Poema Menino
O ciclo
É a bola conduzida no pé do menino
É perceber que o rei não está na nossa barriga
Mas só na culpa de nossa fome
É o lembrete que somos juntos pólvora
Que o mundo não gira só no nosso umbigo
É a fé na fera
Na coragem de mãe defendendo a cria
No diâmetro do balaio cheio
Fazendo a feira
Pra festa e pra farra
Fragilidade
Na casca dura que cobre teu corpo
Tão frágil te vi hoje,
Como menino assustado
Que não tem para onde ir.
A dúvida pairou em você
E quem você é
Ficou perdido no seu ser.
" O menino e o trem"
O menino olha o trem e o vê como um bicho grande. As rodas do trem lembram a roda gigante.
O menino olha o trem admirado pelo seu tamanho.
- É um lagarto ou uma cobra?
Pergunta o menino achando estranho.
O menino olha o trem e se admira por tão longe que ele vai. Seus olhos acompanham o trem até a cachoeira Vai-Cai.
" Menino sapeca"
Dizem que sou sapeca
Gosto de brincar e aprontar
Mas não me acho sapeca
Sapeca é quem me chamar.
Sapeca é o sapo
Que pula o tempo todo no brejo
Molha a conta
Assusta os peixes
Canta o tempo todo
Brincando de tejo
Sapeca é a onça toda pintada
Com a cara mais lavada
Come tudo na floresta
Quando a noite vem
Vida com amor....
Simplesmente Sublime
Menino inocente...
O Tempo...
Levado ou trazido pelos ventos...
Simplesmente...
Mais que Sublime...
Destino coerente...
Faz a gente pirar....
E viajar novamente...
Um terno e eterno calor....
A poesia viaja em buscas de olhares...
Amar sem cessar...
Entregar.....
Sem medir...
Abraçar...
Pra sentir...
Eu...
Sou apenas um Poeta que Voa...
Me envolvo no meu repertório....
Sinto a alegria que radia....
Em minha face...
Está minha identidade...
Se sou louco ou não...
Então dirijo....
Até na contra mão...
Mas com meu carrão....
Acidentes não acontecem...
Da flor...
Quero só o mel....
O cheiro...
Vou distribuindo...
Mato meu desejo...
Mato minha sede...
De dia sou o Gavião...
Uso asas e as mãos...
Escrevo poema e canção...
A noite...
Não sou a coruja que é de rapina...
Mas durmo com minhas grafias...
Delas eu me alimento...
E adormeço com minhas fantasias...
Acordo digo...
Vem Felicidade...
Vem que estou a te aceitar...
Ando pela casa...
Abro as janelas...
Olho pro céu...
E clamo...
Oh Deus universal....
Apareça....
Estou aqui...
Pra te louvar e agradecer...
Nas madrugada eu acordo
E ajoelho pra orar....
Loucura deliciosa...
Chamo quem eu quiser...
Aproveito e puxo uma prosa....
Prosear pra pra língua não coagular...
Desejo saciado...
Poeta desvairado...
Poema feito....
Aqui...
Com flanela e dou mais um brilho...
Não uso Bombril....
Porque riscar....
Não é meu perfil.....
Autor:José Ricardo
Apenas um Menino
(Paulo Sales)
Vagando pelas ruas anda um menino.
De pé no chão, sem residência ou moradia,
Incapaz, impúbere,
Sonhos primitivos, distantes ou distraídos,
Hipnotizante, latente e penetrante.
Invisível para muita gente.
Desprezado e sem amor,
Compaixão ou fraternidade.
Com fome, frio e sede.
Pede pão, a quem só sabe dizer não.
Não ao social, não a cultura, não ao irmão.
Para saciar a sofreguidão,
A cola vem como ilusão,
O furto para suprir a penúria, à alimentação.
No enredo diário,
Cenário comum,
Sofrimento, que não chama atenção.
Morre, assim, o menino, nasce o ladrão.
A sociedade acorda,
Num simples olhar,
Que mancha a terra,
Retrata o choro,
Por ter se feito calar.
Desde tormento,
Concedido de bandeja pela corte,
Ao despertar, desconfiado,
De um estampido,
Ouve-se um tiro,
Morre o menino,
E o futuro da nação.
Menino Poeta
Eu.....!
Ainda criança.....
Era aquele menino...
Totalmente sem noção.....
Única distração.....
Era brincar com que tinha na mão.....
Enxada.....
Foice.....
Machado....
Turo era diversão.....
Com lápis....
E papel na mão....
Escrevia e fazia borrão.....
Escrevendo sem parar....
Tudo que tinha no coração....
Na época....
Tudo era ilusão.....
Só vivia a rabiscar.....
Os sonhos.....
Não me via como Poeta.....
Tudo era recreio....
Minha alma infantil.....
Era azul da cor de anil....
Era o verso....
Que não se definia....
Com o coração sempre em forma....
Foi lápidando com o tempo....
Em meus devaneios....
Foi amadurecendo pelo vento....
Na miragem....
A cachoeira derramava...
E refletia no espelho da alma....
E os sentimentos transbordava.....
Na minha loucura....
Nem sabia de nada....
E escrevendo sem parar meus pensamentos.....
Cresci.....
Vivi....
E hoje....
Estou aqui....
A ferramentas do passado enferrujaram....
E o borrão que era rabiscos.....
Transformou em poesia....
E aspirando sempre o cheiro das flores....
Hoje respiro amor.....
E com ele.....
Uso o amor e todas as suas essências....
E com inteligência....
Vou escrevendo com mais sabedoria....
Autor :José Ricardo
Sou menina
Mas poderia ser menino
Ou ser um ser misto
Carrego comigo
A doce essência
Feminina
Não quer dizer fragilidade
Mas poderia ser menino
Com pipas a correr pelos campos
Uma pelada na rua
Andar somente de cuequinha
Sem medo do pré conceito
Mas sou menina
Sempre de vestido
Restringindo
Meus movimentos
Correr, subir árvores
Não pode
Que sociedade
Mais descabida
Determinando regras
Azul ou rosa
Gosto da cor preta!!!!
Para meninos e meninas
Quando na verdade
Deveria ser livre as escolhas
Num jogo
O gostoso é a equipe
O jogo só tem graça assim.....
Sem camisa ou com camisa
Sozinha
Somente para os livros, e
Nesse caso não estamos só
Temos a magia
Mas poderia ser menino
Poderia ser menina
Poderia ser misto
O que sangrou o menino eu fiz da divida o ensino inverso
Pra me curar eu vim sarar as feridas de perto .
E aquele menino do sorriso encantador se tornou tudo na minha vida ;
Sol das minhas manhãs ;
E simplesmente eu não saberia dizer , o que seria da minha vida sem você?
►Contemplação à Madrugada
Me sinto perdido
Sozinho neste mundo obscuro
Me sinto como um menino
Com medo do céu noturno.
.
As ruas barulhentas
O ar pesado que acoberta a cidade
As pessoas moribundas junto as suas algemas
Em fileiras encadeadas em várias partes.
.
Em noites turbulentas,
Pela janela enferrujada
Bem longe, estrelas espalham-se em beleza
Vê-las me preenche, como rosas perfumadas.
.
O aroma da morte em repouso sobre meus ombros entristece
O peso não desaparece na neblina
Passo, como um carvalho, a enraizar preces
Refletindo o que fiz de errado em minha vida.
.
Fiz versos como meu íntimo tanto pede
Pernas padecem pelas ladeiras que desci
Neste caderno confesso meus piores remédios
Doutor, espero melhora, mas, irei embora a sorrir.
Ninguém liga para o menino da bolha
Nem para bolha onde vive o menino
Quem criou a bolha ?
Quem criou o menino ?
Também não há importância nas horas da noite
Nem no pouco da noite que entra na bolha do menino
Acreditam que por ele estar na bolha
Nem é noite, nem é menino
Ninguém liga para o menino da bolha
Nem para bolha onde vive o menino
Ninguém para conversar com o menino
Dizem que a culpa é da bolha mas o.pecado é do menino
Quem nasceu dentro da bolha não sabe o que é ser menino
Muitas vezes não é bolha
Em outras nem é menino
Ninguém liga para o menino da bolha
Nem para bolha onde vive o menino
O menino da bolha se desculpa só por agir como menino
Ele tem medo de ser abandonado dentro da bolha e também por ser menino
Ele nasceu na bolha e ele virou menino
Ninguém liga para o menino da bolha
Nem para bolha onde vive o menino
todos se aproximam do menino mas não entendem a bolha
Dizem que o menino não ama e ferem quem ama o menino
Todos tem a sua bolha e todos tem seu próprio menino
Todos precisamos das bolhas
Poucos amam o menino
Penso que sou um menino na bolha
Como a bolha pensa ser menino
Quero ficar em silêncio
Esperando o mundo ser mais menino
E um dia não ser o único a entender a bolha do menino
MEU MENINO JESUS NÃO CHORES
Meu querido menino Jesus não chores
Eu sei que te fazemos tanto mal
Tu que sofres por todos nós todos os dias
E nós não merecemos tantas vezes o teu amor meu menino
Somos egoístas, maldosos, invejosos, impiedosos
Imperfeitos no coração, na alma e mesmo assim nos amas
Meu querido Menino Jesus, perdoa todas as vezes que te fiz chorar
Por todo o mal que te tenha causado por iniquidade ou ignorância
Sou um ser de tantas imperfeições que tento corrigir
Mas é difícil amar quem nos faz mal ao coração
Perdoa meu Menino Jesus, não chores mais que me partes o coração
Eu não te quero fazer mais sofrer meu Menino Jesus
O meu desejo é amar-te muito, com o meu coração e a minha alma
Quero pedir-te com amor que deixes de chorar meu menino
Meu amigo, meu protetor, meu salvador, meu doce Menino Jesus.
A avó e o Menino
A avó não tinha presente e tão pouco lhe vinha o futuro.
Vivia de si, num tempo em que os dias, só lhe prometiam o passado.
Pela manhã cantarolava cantigas de roda.
A tarde pedia chá e se ria sobre coisas desacontecidas.
Quando a noite lhe vinha, adormecia falando com invisíveis olhares.
Não tinha a estética da memória.
Seus ouvidos acordavam lembranças do sentir.
Suas mãos continham a fermentação das horas.
Seus braços acolhiam porções de vida refluídas.
E de si apenas se ouvia o balbuciar das palavras.
Assim, vivia sob o cuidado das crianças,
Que em certas ocasiões lhe contavam estórias.
Como aquela de uma sábia anciã,
Que para não morar com o tempo findo,
Decidiu torna-se novamente alguém para ser inventada.
Foi assim que numa fração, antes de partir, disse ao menino:
- Descobri que és tão grande, que não pude de ti, ausentar-me.
Menino estudante
Ó belo menino,
Menino travesso,
Que sorri que chora,
Que olha atento,
Ou finge olhar,
Que corre contente
A saltitar.
Menino maroto,
Que aprende aos poucos,
Faz cara de louco
Para enganar,
Engana somente
A quem quer enganar,
Estuda somente,
O que quer estudar.
Sonho
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Um sonho de menino;
Um sonho de criança;
A lembrança de uma infância,
Que o tempo e a distância levaram,
Me deixando com esperanças.
De carona com a saudade,
Lá vou eu fazendo arte,
Arte de voar e sonhar
Arte de fazer acontecer
Arte de inspirar e escrever.
Em minha inocência de criança,
Imito pássaros e borboletas,
Imito albatrozes e helicópteros,
E vou filmando a mãe natureza.
Com minhas asas velozes,
Chego onde eu quiser,
Vôo alto, vôo baixo,
Vôo até onde Deus quizer.
As vezes não sei de nada,
Ao mesmo tempo tudo eu sei,
O céu é meu limite.
E é nele que realizo tudo que sonhei
Na carona dessas asas,
Dou sentido brilhantes a ilusão,
Faço manobras no céu estrelado,
Dou de cara com o luar prateado,
Nas galáxias e constelações.
Nessa carona,
Ouvi dizer que voar é imaginar,
Que sonhar é viver.
Então acordo para ver
Se dormindo estou, pois nisso não quero crer.
Em minhas asas,
Chego ali e chego lá,
Volto cá e torno a sonhar.
Pois sonhando eu vôo alto
E deste sonho não quero acordar.
Recolho minhas asas
Dou uma pausa para o lanchinho,
Deito na rede e me embalo com os passarinhos,
De repente lá estou eu,
Decolando novamente.
Nessa carona,
Sigo sem destino..
Como criança sonhadora,
Nessa carona fiz minha parte.
Com dom de Poeta que temos
Sem pedirmos licenças,
Nesse dueto versejamos,
Junto escrevemos
Junto,
Voamos....
Autor:Ricardo Melo
O Poeta que Voa
Queria ser menino
Queria me ralar, gritar e chorar,
Queria poder ser menino e aprender a sonhar
Queria poder ser menino e aprender desde o começo a amar
Queria ser menino e finalmente poder voar
Em seus braços Gaia me pegou e em seu colo voltei a ser menino. No balançar da água me senti protegido como criança perdida após pular nos braços da Mãe. Protegido e amado você me ensina como ser bom e livre.
Obrigado, te deverei eternamente.
O MENINO
O menino sentado no sofá
Estica a sua camisa
Sobre suas pernas curvadas
É noite
E está frio.
-
Jamil Cioffi Siqueira
29 de setembro de 2013.