Poema do Nordeste
O HERÓI.
O sol aqui é mais quente
a fome e a dor são reias
o nordestino é carente
mas não se entrega jamais
e nessa terra fervente
somos um povo valente
que vem sofrendo demais.
SEGUE!
A terra é compremetida
a seca é filha da peste
a manada tá desnutrida
por aqui nada se investe
sem água e pouca comida
o vaqueiro segue a vida
esquecido no Nordeste.
LÍMPIDAS.
A nordestina é diferente
do sertão ou do agreste
no sotaque tem oxente
e a renda quando se veste
brilha como água corrente
tem a pureza da nascente
das riquezas do Nordeste.
MINHA RAIZ.
Sou assim desde de menino
desses que se orgulha e diz
que na infância foi traquino
e hoje não nega a raIz
graças a Deus o destino
me fez nascer nordestino
brasileiro e ser feliz.
TERRA.
A chuva quando cai
eu vejo a planta florir
a semente quando sai
faz feliz quem vive aqui
dessa terra não se vai
e agradecemos ao Pai
pelo Nordeste existir.
FLOR!
Quando o homem tem pudor
ele não quebra uma jura
não se enfraquece na dor
e nem rompe a estrutura
mantém irrigada a flor
e não troca um grande amor
por momentos de aventura.
VIDA!
Se a chuva está escassa
do pote água se bebe
do trigo se faz a massa
nasce o pão que se recebe
entre a seca e a desgraça
no nordeste a vida passa
mas pouca gente percebe.
VALOR.
Pouco importa o seu destino
se é na cidade ou na serra
se sofreu quando menino
se lutou, venceu na guerra
se é pobre ou é granfino
mas é triste um nordestino
quando nega a sua terra.
UM FORTE.
O nordestino seu moço
não se entrega no cansaço
é benzido no sal grosso
não tem medo de arregaço
gigante feito um colosso
é feito de carne e osso
mas parece que é de aço.
DESPREZO.
A roupa que você veste
recebe de cortesia
no Brasil de Sul a Leste
viagens e moradia
mas aqui no meu nordeste
o cartão que tu me deste
só faz feira pra um dia.
Sertânia, a flor do sertão
Com a singularidade e a beleza de uma flor que cresce no meio do sertão
Sertânia é mãe de um povo forte e guerreiro que com suor no rosto consegue o seu pão
Cidadezinha pacata onde o comércio fecha para o dono almoçar
E sempre quando morre alguém o carro de som passa para anunciar
Nas ruas não se vê ninguém com pressa
E o local de encontro do povo ainda são as praças, os velórios e as rezas
Para você que não acredita, que venha ver
No coração do Nordeste existe uma cidadezinha linda para você conhecer
RESPEITO.
Aqui se aprende de menino
o quanto é dura a trejetória
sem recurso e sem ensino
do suor vem a vitória
não destrate o seu destino
e não maltrate um nordestino
sem saber da sua história.
POVO FORTE!
No cuscuz na rapadura
no caminho de um menino
na lavoura ou na secura
nas patadas do destino
nosso povo é sem frescura
onde a força e a bravura
vive em cada nordestino.
SINCERO!
Quem vota com coinciência
não vende o voto por nada
não se ilude com aparência
nem apoia ficha manchada
não age por influência
mas escolhe pela essência
de uma pessoa respeitada.
PARTIDA!
A chuva quase não vem
a água tá pouca e rara
o sertão foi um harém
hoje parece um Saara
já vou embora também
sem ajuda de ninguém
não conheço dor que sara.
POVO FORTE!
Há tempos ninguém investe
na saúde ou no ensino
mesmo que a gente conteste
parece coisa do destino
pior que a seca do nordeste
é o preconceito ao nordestino.
SIMPLES!
A renda é muito pequena
como é tão pequeno o leito
sem chuva a seca é plena
mas a gente dá um jeito
não carece sentir pena
só precisa ter respeito.
SOMOS!
Não tem ninguém perfeito
aqui todo mundo é igual
cada qual com seu direito
no sertão ou na capital
embrulhe seu preconceito
que ser pobre não é defeito
defeito é fazer o mal.
A pele pode ser albina
pode ser negra também
ser de origem nordestina
ser do sul... tá tudo bem
parda, branca ou cristalina
não é a cor que determina
as atitudes de ninguém.
SER!
Sou dessa terra, oxente...
aqui vivemos em paz
o florar de cada semente
é a esperança quem traz
o chão é fértil e servente
e a vida boa da gente
a gente mesmo quem faz.