estranhos estão colocados, um ao lado do outro, sem ordem, sem nenhuma intenção de fazer sentido.