Poema palavras

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Princípios

Claro, que a vivência dos humanos,
Tem suas regras, onde quer que se vá.
Mas princípios, não se fazem,
Se trazem,
Dentro do peito dos seres,
Que não se cobrem só com panos,
Mas com o manto,
Da honestidade que se dá,
Pelo berço,
Que os tenha embalado no início desta vida,
Que eterna, não será.

Inserida por PaolaRhoden

Este coração singelo
tem sentimento inocente
ele é puro e belo
e ama honestamente
com a alma imaculada
só procura a sua amada
transparente e genuíno
é um coração pequenino
de grandeza depurada.
Inofensivo e carente
ama extraordinariamente
Seráfico e reluzente
agradece humildemente
o amor de toda a gente.

Inserida por bruno1011

A solidão
é um poço que não tem fundo
é um sentimento bem profundo
é um deserto sem fim
é estar perdido no mundo
é uma dor inderrogável
um desconsolo imutável
uma sensação de dissipação
aprofundada no coração
é viver desconsolado
respirar sem respirar
adormecer e não acordar
é amar sem ser amado
é esperar sem ser achado.

Inserida por bruno1011

Sou um coelhinho fofinho
Que vive numa caixinha
Se abrires este presente
Seras minha, certamente
Sou um homem largado
Que vive em algum lado
Se ficares comigo
Seguir-te-ei para todo lado
Sou apenas um homem
Com o coração destroçado
Fica comigo por favor
Dar-te-eu todo o meu amor.

Inserida por bruno1011

A ti revelo os meus segredos
As minhas sombras, pesadelos
A ti revelo os meus medos
Sequelas do meu pensamento
A ti revelo os meus sonhos
Esperanças perdidas no momento
A ti eu mostro o meu tesouro
Minha arte, meus poemas, o meu ouro
A ti revelo o meu corpo
Aberto, descoberto monumento
A ti e só ati o meu desejo
Que não é mais nem menos
Que o teu beijo.

Inserida por bruno1011

somos instantes

Somos barcos feitos de vento
balançando nas ondas do mar

somos gotas que caem do céu
molhando suavemente o eterno

somos instantes banhados de luz
pairando na memória do tempo...

Inserida por elisangelabankersen

O Amor

No fundo do meu peito
O amor mais profundo
Se não for amor o que eu sinto
Eu me desligo desse mundo
O sentido da vida
Só o amor que nos ensina
Se não for amor o que eu sinto
Eu me desligo desse mundo
Seja no merecer
Ou na conquista
Entre dois ou entre o todo
Se não for amor o que eu sinto
Eu me desligo desse mundo
Sinto indignação, sinto ódio,
Sinto raiva, sinto rancor
Sinto na pele o racismo
De um sistema opressor
Se não for amor o que eu sinto
Eu me desligo desse mundo
Tenho amor, tenho carinho
Por me mesmo e pelo próximo
Tenho fé no pai do céu
Que o amor é o mais forte.

Inserida por PauloVinicio

Vacilão

No momento em que tu vives
Pra baixo você não deve ficar
Você tem um futuro imenso
E não deve desanimar
Ele vacilou contigo
Sem saber o que estava perdendo
Garota firme e inteligente
Amiga de muita gente
Sei que você é de confiança
E por isso faço essa poesia
Pra mostrar que a menina cresceu
E agora ela vive com alegria

Inserida por PauloVinicio

Ela fala do ex dela comigo, eu falo da minha ex com ela,
Ela diz que não está pronta, mas que eu fui a escolha certa.
Diz que eu sou maluco, mas que eu sou legal,
Que a primeira tem que ser especial.
E eu que acha que sabia tanto, me vi menino frente ao flanco,
Com medo, mas registando, confuso, mais confiando,
Perdido, mas te olhando, apreensivo, com as mãos suando,
Pra mim tú é louca, não te pedi mas tô gostando,
Minha vida tá uma zona e você vem arrumando.
E sério, eu já fui mais organizado, menos conturbado, menos desastrado,
Não sei o que viu em mim, você trata tão bem, me chama de teuzim,
Não me apresenta pros seus pais, eu inda não tô afim,
não se entrega assim, segura a onda e confia em mim,
Como assim? Nossos planos? Nossos filhos?
Quer que eles tenham meu sorriso?
Parece ser ridículo, mas não cheguei nesse capitulo.
Não me coloca medo, que eu mudo de livro.
Me deixa livre e eu vivo, me deixa vivo e leio o livro.
Aprenda a se portar, sexy sem vulgar,
Transe so olhar, sem ao menos encostar,
Me faça delirar, me faça desejar,
Tirar sua roupa pela casa e tirar os moveis do lugar.
Se isso que tú quer se é o que eu tô pensando,
Cancela os planos, vamos e corta essa de eu te amo.

Inserida por Scutasu

Se o chorão disse que ela vai voltar,
Se jesus já disse e pra confiar,
Pra que vou duvidar? Pra que vou questionar?
O medo toma conta, mas não vai me dominar,
Minha fé está firmada nada pode me abalar,
Eu ti vou confiar, eu ti vou esperar,
Nesse mundo caído não vou me contaminar,
O mundo quer me engolir, o mundo quer dragar,
Mais minha força vem do alto nada pode me parar.
Se o senhor é o meu pastor nada pode me faltar!
Firma os passos me dá forças pra continuar,
Quem espera sempre alcança e quem planta colherá.

Ah Jesus é rei, ah ele é senhor,
Ah Jesus é rei, nele eu confiarei !

Inserida por Scutasu

Deus escreveu e o destino bateu na porta,
Nossas linhas não se cruzariam se não fossem tortas.
E o futuro é aqui e agora,
Você sorri por fora, mas por dentro eu sei chora.
Guardou seus puros sentimentos
dentro de uma caixa e dançou por aí,
como se viver fosse fácil e o amanha não fosse existir.

Inserida por Scutasu

à flor da língua

uma palavra não é uma flor
uma flor é seu perfume e seu emblema
o signo convertido em coisa-imã
imanência em flor: inflorescência
uma flor é uma flor é uma flor
(de onde talvez decorra
o prestigio poético das flores
com seus latins latifoliados
na boca do botânico amador)
a palavra não: é só floriléfio
ficção pura, crime contra a natura
por exemplo, a palavra amor

Geraldo Carneiro
Balada do impostor
Inserida por pensador

romântica

o poeta se enfastia da lua
e a compara à amada
depois se enfastia da amada
e vice-versa

Inserida por pensador

neoplatônica

a boca é o lugar onde se engendra
o silêncio e se proferem sentenças
de morte e colhem blasfêmias
e serpenteiam sortilégios
e se enfunam as flores da fala
até forjar a ficção de outra boca
de onde se extrai a idéia do beijo

Inserida por pensador

nevermore

fizemos piqueniques em Pasárgada
tramamos romances rocambolescos
nas praias mais improváveis.
cifras grifos dragões dalém mar
cuspiam fogo em nossa eros-dicção
você era mais luz: eu era mais treva
fomos quase felizes para sempre
antes que você escolhesse o dia
a hora o grand-finale do espetáculo
(ou não escolhesse: a morte é sempre
um pas-de-deux com o deus do acaso)

Geraldo Carneiro
Balada do impostor
Inserida por pensador

bilacmania

livre espaço a ave aurora
as asas cantando climas céus
nuvens agora o sol o vôo
a vida o olhar (re)volta
tempo alegria de novo

Inserida por pensador

a prosa do observatório

o poeta esquadrinha a natureza
em busca de indícios: eclipses
o grafismo das garças no lago
estrelas cadentes e outros sinais
da língua de deus.
e deus, crupiê do acaso,
foi passar o verão noutra galáxia
deixou no céu uma guirlanda de enigmas
e mais meia dúzia de coincidências
pra orientar o frenesi dos tolos
e as especulações da astronomia

Geraldo Carneiro
Pandemônio, 1993
Inserida por pensador

canção do exílio

o poeta sem sua plumagem
é um deus exilado do cosmo
strip-teaser metafísico
só lhe resta sambar no inferninho
do caos
sob os neons do nada
sempre nu diante do espelho
sem espelho diante de si

Geraldo Carneiro
Folias metafísicas, 1998
Inserida por pensador

o espelho

do outro lado um estranho
faz simulações como se fosse
um demônio familiar
é sempre noite, um assassino sonha
com mulheres assassinadas em série
sob as palmeiras de Malibu
o mundo é só uma ficção plausível
a imagem que baila ao rés-da-lâmina
é um último e improvável vestígio
da existência de Deus
o resto são ecos de outras faces
gestos de espanto e despedida
a música dos relógios, a morte

Geraldo Carneiro
Folias metafísicas, 1995
Inserida por pensador

pequenas ocupações da poesia

a procura da palavra mágica
a contra-senha do apocalipse
o codinome do diabo os esconjuros
as juras aquém-além palavra
amor e outros monstros inomináveis
Iracema é anagrama de América
termo é anagrama de morte
dog, em inglês, é o contrário de deus

Geraldo Carneiro
Pandemônio, 1993
Inserida por pensador