Poema Sobre Escuridão
Oh poeta sofrido,
ergue-se deste abismo profundo,
Escapa desse amor que te aprisiona, queima e sufoca,
Pois a maior maldição reside na paixão inscrita.
Oh poeta sofrido,
descansa em um colo acolhedor,
pois a escuridão já se dissipou com o meu abrigo.
Oh poeta sofrido,
não te deixes definir pelo sofrimento,
Emancipa-te do vínculo que te aprisiona e consome,
Que a liberdade seja tua maior conquista
permita-se encontrar paz no silêncio,
Nos braços do desapego, encontre o consolo.
Ele é um notívago, um ser das sombras que desperta quando a lua toma o céu. Enquanto o mundo dorme, ele vive intensamente, encontrando vida e energia nas horas mais escuras da noite. Como um vampiro, ele se alimenta dos corpos alheios, absorvendo cada momento com uma paixão única e feroz.
Nas sombras, ele encontra seu verdadeiro eu, vivendo e respirando a liberdade que a noite oferece. Cada batida de seu coração noturno é um pulsar de vida que desafia o silêncio da madrugada. Ele não teme a escuridão, mas a abraça, fazendo dela sua confidente e cúmplice.
Porque ser notívago não é apenas um hábito, é um estilo de vida, uma celebração do mistério e da intensidade que só a noite pode proporcionar. Se você também sente que pertence ao reino das estrelas e da escuridão, saiba que não está sozinho... Você é a vida enquanto os outros sonham.
Eclipse Social
Na estrutura atual,
o privilégio de ver o eclipse,
está sob uma pequena classe.
A classe que herda o local de onde se ver.
A classe que vê quase tudo.
A classe que vê um pouco.
A classe que escolhe, se quer ver.
Outra classe, vê migalhas.
Outra classe, ainda vê nuvens.
Outra classe, vê imagens.
Outra classe, vê a sombra.
Outra classe, se cega.
Outra classe, sobrevive a noite.
Outra classe, nem o sol terá o direito de ver.
São tantos os que nos fazem sentir como ruins,
que, quando alguém, mesmo por um breve instante,
nos convence do contrário,
esse gesto se torna maior que qualquer elogio:
um alívio que aquece,
uma luz que rompe a escuridão interna,
lembrando-nos que somos mais
do que as sombras que acreditamos carregar.
Poema do Terror
Na sociedade colapsada, ressoa o eco,
Do simbolismo social, barulhento e seco.
Militância nojenta, abjeta, imunda,
Na pocilga do ódio, a divisão se aprofunda.
Novas expressões, vernáculo ultrajado,
Vocabulário em frases, impactantes, revirado.
Ato subterrâneo, comportamento binário,
Amantes da democracia em caos planetário.
Populismo digital, extremista em vigor,
Ainda estamos aqui, apesar do terror.
Preceitos fundamentais que a sociedade forjou,
Agora no abraço da democracia desmoronaram.
Monstros sociais, utopias regressivas,
Militância doentia em lutas nocivas.
Idiotas da história, vanglória, mediocridade,
Roedores do erário público, artistas da falsidade.
Corruptos, sanguessugas, peculatários também,
Concussionários do dinheiro, humanos que nada têm.
Latrocidas da verdade, falsários do caminho,
Urubus sociais, abutres do dinheiro mesquinho.
Mentiras escorrendo em agressões cabotinas,
Narcisistas no espelho da latrina.
Imundície vil, ignóbil e cruel,
A sociedade em septicemia, sob o próprio véu.
Morte, agonia, decomposição e podridão,
Lixo humano em sujeira, canalhice em explosão.
Idiotas antissociais, com suas condescendências,
Apropriação indébita, criminosas evidências.
Anomia e hipocrisia em rebeldia disfarçada,
Mentiras como bazófia enganosa, mal intencionada.
Ilusão e jactância, ideologias em rupturas,
Fraudulentos forjando a corrosão das estruturas.
Um filme de terror com voracidade destrutiva,
A desconexão com a sociedade já é ativa.
A democracia, apaixonados proclamam amar,
Mas na escuridão, a humanidade deixa a sangrar.
Por que tem dias que sinto como se nada pudesse me ajudar?
Parece que quando as coisas se resolvem, aparece algo para perturbar.
Quando tomo uma decisão, vem muitas coisas para atrapalhar.
Cadê o sol para me iluminar?
Cadê o azul para me acalmar?
Cadê meus anjos para no meu ouvido cantarem?
Como faço para da escuridão eu me afastar?
Lembro-me perfeitamente daquele olhar sem piedade
que estrangulava-me o coração a cada piscar de olhos
e levava meu corpo inteiro a estremesser incessantemente de um desejo ardente.
Era como olhar pro céu ensolarado e inesperadamente
ver uma tempestade tomando conta de todo o espaço nas alturas
tornando o lindo dia mais que depressa, sombrio e misterioso.
Seu toque tão delicado, por instantes insinuava
como quem pudera ser a criatura mais amável
que já conhecera, esta terra.
E assim subitamente consumia-me.
Ao passo que em poucos segundos
já não era mais eu, era você
e pude sentir o que sentira 'um vacuo'.
A escuridão em sua mente tão intensa e inoportuna,
nada me deixou desvender de ti.
Eu os podia sentir,
mas não os podia ver,
e a insanidade me possuiu.
Era como beber em um copo vazio
e saciar completamente a sede;
Como estar sozinho em meio ao oceano pacífico
e não sentir-se perdido,
mergulhar naquela imensidão de águas
e poder tocar todas as suas extremidades.
E assim, embreagada por esse supremo e obscuro amor, entendi que na escuridão dos sentimentos sempre haverá uma chama de desejo que irradia luz, e onde houver amor, mesmo que insano, mesmo que irracional, mesmo aparentemente sombrio essa pequena chama de luz permanecerá acesa enquanto o desejo for correspondido.
Uma dedicatória ao obscuro de Cathy e Heath.
Talevi, J.
O Peixe-Diabo e o Céu
No ventre escuro do mar profundo,
onde a luz não ousa morar,
um peixe sonhava com um outro mundo,
um horizonte que nunca pôde tocar.
Não queria frio, não queria sombras,
nem o eco sombrio da solidão.
Queria o azul das águas de cima,
queria o brilho na imensidão.
Sussurros vinham nas correntezas,
falavam de luz, falavam de cor.
E o peixe, inquieto, rompeu a noite,
nadou sem medo, nadou com dor.
A subida foi luta, foi quase presa,
foi fome, foi fúria, foi aflição.
As garras do abismo tentaram prendê-lo,
mas ele seguiu sua intuição.
Subiu, subiu, subiu, e o peso sumia,
o mar tornou-se quase ar.
E então, num salto, num último fôlego,
rompeu a linha, e o céu pode tocar.
E lá no alto, onde a luz brilhava,
sem forma, vasto e sem direção,
o peixe viu, sem nada a enxergar,
que o céu sempre esteve em sua escuridão.
Eu era um rapaz que vivia na noite a cantar
Fazia espetáculos para o público alegrar
Um dia encontrei um vampiro o qual por seu ódio aminha vida queria desgracar
E do meu sangue queria queria se alimentar
Eu cantava na noite escura
A qual a minha áurea era colorida sem frescura era alegria pura
Com todas as cores do arco-íris
Me enfeitava
Me empolgava
Me amava
E a tua vida alegrava
Hoje sou uma vampira
Mas meu amor pela vida colorida ninguém tira
Me alimento do teu sangue
Mas tua vida não levo pro mangue
Apenas quero o teu sangue
A minha treva não é escura
Pois não vivo de amargura
Sou uma vampira que procura a cura
Não quero viver na rua da amargura
Quero viver com os humanos e do teu sangue me alimentar
Sem os machucar
Sou uma vampira drag do bem e não tiro a vida de ninguém
Doe seu sangue para mim
E felizes viveremos em fim.
10-11-22
Um coração fora do peito,
não pode viver ao léu...
E como viver num mausoléu,
uma tortura no espírito,
vivendo em escuridão
em noites de solidão...
ALADO ALÍVIO
Iberna à caverna
Volta ao escuro
Homem em apuros
Sossega e reflete
La fora o que fez
Com a beleza da Luz
Será que condiz?
Roupante de mestre
Retorna aprendiz!
Abaixa o nariz
Sede exigente
Ajoelha a mente
Olhando pra cima
Iluminado da Cruz
Poderoso Conduz
Bem aventurados
Esforço e cautela
Pra passar a pinguela
Estreito equilíbrio
Sopesando alívios
Pra voar se preciso!
VENTENA
Lá pras bandas da verdade
Há uma luz que sempre arde
Crença que há outra metade
Rebuscada vai vaidade
Charmosa simplicidade
Se num lado escuridão
Noutro existe um clarão
Num: ternura e emoção
Lá frieza da razão
Partes de um mesmo sistema
Pra fazer valer à pena
Há que ser meio ventena
Esporeando a vida plena!
INVASÃO
Meio assim sem alarde
Em um final de tarde
Bem antes que o céu parde
Alguma luz resguarde
Brilhando paz que invade.
"Na Sombra do Silêncio"
Perdido no labirinto da memória,
Na sombra da tua ausência, sem glória,
Os tempos avançam, eu, um eco só,
O vazio, um abismo, na alma um nó.
O tempo enubla o que fomos um dia,
Histórias que se desvanecem com o vento,
Desperto à noite com os uivos da agonia,
Um trovão retumba, dilacerando o tempo.
Impotência e orgulho, parceiros nesta dança,
Desilusão ecoa, no campo da lembrança,
Lutei só e perdi a esperança,
O Graal já não se alcança.
Sangro em silêncio, cada gota uma memória,
Por um amor sem vitória,
Notas etéreas ao frio, ao relento,
Nossos nomes, um grito de desalento.
Enterrados estão os nossos segredos,
Não acredito que foi tudo em vão,
Acorrentado aos sonhos e medos,
Na minha nostalgia, na escuridão.
O horizonte ermo e noturno,
E eu aqui, desorientado, sem razão,
No eco do silêncio, um coração soturno,
Estou perdido, num tempo já perdido, na solidão.
[...] isso fez com que eu percebesse algo:
Nunca vou conseguir voltar ao normal,
Me arrastei para tão fundo nestas masmorras que, mesmo que saia daqui, ainda carregarei sequelas excruciantes.
A escuridão não deixa sobreviventes.
Que toda esta solidão que habita dentro de mim, me acolha.
Que me dê conforto sem me confortar.
Para que me sinta completamente só, mesmo com a sua companhia.
Que a escuridão me faça ver alguma luz, e que nessa luz haja alguma escuridão, para que não me cegue e me sinta reconfortada.
Para que nos poucos pensamentos positivos venham sempre alguns com demónios, para parar, pensar, e por fim falar com eles.
Que esta minha solidão vire casa, e que tudo o que sinta fique fora da porta.
Que o reconforto seja grande, sentada numa poltrona em frente a uma lareira com chama azul, sendo esse o único sítio quente da casa.
Por isso, com todo o meu saber, ou com o pouco que me resta, sinto-me um astronauta a flutuar, á espera que algo no espaço tão escuro, me acolha. Que não me sinta somente a levitar por ai.
Mesmo estando num túnel escuro, úmido e desconfortável, lá longe existe um ponto de luz inquestionável, sempre presente, e sabemos que prosseguindo vamos encontrar a saída.
FÉ RACIOCINADA
“A luta entre o BEM e o MAL representa uma falsa polêmica, pois na verdade essa luta sempre foi travada entre o CONHECIMENTO e a IGNORÂNCIA. Muitos homens, mulheres e crianças padeceram, padecem e padecerão em nome dela, rubricando-a com o seu próprio sangue e o sacrifício de suas próprias vidas, simplesmente por defenderem suas crenças, descobertas, idéias, religiões ou teorias científicas.
Diversas guerras de civilizações, guerras mundiais, conflitos regionais e locais foram travados ao longo dos séculos até os dias atuais, inúmeras vidas foram e ainda são ceifadas, doenças disseminadas, nações arruinadas e o avanço da promoção humana, bem como da própria humanidade foram retardados. E o que é pior, tudo em nome de falsos dogmas, ideais e valores, impostos pelo medo, sofrimento e violência.
O preconceito, a intolerância, a ganância, a luta pelo poder e a barbárie humana resultaram em um débito cármico e espiritual coletivos, que terá que ser quitado ao longo do espaço-tempo universal, pois as arbitrariedades cometidas pela humanidade contra ela própria, contra os animais, a natureza e ao planeta levarão éons para serem processadas, transmutadas e superadas. Eis o débito da humanidade para com o amor, o conhecimento, a verdade e a luz.”
Perdas e ganhos
Por vezes sozinho me achei, revi meus valores, controlei meus anseios,
no silêncio do meu eu encontrei o inesperado uma paz interior, juntei o passado com a saudade e deles fiz um belo quadro,
olho para o vazio e no final da sua linha racional me deparo com a escuridão e sinto pena da sua fraqueza por não ter mais forças para me afetar.