Poema Menino
Ainda muito menina, na infância pobre de interior,
quando a comemoração do nascimento do menino Jesus
se aproximava... uma alegria incontida tomava conta de mim.
Tornava-me a criança mais obediente da face da terra,
corria pelo campo à procura de uma pequena árvore ressequida
que pudesse servir de árvore de Natal. Uma vez encontrada,
dava "tratos à bola" para conseguir fixá-la em um orifício de
tijolo, devidamente coberto por um velho papel de presente. Depois ia atrás de pinhas caídas dos cedros,
muito comuns nas imediações, e de tudo o mais que pudesse ser pendurado em minha linda árvore de Natal...Era uma festa olhar
a minha produção e contar os minutos até que o grande dia chegasse... Mesmo que não houvesse belos presentes, o perfume
das bolachas perfumadas de cravo e canela, que mamãe todos os anos fazia; o cheiro da galinha recheada ; a prece
antes da refeição (mesmo com olhares tristes que eu
não entendia)... Tudo era mágico e especial...
Talvez aí esteja a explicação por eu, até hoje, amar
tanto o Natal e tudo que se relacione com ele...
Nada pode me alegrar mais que tirar, árvore, presépio, guirlandas, lâmpadas, enfeites.... dos armários... e talvez, comprar uma
"novidadezinha" de Natal...Essa não é uma história de menina
triste mas, a história de alguém que via (e vê) beleza e alegria
nas coisas mais singelas que a inocência pode inspirar.
Cika Parolin 05 de novembro de 2016
Cada olhar esconde um segredo.
Ao contrário do sorriso mostra a sua alma.
Olhar de menino perdido busca uma direção.
Se apenas um conselho pudesse-te dar.
Te diria que:
A vida é cheia de riscos e incertezas,
Mas vale a pena ser vivida em total plenitude.
Não se negue a sentir.
Liberte-se!
Deixe-me ser o seu refúgio,
O sol que aquecerá seu coração.
Deixe-me abraçar a sua alma,
Cuidar dos seus medos e receios.
Não fuja do que sentes.
Deixa eu te amar.
O baú do arco-íris
Olá meu doce menino
Onde você estava enquanto eu lutava
para encher o baú do arco-íris?
Você estava no paraíso das alucinações
viajando na ponta do arco-íris
Meu doce menino
Onde você estava enquanto eu lutava
para termos um pouco do verão, céu azul
e noites estreladas?
Você só estava a espera do resultado do meu sacrifício
Meu doce menino
Assim não se pode ter o céu azul,
nem noites estreladas
nem verão
nem nada
Meu doce menino,
hoje o céu não tem arco-íris
e eu tenho o verão que quero
onde quero
conforme o meu sacrifício.
Ele tem um lado menino,que desperta aquela menina cheia de sonhos na qual eu nunca deveria esquecer.
Aquela mesma que foi atropelada por pegar uma bola...
Aquela que matei depois de tanto adulto conhecer"
""""""
Sou brasileiro
Sou soteropolitano,
Sou menino, sou baiano,
Nascido em Salvador.
Pé de coqueiros...
Gosto de caldo de cana,
Gosto de uma feijoada,
Gosto de acarajé.
Se vou na praia,
Gosto de armar barraca
Na cadeira se relaxa,
Baiano trabalhador.
Não fiques tristes
Se aqui cheguei primeiro,
Não sou do Rio de Janeiro.
Sou baiano, meu amor.
Elvando Santoscerqueira
Sem nunca pedir permissão
Cresce a barba de qualquer menino
Uns anseiam, outros não
Tantas coisas mais acompanharão o menino
Autonomia, respeito, liberdade e também pressão
Coisas que um dia tanto quis o menino
A hombridade lhe será cobrada sem perdão
Aqueles que não aguentam, desejam voltar a ser menino
Sem poder realizar de forma alguma tal regressão
O mundo está cheio de homens com mente de menino.
Minha vida.
Só agradeço ao destino
por eu ter sido escolhido
a vida aqui de menino
outra melhor eu duvido
precisa nem ser granfino
saber que sou nordestino
foi um prazer ter nascido.
O meu coração é um menino inocente e traquino
Correndo sem destino e
sem pressa nas mãos do vento !
Não entende e nem quer entender a linguagem
débia da maldade desumana !
Apenas Viver !
O QUE FIZESTE, DORIAN GREY?
O que fizeste com teu caráter, belo Dorian?
Aquele menino doce que aportou na cidade...
...dos pecados mais ínfimos da história
Acaso terá roubado tu'alma, a vaidade?
Eras tão puro em teu lúcido ser, menino...
Quando a lascívia e a luxuria não o seduzia.
Veja o que és hoje em teu louco desatino.
Preservas a beleza morta. Perde a alegria!
E do teu espírito Dorian Grey? E no além...?
Vendeste a alma ao diabo e ao prazer carnal
És eterno, querido. Agora, pois, o que tens?
Tens um quadro à mofar num sótão qualquer!
Tua tez traz o belo e o frescor que tanto almejaste
Mas tua alma é podre, Dorian Grey... És o que é!
A felicidade é um menino
traquino jogando bola .
Florindo nos olhos
a eternidade do seu instante
sem pressa
sem preocupação
sem julgamento
sem querer saber se existe mesmo destino .
Menino De Rua
Cai a fruta
No pé do moleque
Ele todo assustado
Já corre pra gruta
E lá faz seu ninho
Com medo que seu vizinho
Seja algum recruta
E te obriga depois
Á cobrir o cheque
Ganha a rua
O menino sem dono
Vivendo de migalhas
Muitas vezes crua
Em total e cruel abandono
Morando em barracos
Cobertos de palhas
Hoje menino bom
Amanhã é marginal
Porque camuflaram o seu dom
E não trataram ele por igual
A sociedade escondeu
As oportunidades
E só mostraram á ele
O caos nos becos
Das grandes cidades
O menino já nasce assustado
Com medo do seu futuro
Ser o mesmo daquele
Que por aqui tem passado
Tão cheio de rupturas
Que por vezes tem marcado
A vida e o destino
De muitas criaturas.
LOROTA
Voote menino, o que, que é isso,
p'ra onde tu vai assim abestado!
Com esse aperriamento todo...
Oxente destraido, não me escutou!
... Cabra da peste, venha cá?!
_ Não posso, não senhô...
To agoniado, indo pra roça
arrancar um pé de macaxeira
para fazer, tapioca e pé de moleque
e outras resenhas.
_ Deixe de lorota, indiota
Infeliz da costela oca...
E para de zunir pedra na água
deixe de aperreio e me traga
A cuia cheia de fava.
Vá num pé, e volte n'outro
você é um abiúdo novo
deixe de abusar, vá as carreira
passe acolá, n'aquele pé de bananeira
e traga também, minha algibeira.
_ Ôxe painho, assim...
alvoroçado mais que o vento
Nem com São Bento, não agüento
hoje, eu não estou arretado
não posso voar nesse estado.
_ Eu já estou com a molesta
deixe d'essa fuleragem toda
calce as alpercata e arroche logo...
Seu bregueço, cheio de miguê
avia! Abusado presepeiro.
Antonio Montes
A felicidade é um menino
traquino jogando bola .
Florindo nos olhos
a eternidade do seu instante
sem pressa
sem preocupação
sem julgamento
sem querer saber se existe mesmo destino .
MENINO TRAQUINO
Quando pequeno
a mãe sempre com grilos,
sobre seu esguio menino...
Filho, filho, filho
filho meu,
meu filho!
Não faça isso,
não faça aquilo,
não faça aquilo...
Nem isso.
Isso é ridículo!
Aquilo dá enguiço,
filho não faça aquilo...
Filho não faça isso!
E o pequeno franzino...
Cheio de mimos esguio
em tino pelo seu caminho
torna-se, menino traquino.
Antonio Montes
Meu menino...
Então, que surpresa é essa?
Nosso encontro estava combinado
Era questão de tempo ou chamado
Estar aqui tem nome: milagre alcançado
Não pense que me foi fácil vir a ti
Me entreguei valente, seguro e certo
A tudo o que cabia convencer
De que sou digno de te merecer
Meu plano não é incomodar
Nem te envolver em nada insano
Quero mesmo é bem te querer
Atar nós... te tirar pra dançar
Que importa então o que possam dizer
Assumo toda culpa, se culpa houver
Isso não me alcança nem faz ferir
Só não vale desistir... ou deixar de sorrir
O menino e o Livro
Existia um menino na cidade
Tão sozinho pois não tinha onde morar
Era triste pois queria uma identidade
Atenção e um lugar para brincar.
mesmo assim levava a vida pela frente
As vezes sorridente,
Pois sua vida era assim
A tristeza, companhia bem fluente
Na caminhada insistente
Que parecia não ter fim.
Mas um dia ele andando pela rua
Pes descalço e sem blusa
Viu de um bolso algo cair
Foi com medo, foi correndo sem postura
Tropeçando como nunca
Para o moço nao sumir.
Sem sucesso e cansado de correr
Lágrimas pôs a descer
Pois não conseguiu ajudar
Logo em seguida
Ele olhou para o chão
Era um livro, pegou nas mãos
Abraçou e foi descansar.
Ao sentar em um canto
Aquele pequeno menino
Adormeceu bem ali.
Sonhava com flores e com campos
Bem macios como mantos
Mas a chuva o acordou ao cair.
Preocupado com o livro
Tentando o proteger
Correu desesperado
Para o livro não perder.
Ja Era noite e estava frio
A luz da rua o iluminava
Sentado no canto e encolhido
Abraçado naquele livro
Em silêncio ele Chorava.
Soluçando
pedia a Deus em oração:
-Pai me dê uma direção
Pois não quero mais chorar.
Sei que tenho falhas, também erros
Mas isso já não é mais segredos
Por favor, venha me perdoar.
Se possível afasta todo mal
e se hoje for o meu final
Deixa-me contigo morar.
Derrepente
Na sua frente, acendeu uma luz
Um farol de um carro o iluminou
Desse carro desceu um homem de capuz
E em sua direção ele caminhou.
Dentre a chuva o moço abaixou
O seu nome perguntou
Mas o menino com medo se calou.
Com olhos fechados ele ouviu:
Não tenha medo
Esse livro é meu
Não tem porque se preocupar
É uma Bíblia, e eu procurava sem parar.
E senti no meu coração
que comigo
Você irá morar.
Ele sorriu.
Pois em sua vida
Uma Nova história
Irá recomeçar.
(RD)
" Eu sei da sua alma
menino levado, eterna criança
vou olhar para o céu e ver a sua estrela
aquela que você tentou
sonhar...