Poema Metade
Eu sou aquela que metade tem alma de cidade outra metade de interior. Que uma metade é Bach e outra metade é balada. Metade sal, metade doce. Metade alegria, outra metade amargura. Uma metade que escreve, outra metade que só observa. Porém, quando o assunto é amor, eu sou inteira!
Vejo muita coisa, não falo metade. Sentimento de que se eu começar a abrir a boca, cai a Babilônia pra muita gente.
Se você está se apaixonando não pare, faz bem se apaixonar, não é treta, você está aprendendo amar.
Conhecendo o interior das pessoas, seus passos, seus medos, desejos e sentimentos até encontrar sua cara metade.
Descobri que metade, não precisa ser oposta e que quando igual, fica até melhor. E nos tornamos nós, e seremos sempre nós.
É, com a nossa história meu bem, metade eu quero pôr no lixo, a outra metade eu quero esconder. Mas desde quando eu tenho as coisas eu quero? Nem você eu consegui fazer ficar aqui. Vai saber que fim vai dar meus sentimentos, ou minha memória, e mais aquelas coisas que eu ainda tenho aqui, mas que nem por isso são minhas, assim como você.
Se a sua cara-metade ainda é um sujeito oculto em suas orações, não perca as esperanças. Um dia o sujeito se torna simples, explícito, eterno...
Tenho a impressão que a gente quer se matar por se amar. Quer escapar de um amor que domina. Um orgulho que brilha e quer aparecer. A verdade é que eu e você já é quase uma coisa só. Sem tu na minha vida as coisas ficam pior... Me falta uma metade. Ferida, como irei para o combate? Preciso de você para lutar pela vida! Princesa imperfeita, me alfineta mas cuida de cuida de mim...
Ela faculdade, ele zoação. Ela livros, ele malhação. Ela simpática, ele sério. Ela prolonga, ele é prévio. Ela tem pressa, ele demora. Ela futuro, ele agora.. Ela: ‘desisto’, ele: ‘me perdoa’. Ela quer tudo, ele ta de boa. Ela espera, ele não vem. Ela ama, ele quer bem. Ela desiste, ele volta. Ela se entrega, ele ignora. Ela cansa, ele não ta nem aí. Ela parte pra outra, ele não aceita o fim. Ela acha quem quer, ele vê que sempre quis. Ela encontra a cara metade, ele não consegue ser feliz.
Sendo metade de uma concha, você é levado pelo mar ou fica preso, enterrado na areia, quando dois você até espera aquela pérola de enfeite, mas protege, abriga, fica mais firme.
Sou repleta de alegria ao ponto de me cansar. Dramática? Talvez. Intensa? Com certeza. Sorrio discretamente ou escandalizo ao gargalhar. Choro sem que me notem, grito pra dentro ou berro de dor. Se quiseres chegar até mim, não seja qualquer coisa, não me queiras pela metade e não seja metade, não esconda o seu falar. Seja corpo, seja alma, seja choro, seja grito, seja sangue, carne e osso, só não seja mais ou menos.
Você não faz ideia da sorte que tem de dividir a vida com sua cara-metade até ter que ficar sem ela.
Como pode alguém aspirar à plenitude, à integridade, e à presença plena, enquanto escolhe viver sua vida em fragmentos? Ser inteiro é uma escolha que desafia a conveniência de viver pela metade; é a coragem de enfrentar a totalidade da vida, com todas as suas luzes e sombras.
Chega um momento na vida em que é preciso decidir. Ser completo é uma escolha que demanda coragem e transcende a comodidade de viver em fragmentos. Viver por inteiro é muito melhor do que viver pela metade.
Não somos uma metade à procura de outra.
Somos um inteiro à procura de outro inteiro que aceite nossa pior metade.
Metades só servem quando são somadas à outras metades que constituem um todo. Merece desprezo qualquer pessoa que se satisfaz com uma metade.