Poema em Linha Reta
Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito.
E eu nunca me orgulhei dessa vida,
Mas minha saída é essa
Mas eu sempre vou andar na linha,
Mesmo ela não sendo reta
Minha Seta
Tenho em mente uma meta
Pra onde lancei a minha seta
Sinuosa estrada turva
Já pensei ser linha reta
É um sonho assim, menina
Um futuro aqui e agora
O meu sonho, minha sina
Seu andar não me ignora
Muito longe de utopia
Creio no que você desperta
Quando na frente nada havia
Se agora é torto a gente acerta
No meu sonho, nossos braços
No meu silêncio, meus anseios
Nesse andar de pés descalços
Sinto onde estão os veios
Sobre distância
Entre a terra e o céu existe uma linha fininha que os separam. Os pingos mais fortes de chuva, quando machucam a pele, são prova disso. É por isso que Deus consegue escolher bem as coisas... Nesse palheiro chamado Terra as cabeças de agulha são fáceis de se achar. Passar a linha entre elas, é fazer com que ora ela permaneça no céu e ora na terra. Essa ideia de escolha, de lado, de divisão é o que conduz a vida. Entre grandes e pequenos, entre verdades e mentiras, medos e certezas, sorte e azar vivemos... A distância que separa essas coisas também é muito tênue, é impossível andar sobre a linha o tempo todo. Belos pingos grossos de chuva caem, e a grandiosidade de sua força nos empurra pra um lado ou outro, mesmo que depois voltemos ao que nos convém. Se o céu pode tocar a terra quando olho pro horizonte, porque teria que passear sempre por um lado ou outro? Uma criança quando está aprendendo a andar tem preferência por lados. Em sobriedade nos aproximados daquilo que consideramos opostos, mas só permanecemos ali enquanto estamos dispostos
“Amor hoje beija e amanha não beija”?
Receio que Drummond esteja errado
Pobre Carlos, que viveu sossegado
Não viveu o amor que traz o sossego.
O Amor que é Amor faz bem
é aquele que não vive só em crista e depressão
ao contrario, vive turbulências, mas mantem a direção
Amor anda em linha reta.
ADÁGIO
Um carro verde avança o sinal vermelho
Um viaduto espera o suicida chegar
Trazendo no seu bolso um ás de espadas afiadas
O naipe é de metais e sustenta as notas no ar
É um adágio tenso e desgovernado
Seu riso de partida dilacera a cidade
Como um palhaço louco que há pouco incendiara seu circo
E agora a recompensa vale mais que o vilão
Agora um erro fez prevalecer a razão
Agora a sombra se faz aurora e senhora da luz
E aqui um desconhecido foi assassinado
por outro desconhecido.
LABIRINTO EM LINHA RETA
Estou perdido nesse imenso e insano poema sem fim
Nesse mar furioso, esse grande deserto, essa constelação
Sou um beduíno, um velho marujo, surfista dos céus
Navegando a esmo, buscando faróis, naufragando no cais
São teses, hipóteses, temas, teoremas
Conceitos, preconceitos, catedrais e cinemas
Homem x Vírus, Q.I. x poema, escalas de valores
Labirinto em linha reta
Eu viajo atento nessa rodovia de areia movediça
Sigo a canção do vento, caio junto com a chuva numa vila esquecida
Sou meu próprio risco, sou meu próprio templo , miragem de Deus
Com o coração em prantos, despedaçando meu colar de contas
São teses, hipóteses, temas, teoremas
Conceitos, preconceitos, catedrais e cinemas
Homem x vírus, Q.I. x poema, estou perdendo sangue
Labirinto em linha reta
Para que sofrer a desdita
tudo passa ou passará
na reta ou torta linha escrita
que só a você caberá
O que lhe foi destinado
nem assim será certeza
siga outro caminho traçado
e nele lute com destreza
HUMANOS SOMOS
Caminho em linha reta,
linha tênue, imprecisa,
a linha do horizonte sob meus pés.
Então tropeço em meus defeitos evidentes
e mergulho em qualidades ínfimas.
E só então desperto para o fato que sou um ser...
humano.
Se a menor distância entre dois pontos
é a linha reta... Por que fazem estradas
com tantas curvas? Hein?
E se eu “chegar lá,” o que vai ter depois do final da linha reta e solta que a humanidade caminha por séculos?
Abismo?
Só existe uma linha e ela não está indo para o topo de uma pirâmide.
Ela é reta e horizontal, apenas.
As linhas verticais precisam ser criadas.
traço
linha reta
sem nó
sem indireta
Sem laço ou dó
é essência e meta...
caráter, senão é forrodobó.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11/03/2016, 17'27" – Cerrado goiano
A coisa nunca é uma linha reta, sempre tem altos e baixos. O importante é aprender com as dificuldades e sempre ver nas dificuldades uma oportunidade.
A vida, que parece uma linha reta, não o é. Construímos somente uns cinco por cento da nossa vida, o resto fazem os outros, porque vivemos com os outros e às vezes contra os outros.
Como Sou
Sou, como sou, poeta
Vivo numa linha reta
Num paralelo de mim.
Vou, como sou, sozinho
Um rio que não se encontra
Que faz a curva no estio
E se deságua na sombra.
E eu sou igual a outros
Atordoados, despertos.
Que vêem o céu refletido
E acham a lua perto.
Sou como uma saudade
Carícias na minha idade.
Eu gosto do pranto
De ver chorar.
Cabe a cada um escolher sua rota...
Seja ela alternativa ou não
Linha reta ou zig-zag!
Cabe a cada um encontrar seu caminho...
Acompanhado ou "sozinho"
Recolhendo as pedras do caminho!
Ah quem me dera ser um passarinho
Sobrevoando as praias e os rios
Fazendo amizades no caminho!
Cabe a cada um escolher seu caminho...
Quem me dera ser um passarinho...
E... acordar no meu ninho!
LINHAS DA VIDA. (Autor: Henrique R. de Oliveira).
Andamos em linha reta....
E as vezes dobramos na curva do errado.
Da queda, a busca do certo, que é o correto.
E se levantar pra concertar o errado.
Mas pra cada tropeço tem a dor da topada.
E pra cada topada, a dor acerta.
Porque nas quedas vem o remédio aprendizado.
Pra curar a fase com seu sabor amargo.
Há quem caminhe embriagado....
E o caminho afunda a cada gole.
Há quem esteja com a cabeça querendo o certo.
Mas com os pés no caminho errado.
Nas adversidades em busca do certo.
Vem obstáculos que lhe para .
Há quem desista e se revolta.
Há quem enfrente e o derrota.
Mas tem linha reta com os mesmos resultados.
E que façamos uma curva para novas respostas.
Bebendo as doses do amargo aprendizado.
Até chegar o doce, contido no mesmo frasco.
Ronda Cósmica
Projeto meu pensamento em linha reta até a cordilheira
(e sei que esta reta, em razão da curvatura da Terra,
se recurva suave, passando pelas altas árvores da floresta,
após um curso exato sobre o paralelo de Capricórnio,
pelo pantanal e também refletindo-se nas águas do Madeira, do Purus, do Juruá
e do Solimões, nomes do grande rio
antes de se encontrarem com o Negro.
Subo as faldas da montanha da montanha ao Oriente
e, em seu ponto culminante, procuro outro claro pensamento,
em cujas janelas de vidro castanho quero ver
a luz provinda de um sol interior.
E embora a reta seja necessariamente curva,
em razão da curvatura do próprio Universo,
ainda é a distância mais curta entre dois pontos:
eis que faço dela um ponto único
concentrado em dois corpos
que podem ocupar um mesmo lugar no espaço e no tempo.
Faço do ponto um momento absoluto de amor
em que teu corpo se funde ao meu.
E navegamos por todas as galáxias
na viagem cósmica de alguns eternos segundos.
Não há tempo, não há hora.
No repouso, minhas mãos
continuam a viagem por teu corpo,
explorando cordilheiras e vales,
enquanto murmúrios de acalanto
chegam aos meus ouvidos,
conduzidos pelos ventos alísios que nascem de altas pressões subtropicais
e de baixas pressões equatoriais.
Tu jazes, quieta, sob o encanto da viagem.
E teu corpo abriga, em gotas de suor,
milhares de estrelas novas,
que, aos poucos, vão se transformando em supernovas,
explodindo na umidade de minhas mãos.
Tu jazes, letárgica,
enfeitiçada pela surpresa sempre renovada do abraço repetido.
Pouco a pouco, teus olhos voltam a se abrir
e é ao redor deles que eu gravito
adivinhando os mistérios da vida e da morte.
Refaz-se a calma da chegada
dessa viagem sem rumo conhecido
qual cometa errante a cumprir derrota divinamente imposta.
Para Teresa
Se a menor distância entre 2 pontos é uma linha reta, é assim que me sinto todas as noites antes de dormir.
Conectado a você, sem interrupções. ^.^