Poema Sobre Escuridão
ESCURIDÃO
O mundo anda escuro demais, mas isso é uma questão cíclica como a das estações do ano; o pior não será a escuridão, mas sim andar sem ideia do caminho nem saber aonde ele leva. Temos o exemplo da escuridão da noite e verificamos que também ela tem sentido, mas para podermos andar nela temos de adaptar as pupilas ao escuro. O mais importante é saber como caminhar e para onde. Por vezes, andar às apalpadelas pode ajudar a afinar o sentido de orientação.
É noite, fria escuridão em meu peito
À frente livros em pilha nada dizem
Em suas páginas palavras não há, são como telas
Telas brancas aonde desenho o sorriso quente de seus olhos
Perdendo-me dolorosamente na contemplação
As horas voam madrugada adentro e continuo amortecido
Ouço no fundo, débil, a voz da consciência
Ela protesta, impõe; mas, diante da minha impassibilidade, capitula
O sol desponta e nem assim sinto aquecer-me
Diria a obrigação: - outra madrugada perdida
Diz meu coração: - feliz estou, pois, ainda que em pensamento, de novo a tive do meu lado
O telefone, mudo, insiste em não tocar
Por mais que o mire, por mais que deseje, nega-me o direito de poder lhe falar
Tua lembrança, como uma febre, me acompanha em tudo que faço
A cada minuto, junto à batida do coração, sinto sua presença
Uma dor sólida trespassa todo meu ser
Sinto-a correndo nas veias, como se de mim fosse parte
As vezes chego a invocá-la, como um mantra
Receoso de que, sem ela, o sangue congele e a vida pare
Saudades, suspiro, são tantas que não consigo quantificar
Saudades de você, inteira e completa
De onde vem essa necessidade premente? Este reflexo meu que em ti vejo?
Não sei, não posso e não quero explicar
Só preciso sentir, isto me basta.
Vejo, com os olhos d’alma, a escuridão da noite
Noite que me fascina e prende
Na negritude de seu seio encontro um baluarte seguro
Nunca houve dificuldade ou problema sem solução que resistisse ao seu acalanto
Quieto, em paz, escuto sua melodia quente
Tal qual o canto da Iara nos rios da infância
Inebriado no encanto nanquim, sinto revigorar o ânimo
E o peito exangue volta a pulsar com valentia
Não há palavras que sejam belas o bastante para exprimi-la
Nem gestos nobres o bastante para reverenciá-la
Por isso, frustado, deixo meu coração à sua margem
Na esperança de que ela o acolha e o reconheça
Como era no início, como sempre deveria ser.
Desenho dos Medos
Medo de uma tensa escuridão
De uma imensa multidão
De uma nova paixão
De um incrivel sonho que possa se realizar
Medo de mergulhar muito fundo e não voltar
De ocultar o seu medo e do nada aparecer
De tentar mudar e não dar certo
De estudar para uma prova e nota baixa tirar
Nenhum medo será um bicho de sete cabeças
E preciso pensar, não se deixar dominar
É você que tem que dominar
Desenhar seus medos talvez os faça parar.
"Diga quem eu sou, não quem eu não sou!" Não devemos odiar a escuridão, mas sim ser a luz que guia aqueles que estão perdidos nas sombras, ajudando-os a encontrar o caminho de volta para si mesmos. Quando nos concentramos em quem somos e nas nossas verdadeiras qualidades, podemos brilhar como refletir que iluminam o caminho daqueles que ainda estão buscando sua própria luz interior. Em vez de lutar contra a escuridão, devemos nos concentrar em ser a melhor versão de nós mesmos, irradiando amor, compaixão e sabedoria em nossas ações e palavras. Então, em vez de nos perdermos na escuridão, podemos ajudar os outros a encontrar seu caminho de volta à luz.
Simião Gomes.
"Viver no mundo
em que vivemos é
complicado. Mas não
desanime. Sempre após a
escuridão vem a luz."
Livro: Pare, Reflita & Inspire-se...
Círculo
Quando pesa a escuridão n'alma
um rampante de centelha divina surge
quase que completamente apagada,
a esperança de continuidade fulge. Percebo que continua aflita, dos instintos ainda não abdicastes, suas mãos a miúde me tocam, trêmulas, um desvio de conduta, já sabes que não é mar e sim vale em uníssono o desejo crepita, o vício eclode, tudo desde a semente, do abismo, está lá, contínuas sofrendo na memória, lembre-se que agora são só estórias, agora sente, ama, chora, se envergonha, erubesce-se, estremece, o torvelinho que vai e te move, você esquece, mas sabe que no fim, tudo isso sempre volta.
O ar oprime e faz medo, e o frio, e a escuridão;
mal se sente bater o próprio coração…
E assim nenhum consolo encontram os amigos,
e tímidos, então, rodeiam meu jazigo
e sentem, de meu sopro, o ar da morte passar.
– Ó vós, tudo o que tendes, a fala, o olhar,
e que trazeis a mim, o sepulcro devora,
insaciável sugar de meu túmulo agora.
Porém, ante o sepulcro, eis o Cristo postado!
Olhai! De quanta luz Ele está rodeado!
Reparai no calor que se irradia dele,
subi do vosso Nada ao Tudo que está nele,
estendei vossas mãos em sua direção,
cruzai-as junto ao peito e: “Eu sou!”, dizei então.
E o calor e a luz, fluindo em mim, florescem,
e o último inimigo – a morte – se esvanece.
O amor é luz na escuridão
Bálsamo que cura a dor e a solidão
Alquimia divina que transforma o coração
Elevando-nos ao alto, em busca de redenção
O amor, sublime das canções
É a matéria-prima dos trovadores
Chama que arde em nossos corações
Nos faz acreditar em impossíveis amores.
Assim, é nas rimas de um soneto singelo
Que manifesto minha gratidão ao amor
Por tê-lo em minha vida como um elo
Unindo sentimentos em sintonia e fervor
Que seja sempre presente noite e dia
O amor, fonte de paz e harmonia
Perdido em meio à escuridão.
Sem encontrar a luz da redenção.
Tentei encontrar amor e amizade.
Mas a solidão me acompanha, sem piedade
O mundo está caótico, sem sentido.
E eu, cansado de seguir fingindo.
Os sonhos já não me trazem alegria.
E eu, sozinho, partirei nesse novo dia.
"Ó vítima da escuridão,
Abra seus olhos agora e corra com todas as forças,
Procure a luz no fim do túnel,
Suba na vassoura,
Desafie a si mesmo,
Ou vai ficar aí parado, preso na masmorra?
Acorde agora,
Seja corajoso ou morra."
Resiliência
É saber ser luz na escuridão,
É saber que tem que se levantar
Mesmo depois, por um tropeço
Ter caído no chão.
É suportar os desafios,
Com um sorriso no rosto
É acreditar que tudo passa,
Mesmo, o tempo fazendo você pensar o oposto.
É superar os obstáculos,
Com a tranquila consciência
Que tudo tem um propósito,
Acredite na sua essência.
É ter a certeza,
Que somos maiores que nossos medos
E ter a autoconfiança,
Que somos capazes de tudo se tivermos coragem, fé e esperança!!!
A vida é uma dança eterna entre a luz e a escuridão, mas é somente na escuridão que encontramos a verdadeira sabedori. O medo é a essência da vida, e é através dele que experimentamos a força e a fragilidade de nossa condição humana. Não há beleza sem tragédia, e não há virtude sem sofrimento.
A verdadeira liberdade reside em libertar-se dos valores estabelecidos pela sociedade e buscar o conhecimento através da contradição e da negação. É preciso olhar para além da ilusão da moral e dos valores convencionais para encontrar a verdadeira natureza da realidade.
O amor é a mais elevada das paixões, mas também é a mais perigosa. É através do amor que descobrimos nossa força, mas também nossa fraqueza. É necessário amar para alcançar a verdadeira plenitude.
A vida é uma jornada, e é preciso ter coragem de enfrentar os desafios e as adversidades que surgem ao longo do caminho. É necessário ter a coragem de perseguir os sonhos e de lutar pelos valores que se acredita. A vida é curta, e é preciso aproveitá-la ao máximo, sem medo de experimentar, de errar e de aprender.
Em resumo, a vida é uma dança eterna entre a luz e a escuridão, e é preciso ter coragem de dançar na escuridão para encontrar a verdadeira sabedoria e a verdadeira liberdade.
Até a sombra desaparecer na escuridão,
essa é a receita, a solução,
confie apenas no seu coração,
e nunca acredite em fofoqueiros ou zombeteiros de plantão.
Carta aos Anjos
Não vejo mais o trem partir
Preso na vida da escuridão
Não quero mais sorrir
Só encontro solidão
Mas mesmo na escuridão
Tentava encontrar o caminho
Lutando pela minha salvação
Enfrentando o frio sozinho
A tristeza que me faz ir
É o mesmo medo me faz cair
Quero um lugar sem dor
Onde a vida já não tem valor
Minha mente, aflita
Com vida que me atormenta
Não suporto mais esse grito
Um corpo que não aguenta
A solidão me sufoca
E o desespero é meu guia
Leve-me até a corda
E a morte me arrepia
Com lágrimas nos olhos
E o coração em despedida
Dou adeus aos meus anjos
E me entrego à partida.
Sinto o peso da solidão
Que cerca como um abraço
É a dor do meu coração
Que me leva a este cansaço
A angústia em minha mente
Me faz perder nosso laço
O sofrimento é meu presente
Eu não suporto meu fracasso
A solidão me sufoca
E o desespero é meu guia
Não vejo mais a vida
E a morte me arrepia
Não há mais razão de ser
Nessa vida sem sentido
Apenas o desejo de morrer
Me traz um pouco de alívio
Com lágrimas nos olhos
E o coração em despedida
Dou adeus aos meus anjos
E me entrego à partida.
A diferença maior, entre a clareza da noite e a
escuridão do dia, está no peso que cada um dá a si
mesmo, a cada instante.
"Se entre a luz e a escuridão
Já temos o axioma
Que nos dá acesso à verdade
Sem obstinação!
Conquanto, esqueçamos o pranto
Remanejando com encanto
O acalanto do brasão do amor!"
Rogério Pacheco
Poema: Intensa intensão
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Nas transgressões das almas...
Somos ceifados de nossos sonhos...
Somos acorrentados na escuridão sem fim...
Abraçamos a morte com o amor da eternidade...
Somos filhos do pecado de estarmos juntos para sempre nesta vastidão de calamidades terrenas...
Nos sonhos nos nos encontramos até que amanheça...
E tudo que temos é apenas a noite que deixamos pra trás...
Somos envolvidos nos encantos da cantiga...
Sob sol o escândalo de sermos apenas mais uma figura no distante deserto árido...
Somos parte do passado..
Somos a narração de insano que busca na loucura o consolo de estar num mundo vazio...
Pois o vazio é um buraco enorme para os quais ainda sonhamos conhecer a verdade...
Pois que somos cultivados para cultivar a vida e nessas situações somos apenas sonhos num momento que a vida se tornou comum viver nas sombras....
Atos de tais as relíquias dos outros seriam apenas meros preceitos...
Vulgares sentimentos que reluzem sobre esse mundo de vaidades.
Oriundos de suas mentes.
Peças de um museu,
Florence sob idade daqueles nobres que se ausentam da realidade.
Mas são mesmo paradoxo...
Na Variante de tantas obsessões.
Somos apenas uma fagulha diante a vasta poeira que cobre nossos sonhos.
No silêncio da noite, ecoa a solidão, Um coração partido, perdido na escuridão. Memórias desbotadas, como sombras no chão, Cada suspiro um lamento, uma canção.
Desilusões tecidas em fios de dor, Como folhas secas ao vento, sem calor. O eco dos passos que já não voltam mais, Ecos de promessas que se desfazem, tais quais.
No eco do vazio, a alma vagueia, Em um labirinto de tristeza, sem ideia. Lágrimas salgadas, o rio da saudade, A cada batida do coração, a eterna verdade.
A esperança se esvai, como água entre os dedos, E o mundo parece desabar, sem segredos. Um poema triste, onde a melancolia se entrelaça, Na teia da existência, uma triste graça.
Assim é a vida, uma canção em menor
Dança Lua
"Há pétalas sobre a varanda,
A Lua invade a escuridão,
Como bergamota, permeia o espaço,
Incensa e entrega emoção."