Poema palavras

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Não se retém quase nada sem o auxílio das palavras, e as palavras quase nunca bastam para transmitir precisamente o que se sente.

Mais tarde eu saberia que certas experiências se partilham - até mesmo sem palavras – só com gente da mesma raça. O que não significa nem cor, nem formato de olho, nem tipo de cabelo, mas o indefinível parentesco da alma.

Sou uma mistura de caras e bocas, sorrisos e olhares, atitudes e palavras, estilos e comportamentos. Mas personalidade eu só tenho uma, diferente de muitas pessoas por aí!

O que faço é tentar pintar com palavras as minhas fantasias diante do assombro que é a vida.

Eu queria escrever um livro. Mas onde estão as palavras? esgotaram-se os significados.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Minhas palavras cuidadas incomodam. Se não explico, pareço louca. Se explico, sou louca.

Uma das missões da poesia é colocar palavras no lugar da dor. Não para que a dor termine, mas para que ela seja transfigurada pela beleza.

Seja o exemplo de tuas palavras e haverá um momento em que não precisarás dizer nada sobre coisa alguma. Tuas atitudes falarão por ti!

Atitudes valem mais do que duas mil palavras. E alguns olhares valem mais que quinhentas declarações de amor.

Só não esqueça que por trás do desespero das palavras existe a esperança de ver tudo mudar.

Nunca se pode dizer até onde esse caminho nos levará; cede-se primeiro em palavras e depois, pouco a pouco, em substância também.

Refugio-me nas rosas, nas palavras. Pobre consolação. Estou inflacionada. Não valho nada.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Maior parte das palavras que eu disse às pessoas eram as palavras que eu esperava ouvir de alguém...

Quem vive proferindo palavras negativas acaba atraindo coisas e fatos que ele teme.

Vale a pena despender dias juvenis e horas preciosas para se aprender algumas palavras de uma língua antiga, que se erguem da trivialidade das ruas para se transformarem em perpétuas sugestões e provocações.

Henry David Thoreau
A desobediência civil. Porto Alegre: L&PM, 1997.

Mostrar cólera e ódio nas palavras ou no semblante é inútil, perigoso, imprudente, ridículo e comum. Não devemos mostrar a nossa cólera ou o nosso ódio senão por meio de atos; e estes podem ser praticados tanto mais perfeitamente quanto mais perfeitamente tivermos evitado os primeiros. Os animais de sangue frio são os únicos que têm veneno.

Se não podemos mover a terra com as nossas palavras, podemos mover o céu com nossa oração.

São palavras queimadas, não existentes, palavras em minha mente, frases, textos, você sabe, uma imaginação fértil pode fazer muita coisa, menos tornar reais os sonhos.

Secaram as sementes no silêncio da rocha e mineral. As palavras que não chegamos a gritar, as lágrimas retidas, as pragas que se engolem, a frase que se encurta, o amor que matamos, tudo isso transformado em minério magnético, em turmalina, em ágata, o sangue congelado em cinábrio, sangue calcinado tornado galena, oxidado, aluminizado, sulfatado, calcinado, o brilho mineral de meteoros mortos e sóis exaustos numa floresta de árvores secas e desejos mortos.

Anaïs Nin
NIN, A., A Casa do Incesto, Assírio e Alvim, 1993

Sei, é o que eu poderia esperar
Ver você tão perto e mesmo assim longe
A se esquivar.
Se aproxima, belisca, sussurra coisas malucas
E quando eu olho, volta a se esquivar.
És um tiro no escuro, nunca sei o que esperar.
Suas duas faces o condena...
Uma me ama, a outra insiste em me odiar.