Poema do Filme em seu lugar
Seu povo não precisa morrer. Nem seus cônjuges, nem seus irmãos ou seus vizinhos. Vocês podem sobreviver ou desaparecer.
A morte é uma coisa estranha. Num instante você está vivo, rejuvenescendo células, criando memórias e interagindo com o mundo ao redor. E num piscar de olhos, seu coração para. Seus órgãos, seu sangue, tudo para, e começa a se decompor.
Essa história de roubo e matança. A que isso leva? Mais matança e mais roubo. Nunca vi levar a nada.
[Sobre Jean-Luc Godard]
Alguém como Godard me parece dinheiro falso quando comparado a um bom filme de kung fu.
Um homem que não teme nada, é um homem que não ama nada, e se não ama nada, que alegria tem em sua vida.
Há muitas maneiras de morrer, mas é preciso decidir uma forma de viver. Isso, sim, é o mais difícil. (Josai)
É espantoso como se pode amar alguém que ainda não se conhece. (Daniel acariciando a barriga de Marianne, grávida de cinco meses)
Há dois tipos de pessoas, o escorpião e a rã. Um escorpião não consegue atravessar o rio. Vai ter com uma rã, que consegue, e pede boleia. A rã diz: "não posso levar-te às costas, picar-me-ás"; o escorpião responde: "será contra os meus interesses picar-te, pois morreríamos juntos". A rã pensa nisso um bocado e aceita o acordo, entrando na água com o escorpião às costas. A meio caminho, sente uma dolorosa ferroada no dorso e apercebe-se que o escorpião vai morrer, de qualquer forma. Vão afogar-se juntos. A rã chora: "por que me picaste? Vamos morrer os dois"; o escorpião responde: "não pude evitá-lo. Está na minha natureza."
Vou lhes contar um segredo: não lemos e escrevemos poesia porque é algo bonito. Lemos e escrevemos poesia porque pertencemos à raça humana; e a raça humana está cheia de paixão. A medicina, o direito, o comércio, a engenharia são carreiras nobres e necessárias para dignificar a vida humana. Mas a poesia, a beleza, o romantismo, o amor são as coisas que nos mantêm vivos.